Na semana passada, eu estava no Marrocos e fiquei
impressionado com o que ali é chamado de RIAD. São espécie de hotéis
boutique de luxo, com lindos azulejos, jardins internos e piscinas. Mas,
o que é interessante é que não se vê nada disso de fora, pois pela
tradição islâmica no Marrocos, não se deve ostentar, para que os pobres
não se sintam mal.
Assim, você passando pela frente dos
riads, vê apenas portas velhas e nada que chame a atenção. E pensando
sobre essa dicotomia, pensei duas coisas que já vi no meio cristão
demais, senão vejamos.
A primeira são aquelas pessoas que
adoram ostentar uma espiritualidade superior à dos demais. Buscam orar
de forma diferente, mostrar suas aparentes virtudes e bondades, mas, o
seu interior é feio, sujo. E não frequentemente são pessoas que buscam
colocar fardo em cima dos outros, a partir da sua moralidade dúbia.
É o que Jesus chama de sepulcros caiados, em Mateus 23:27,
ao se referir aos escritas e fariseus, de sepulcro caiado. Ou seja, são
podres por dentro, mas com uma aparência de belo (túmulo fétido por
dentro, mas com uma bela pedra pintada de cal branco, ou pedras de
mármores por fora, escondendo sua verdadeira aparência).
Ou seja, nesta primeira hipótese, temos exatamente o contrário dos riads marroquinos.
Porém, existe também a segunda situação de pessoas, em
nossas igrejas, que muitas vezes não chamam a atenção e são até vistas
por alguns como pessoas “frias”, mas, que por dentro exalam o bom cheiro
do Evangelho. E o principal: Suas vidas, seus atos cotidianos estão de
acordo com aquilo que pregam.
O próprio Jesus enfatiza
claramente no Evangelho que nossa espiritualidade não deve ser de
ostentações, de chamar a atenção para a nossa pessoa, mas, sim que a
glória seja de Deus em tudo.
Assim, é que Jesus nos diz que quando dermos esmola, que a nossa mão esquerda não saiba o que está fazendo a direita,
de forma que nós prestemos a nossa ajuda em segredo. E Deus que vê o que é feito em segredo, nos recompensará (Mateus 6:3-4).
Ademais,
Jesus nos orienta que quando orarmos, não sejamos como os hipócritas.
Estes gostam de ficar orando em pé nas sinagogas e nas esquinas, a fim
de serem vistos pelos outros. (Mateus 6:5).
Diante do que escrevo acima, vejo isso como um grande desafio para o
cristão no mundo atual, pois nunca vi um período na minha vida onde o
narcisismo vazio, a vontade de aparecer e de se sobressair foi tão
evidente nas nossas relações e vivências. Que Deus possa estar
trabalhando no nosso interior e que tenhamos a abertura para reconhecer a
altivez dos nossos
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