tag:blogger.com,1999:blog-90727475601695827102024-03-05T06:18:09.864-08:00Bíblia em FocoBíbliahttp://www.blogger.com/profile/15212445724910063704noreply@blogger.comBlogger355125tag:blogger.com,1999:blog-9072747560169582710.post-26460125686977207332018-12-26T06:17:00.000-08:002018-12-26T06:17:08.707-08:00Feliz 2019<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiARyRKcnSttu4OOQEnT0EsyT78teY2UzfVjNWLjGOIEllmjYgfgKhQtrd5a4y_EsQv_Qv3ZF_YldLwYrRTqDn86H4MOxgUsMI4ymHIS6fhEZePAB21CrqpGsnGYZUFOthSweCfWJbZnIgP/s1600/maxresdefault.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="1280" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiARyRKcnSttu4OOQEnT0EsyT78teY2UzfVjNWLjGOIEllmjYgfgKhQtrd5a4y_EsQv_Qv3ZF_YldLwYrRTqDn86H4MOxgUsMI4ymHIS6fhEZePAB21CrqpGsnGYZUFOthSweCfWJbZnIgP/s320/maxresdefault.jpg" width="320" /></a></div>
<br />Bíbliahttp://www.blogger.com/profile/15212445724910063704noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9072747560169582710.post-19126173926317066022018-12-13T12:58:00.000-08:002018-12-13T12:58:01.617-08:00SUICÍDIO OU ASSASSINATO MORAL?O governo da Escócia acaba de revelar pesquisa na qual
se chegou à seguinte conclusão acerca do suicídio.
Os adolescentes são o maior grupo de risco. Todavia,
entre tais suicidas juvenis se descobriu que a maioria é gay,
e que dentre tais gays os cristãos respondem por 90% dos
riscos de cometimento de suicídio.
Ou seja: um adolescente cristão e gay, tem 90% mais
chance de cometer suicídio que um não-cristão,
heterossexual ou não, de qualquer outra religião.
O que isto quer dizer?
1. Que a religião cristã não oferece Graça à alma que
esteja fora dos padrões da moral cristã.
2. Que outras religiões pesam menos neuroticamente
sobre as almas humanas que a religião cristã.
3. Que é inconcebível que os que dizem ser o Povo
que recebeu Graça no Sangue de Jesus não consiga
oferecer pouso e paz para aqueles que existem em
condições distintas ao padrão da igreja.
4. Que a igreja precisa botar menos culpa no Diabo por tais resultados
suicidas, e assumir a responsabilidade, ela própria,
por criar um “ambiente moral” que significa, psicologicamente, um “prato
feito” para aquele que vem apenas para matar,
roubar e destruir.
5. Que a religião cristã é mais da Culpa que do Perdão e da
Misericórdia.
Obviamente digo isto considerando a incidência estatística de tais
ocorrências na igreja na Escócia. No entanto, o mesmo padrão hoje em dia
é encontrado também em outros paises de moral cristã na Europa, bem
como nos Estados Unidos.
No Brasil vejo também um crescente número de rapazes e moças me dizendo e
escrevendo acerca de sua vontade de por fim a vida em razão da mesma
questão.
Irmão, se eu estiver enganado, perdoe-me, mas não consigo achar que
estou, e digo isto na presença de Deus.
Não é concebível que justamente entre aqueles que dizem crer em Graça
reine a Culpa e o Medo.
Também é impensável que um adolescente prefira a morte que ter que
enfrentar a Moral da igreja e da família.
As gargalhadas do Diabo são dadas não a quem se matou, mas sim
oferecidas em infernicidade grata à religião, pela manutenção do
espírito do medo e da culpa que por ela é mantido, promovido e servido
com devoção.
Há muito sangue inocente sendo derramado em razão das perversidades da
religião, e isto desde sempre.
Que Deus nos salve do homicídio moral, e nos livre do mal que habita a
tentação de nossas diabólicas virtudes.
Que o Evangelho de Jesus nos salve do espírito da religião, seja ela
qual for, inclusive quando se diz “cristã”, pois é quando tal espírito
se torna mais insidioso, e mata muito mais.
Infelizmente temos que admitir que no mundo de hoje a pior versão global
do Diabo é cristã. E na Moral, na Política e na Economia tais
manifestações cristãs do Diabo têm se mostrado as mais devastadoras da
Terra.
Quando o Filho do Homem voltar, porventura encontrará fé na Terra?
Caio
13/08/04
Bíbliahttp://www.blogger.com/profile/15212445724910063704noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9072747560169582710.post-27883027670777362802018-11-15T03:14:00.000-08:002018-11-15T03:14:51.642-08:00ECOQUEDA E ECOGRAÇA<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
<span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 14pt;">Este
mundo é caído, porém, mesmo em sua queda, ele é organizado. Aliás, a
Queda desconstruiu o sistema do amor natural e instituiu a ordem do
poder e do controle. Daí, logo depois da narrativa da Queda em Gêneses,
segue-se a descrição do surgimento das armas, dos instrumentos
cortantes, dos aparatos de encanto e sedução e, sobretudo, a informação
sobre o inicio da construção de cidades dedicadas aos nomes de seus
fundadores, todos ansiosos de estabelecerem suas marcas como referencias
de imortalidade histórica. </span><span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 14pt;"><br />
<br />
</span><span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 14pt;">Poder e Controle!</span><span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 14pt;"><br />
<br />
</span><span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 14pt;">A
História humana é o resultado dessa compulsão que se instalou no lugar
do amor natural. O amor passou a ser um milagre, uma virtude, um desejo
bom para habitar apenas os corações dos despretensiosos servos ou, na
melhor das hipóteses, aquilo que se faz convergir na direção do
igual-agradável e não ameaçador.</span><span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 14pt;"><br />
<br />
</span><span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 14pt;">Em
Mateus 17: 24 a 27 essa ordem do poder aparece em profundas sutilezas.
César dominava o mundo. E o mundo pagava impostos a Roma. César era
compulsivo e sua imortalidade precisava ser marcada pelas obras de seu
poder. Então, a ordem é estabelecida e segue seu curso, que vai do
Grande Megalomaníaco—César—ao drama do pequeno cidadão—Pedro!</span><span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 14pt;"><br />
<br />
</span><span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 14pt;">No
meio dessa cadeia está Herodes e estão os sacerdotes do Templo. O
imposto das duas dracmas era devido ao Templo. No entanto, como já dizia
Salomão no Eclesiastes, acima de todo explorador há um outro que o
explora também. Assim, os desejos de César se vestem de muitas caras,
algumas até mesmo religiosas em suas justificativas de cobrança.
Trata-se de um poder que vai descendo numa escala de explorações que
chega a Cafarnaum. César deseja lá longe. Pedro, no entanto, tem que
pagar a conta ao entrar em casa.</span><span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 14pt;"><br />
<br />
</span><span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 14pt;">Num
mundo caído não só os desejos se diluem na cadeia das explorações e
interesses, mas também à toda perda corresponde um lucro, muitas vezes
impessoal. Assim também é que “alguém” perdera duas dracmas e que veio a
ser engolida por um peixinho do mar de Tiberíades. </span><span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 14pt;"><br />
<br />
</span><span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 14pt;">“Não paga o vosso mestre o imposto das duas dracmas?”—foi a questão dos fiscais de renda.</span><span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 14pt;"><br />
<br />
</span><span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 14pt;">“Claro”—foi a resposta do culpado e endividado Pedro!</span><span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 14pt;"><br />
<br />
<br />
</span><span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 14pt;">Aflição por um culpa que fora produzida por uma cadeia de caprichos que se lhe tornaram “legais”.</span><span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 14pt;"><br />
<br />
<br />
</span><span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 14pt;">César
está em Roma. Herodes está na Palestina. Os sacerdotes estão no Templo.
Os ficais e coletores, nas cidades. Pedro está chegando em casa e é
parado do lado de fora. Jesus está dentro da casa, sem desejos, sem
caprichos, sem impostos a pagar ou a cobrar!</span><span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 14pt;"><br />
<br />
</span><span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 14pt;">“Simão, de quem cobram os reis da terra impostos: dos filhos ou dos escravos?”—indagou o Senhor!</span><span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 14pt;"><br />
<br />
</span><span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 14pt;">“Dos escravos, Mestre”—disse o cidadão Pedro.</span><span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 14pt;"><br />
<br />
</span><span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 14pt;">“Logos
estão isentos os filhos”—acrescentou o Senhor. “Mas para que não os
escandalizemos, vai ao mar e lança o teu anzol, tira o primeiro peixe
que for fisgado, abre-o e acharás o suficiente para pagares por mim e
por ti”.</span><span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 14pt;"><br />
<br />
</span><span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 14pt;">Caprichos, ambições, legalidades, desculpas autoritárias, megalomanias e abusos—ficam por conta dos que cobram!</span><span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 14pt;"><br />
<br />
</span><span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 14pt;">Medo,
culpa, endividamento, inquietação e sentimento de pertencer ao grupo
dos que vivem para pagar—fica por conta de quem chega em casa para
descansar e só tem contas a pagar!</span><span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 14pt;"><br />
<br />
</span><span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 14pt;">Uma
moeda de valor—as duas dracmas— foi perdida por um alguém, que foi para
casa com a sensação de ter deixado em algum lugar o que teria que estar
no bolso. </span><span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 14pt;"><br />
<br />
</span><span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 14pt;">Um peixinho brincalhão engole o que não sabe o que é!</span><span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 14pt;"><br />
<br />
</span><span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 14pt;">Jesus,
todavia, é o único que conhece o sistema toda da EcoQueda. Ele vê o
todo. Sabe que os caprichos de uns viram leis, as perdas de outros viram
ganhos, o entalamento de um peixe se torna em deposito bancário, a
angustia de Pedro se transformará em fé singela que um dia derrubará os
caprichos megalomaníacos de César e a exploração religiosa dos
sacerdotes.</span><span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 14pt;"><br />
<br />
</span><span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 14pt;">Há um livro imenso para ser escrito à partir daqui. Mas eu aqui fico, apenas para dizer o obvio:</span><span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 14pt;"><br />
<br />
<br />
</span><span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 14pt;">Neste mundo caído à todo mal corresponde um bem; à toda perda, um ganho; à toda fraqueza, uma possibilidade de fé!</span><span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 14pt;"><br />
<br />
</span><span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 14pt;">Por isto é que todas as coisas cooperam, conjuntamente, para o bem dos amam a Deus. Por trás da EcoQueda, age a EcoGraça!</span><span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 14pt;"><br />
<br />
</span><span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 14pt;">Nós
não somos dos que cobram para César e muito menos dos que se sentem
culpados pelos desejos do megalomaníaco, mas dos que recebem o
provimento de Jesus e descansam em Sua Graça. Enquanto isto, fazemos
coisas apenas por causa da consciência “deles”, mas não que isto tenha
qualquer coisa a ver conosco!</span><span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 14pt;"><br />
<br />
</span><span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 14pt;">Caio Fábio</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
Bíbliahttp://www.blogger.com/profile/15212445724910063704noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9072747560169582710.post-32896617619181398532018-10-04T16:04:00.002-07:002018-10-04T16:04:40.347-07:00AQUELE QUE EM MIM FALA É PODEROSO!<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">A Revelação de Deus aos homens tem muitas formas e a Voz de Deus se faz ouvir em toda a terra de modos os mais diversos.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Ele fala em tudo, por meio de tudo, pois Ele está em tudo!</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Mas
Deus falou outrora aos nossos pais na fé pelos profetas da fé e, na
plenitude dos tempos — qualquer tempo em que Deus se Encarnasse, aquele
tempo seria o da Plenitude —, falou-nos por Seu Filho, o qual fez
herdeiro de todas as coisas, pois deu-lhe o Nome que está sobre todo
nome, ante cuja Verdade curvam-se ou curvar-se-ão todos os que Dele
procedem, sendo que sem Ele nada do que foi feito se fez.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Quando
Deus derramou Seu Espírito sobre homens santos do passado — nenhum
deles santos em razão de qualquer uniformidade moral ou de comportamento
que entre eles houvesse, mas pela sua consciência de conhecerem o mesmo
Deus em fé e pela fé — sempre o fez dentro de suas próprias condições
humanas, ou seja: “...eles eram semelhantes a nós — todos nós — sujeitos
aos mesmos sentimentos e fraquezas”.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Dessa
forma a Revelação vinha toda eivada de suas próprias vidas, em toda a
sua complexidade. Por isso é que cada livro da Bíblia tem um estilo e
cada estilo corresponde a uma pessoa-personalidade humana, que, por seu
turno, estava imersa num mundo, num tempo e numa época, vivendo a
história possível.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Eles,
portanto, viam o futuro com os sentimentos do seu presente e eram
iluminados nos olhos do coração, porém, viam com seus próprios olhos.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Por
isso, na minha opinião, para se discernir a Escritura é preciso também
lê-la vendo gente sendo atravessada pela Voz de Deus entre os ruídos,
clamores e silêncios da Terra.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Não
consigo ler a Bíblia sem essa visão da uniformidade crescente da fé e
no conhecimento de Deus ir acontecendo mediante a mutabilidade de tempos
e circunstâncias, onde os instrumentos de Deus foram sempre gente em
pleno estado de gente.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Leio
Paulo, por exemplo, e não consigo deixar de ver sua humanidade
transpirante em cada coisa que escreveu — mesmo aquelas que estavam para
além de ele poder encarnar de modo absoluto em plenitude ainda na
terra! </span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Ele é o relativo possuído pela certeza absoluta de ter sido atingido pela revelação.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Mas
ele escreve cartas e nelas fala de si, de outros, de dores, medos,
perdas, afrontas — além de revelar seus sentimentos em relação a cada
coisa.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Não discernir isso pode nos fazer ver Deus como a emoção ou a carência humana do autor.<span> </span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">O
maravilhoso é poder ouvir a Voz de Deus irrompendo pela boca de um
homem que poderia ter acabado de comer tâmaras e bebido vinho, e que
ouve Tércio dizer: “Irmão Paulo, estou pronto para continuar a escrever.
É só falar”. </span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">E
lá vem Paulo, com tudo o que Paulo é no momento, e dita uma epístola
que não foi narrada como uma obra psicografada, mas como um pensamento
livre nas asas da verdade, e que teve suas pausas para meditação e até
eventuais correções na seqüência da narrativa.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Talvez também por isto Paulo estivesse tão convicto de que a letra mata!</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Até
mesmo as citações de textos do Velho Testamento que ele faz escrevendo,
por exemplo, aos Romanos, são na maioria das vezes, livres, ou mesmo
sínteses de contextos muito maiores em sua literalidade no texto bíblico
onde sua referência pode ser encontrada.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Ou
seja: Paulo estava tão certo de que aquilo que ele escrevia era a
Palavra — sem se preocupar com o ditado como se fosse “ditado” — que
tinha apenas de oferecer a Deus seu entendimento sobre o Evangelho de
Cristo e sobre as circunstâncias humanas para as quais ele dirigia a sua
carta.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">O mais era um trabalho de Deus muito maior do que Paulo mesmo poderia ter imaginado!</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Como
é que todas aquelas famílias de amigos e todos aqueles aos quais ele
menciona pelo nome no P.S. de suas cartas iriam imaginar estar hoje
incluídos em nossas leituras inspiradas?</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Assim,
com o próprio modo da “produção” do texto da epistola aprendemos que o
revelado pelo Espírito tem que estar no homem como entendimento em fé, a
fim de que o homem possa andar na revelação como certeza de fé.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Paulo
poderia interromper, levantar, lavar a louça ou tecer a lateral de uma
tenda, voltar, procurar Tércio, recomeçar a ditar o inspirado não como
forma, mas como conteúdo — a forma era a dele; o conteúdo, com certeza
não!</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">E
isto sendo gentemente gente boa de Deus, em toda a plenitude de sua
própria relatividade e, ainda assim, dizendo: "Aquele que em mim fala é
poderoso!"</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Caio Fábio</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">(Escrito em 2003)</span>Bíbliahttp://www.blogger.com/profile/15212445724910063704noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9072747560169582710.post-17320057517694126032018-08-02T13:23:00.000-07:002018-08-02T13:23:06.476-07:00ANTES QUE SEJA MODA FALAR EM GRAÇA <div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Escrito em 2003 e atualizado</span><span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 16pt; line-height: 115%;"> </span><span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">em 11 de novembro de 2003</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Depois
que o www.caiofabio.com estava no ar há quase 1 ano, percebi que havia o
risco de que os até então judiciosos e legalistas, porém disfarçados de
intelectuais, não resistiriam a verdade indisfarçável da Palavra da
Graça, a qual andava em silêncio entre os ‘evangélicos’, posto que o que
estava reinado era a apatia, a melancolia, a impotência frente os
Neo-Pentecostais, e meras e cansativas repetições de suas inativas
amarguras.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Sempre
soube que os “lobos” não estariam “nem aí”, mas que os mais pensantes
não resistiriam à verdade inapelável da mensagem. Para mim estava mais
do que claro que logo, termos como ‘graça’, ‘misericórdia’, etc.,
estariam sendo adotados sem que os que vissem tais expressões tivessem
de fato, espiritual, emocional, afetiva e existencialmente algo que lhes
virasse as vísceras.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Hoje
vejo com clareza que aquilo que disse que aconteceria está acontecendo.
E não fosse pelo fato de que sei que até agora trata-se apenas de uma
‘re-atualização’ de vocabulário, e não uma conversão radical, com as
rupturas inevitáveis que a fé no Evangelho gera, porém, tão-somente como
adaptação de termos aos velhos conteúdos.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">O
que escrevi em 2003 esteve aqui no site todo esse tempo, e muitos o
leram. Aqui o repito, e por uma só razão: desejo que todos entendam a
Palavra da Graça, mas me insurgirei contra os modismos que adotam as
expressões como verniz e fachada, mas não mudam o sentir da pessoa; ao
contrário, apenas colocam-na numa situação ainda pior, visto que
confessa com a boca o que não deixou entrar no coração. E pior ainda:
não deixam que a mensagem se encarne na vida.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">O
texto de 2003 é muito simples, e aqui segue transcrito. Assim, eu disse
sobre o perigo da Graça virar "graça", ou seja, mais um 'mover' que
apenas impede a verdade de se instalar, pois fica condicionada pelas
exterioridades sem relação com a vida interior.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">1. Saiba que você não está falando de uma doutrina, mas da essência de tudo o que é e existe.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">2. Saiba que você está crendo naquilo que faz você crer no que você não é.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">3. Saiba que você está confessando que todo o bem que é em você não é seu; assim como você não nasceu de si mesmo.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">4.
Saiba que você está se entregando ao projeto mais radical da
existência, pois não há meia-Graça, só há Graça. Graça é plenitude, pois
é dela que se originam todas as coisas: do Cordeiro imolado antes que
houvesse mundo.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">5.
Saiba que você está se entregando à Soberania de Deus, e que na Graça
cessam todas as discussões; afinal, não há o que discutir, pois tudo
provém de Deus.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">6.
Saiba que você está abrindo mão de discursos e mergulhando em algo que
só se valida como bem, se tiver acontecido em você como demonstração de
misericórdia e acolhimento para com o próximo.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">7.
Saiba que você está assumindo a total vulnerabilidade, e o caminho no
qual as coisas que são, são aquelas que não são; e a vereda na qual o
poder de Deus se aperfeiçoa na fraqueza.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">8.
Saiba que sua vida não poderá falsificar essa mensagem, pois mais cedo o
mais tarde as pessoas verão se a Graça na sua boca é doutrina ou se ela
é vida que expressa amor.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">9.
Saiba que você está desistindo de toda perfeição, mas está se
comprometendo com toda sinceridade e com a perseverança de conquistar
aquilo para o que você já foi conquistado por Cristo Jesus.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">10.
Saiba que haverá muitos usando a palavra Graça—e que ela também corre o
risco de virar a moda mais recente—, e que a fim de não corrompê-la
como verdade, não poderemos admitir que ela não de comporte como amor e
misericórdia.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">A
Graça e a Verdade se beijaram em Jesus, e Ele é a Encarnação do Deus de
toda Graça. Nele somos salvos; Nele temos também nosso único Modelo de
Graça a ser buscado sem neurose e sem ufania.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Na Graça não já jactância, mas tão somente Gratidão!</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Caio</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">______________________________________________</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Ora, em 2003 foi isso que aqui escrevi, e hoje tal advertência está mais atual do que nunca antes.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">NEle, que não é moda, mais modo de Ser,</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%;">Caio</span></div>
Bíbliahttp://www.blogger.com/profile/15212445724910063704noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9072747560169582710.post-13152123453949532452018-07-03T12:27:00.004-07:002018-07-03T12:27:59.783-07:00Defendendo princípios pentecostais: a questão do movimento do retetéApresento ao querido leitor do Gospel Prime algumas considerações que
levei à 11ª Escola Bíblica de Obreiros (EBO) da Convenção Fraternal de
Ministros das Igrejas Evangélicas Assembleia de Deus no Estado da Bahia,
convenção esta que se reuniu entre os dias 29 de junho e 1 de julho em
nossa capital. O tema da convenção era “Princípios: defendendo a nossa
fé”, e planejei, como tema de minha preleção, o que consta agora como
título deste artigo.<br />
Os textos que nos serviram como ponto de
partida foram os de I Co 13.11; 14.20-33, 39,40 e Cl 1.26,27, cuja
leitura recomendo – os de I Co referem-se ao exercício dos dons
espirituais no culto, e os de Cl aludem ao “mistério”.<br />
<br />
Sendo membro e ministro filiado a uma igreja pentecostal histórica
(Assembleia de Deus), preocupo-me com algumas crenças associadas, <em>na prática</em>,
ao Movimento Pentecostal, entre as quais se acha o denominado “reteté”
(ou “repleplé”), o qual, embora estranho ao pentecostalismo histórico ou
clássico, parece ser visto por muitos como a própria essência do
pentecostalismo.<br />
O reteté – uma praga surgida no seio das igrejas
pentecostais na década de 1990 – caracteriza-se por comportamentos
esquisitos durante o culto, erroneamente atribuídos ao exercício de dons
espirituais num contexto de suposto derramamento do poder do Espírito.<br />
Tais
comportamentos anormais incluem cair ou dançar “no Espírito”, ficar
estalelado no chão com os braços para cima, gritar (de alegria ou de
angústia), urrar (como animais), deitar-se ou rolar no chão, sacudir-se,
tremer compulsivamente, ficar em transe, sair correndo pelo salão da
igreja, ropopiar, pular, movimentar o corpo para baixo e para cima,
marchar, rir descontroladamente, espalmar as mãos e mover os braços de
forma circular, entre outros. Algumas dessas atitudes lembram práticas
de outras religiões, e já existem aqueles que, em reuniões da igreja,
acham que precisam vestir roupa branca ou tirar os calçados dos pés
quando assumem o púlpito.<br />
Quando eu era criança, ouvia o termo
“meninice” como forma de os assembleianos se referirem ao que hoje
conhecemos por “reteté”. “Meninice” é vocábulo derivado do texto em que o
apóstolo Paulo diz, tratando dos dons espirituais, que se comportava
como menino na época em que era menino, vindo a agir como homem ao
chegar à idade adulta (cf. I Co 13.11). Uma outra expressão utilizada
pelos meus irmãos assembleianos para aludir a tal tendência era (e é) a
mui eloquente (e bíblica) “fogo estranho” (cf. Lv 10.1-3).<br />
A
partir de textos como estes, os crentes e líderes assembleianos, de modo
simples, mas arguto, reconheciam no reteté um fenômeno divorciado da fé
pentecostal e próprio de crentes imaturos.<br />
O termo “reteté”
parece consistir numa onomatopeia derivada do som de pés batendo no
chão, algo que se verifica frequentemente na atitude de adeptos desse
movimento. Criou-se também, nesse meio, um dialeto próprio, que envolve
termos como “canela de fogo”, “sapatinho de fogo”, “manto”, “fogo puro”,
“terra”, “nébias”, num glossário utilizado tanto pelos praticantes do
movimento como por alguns pentecostais clássicos, que o fazem comumente
de maneira jocosa.<br />
É importante reconhecer as razões pelas quais o
reteté encontrou espaço no ambiente pentecostal, e talvez algumas
dessas razões tenham cunho social, cultural e existencial: como as
igrejas pentecostais são formadas principalmente por pessoas menos
favorecidas, a pregação formal e a liturgia solene das igrejas
históricas pode ter ensejado certo distanciamento entre a liderança e o
povo, enquanto nas igrejas pentecostais há grande espaço para os leigos,
que se manifestam pela oralidade e, no reteté, também pela
“corporalidade”*, o que oferece uma sensação de pertencimento e de
poder.<br />
Diga-se, aliás, que um dos efeitos do reteté é o
empoderamento de figuras aparentemente cheias do Espírito, não raro
mulheres, ao lado das quais se veem pastores submissos, ao mesmo tempo
encantados com tamanho “poder” e ávidos por auferir os benefícios de um
público ampliado. Assim, mesmo igrejas que não ordenam mulheres ao
pastorado acabam sendo, na prática, pastoreadas por algumas delas, sendo
comum pessoas irem àquela igreja somente quando a irmã está ali “para
revelar”.<br />
Outro aspecto digno de nota é o abismo que existe entre
três níveis de teologia pentecostal, como explicado pelo pastor e
teólogo assembleiano Claudionor Correa de Andrade**: o nível oficial, o
nível acadêmico e o nível místico.<br />
Pensemos aqui no campo
assembleiano, até porque se trata da maior igreja pentecostal (e
evangélica) do Brasil, de onde surgiram tantas dissidências: enquanto o
nível teológico oficial é aquele vertido nos livros editados pela CPAD
(Casa Publicadora das Assembleias de Deus) e chancelados pelo Conselho
de Doutrina da CGADB (Convenção Geral das Assembleias de Deus no
Brasil), o nível místico é o popular, que nasce na vivência do povo; já o
nível acadêmico tenta explicar o que acontece no mundo pentecostal, mas
frequentemente de maneira pouco acessível ao público comum.<br />
De
toda maneira, uma simples pesquisa histórica é capaz de demonstrar que a
Assembleia de Deus, tanto em sua teologia oficial como na prédica de
seus pioneiros, não endossou o “fogo estranho”, assim como, em nossos
dias, não o ratifica.<br />
É certo que o pioneiro Gunnar Vingren passou
por experiência incomum de riso (alguns chamam de “riso santo”), mas
como reação emotiva à obra de Deus, e não como dom espiritual, marca do
pentecostalismo ou experiência que deva ser normativa para o cristão.<br />
Neste passo, chamemos à baila um depoimento do próprio missionário Gunnar Vingren sobre algo que testemunhou em Criciúma-SC***:<br />
<em>Primeiro
cantaram um hino. Depois todos tiraram os sapatos e se deitaram no chão
num círculo. Depois que todos haviam orado, começaram a pular e a
dançar durante mais ou menos meia hora. Depois se puseram de joelhos
outra vez e oraram. Eu os exortei a que deixassem essa coisa de dançar,
pois isso não está escrito no Novo Testamento, e era uma bobagem que
eles deviam abandonar. [Mensageiro da Paz, Ano 79, Número 1.494 –
Novembro de 2009].</em><br />
A Declaração de Fé das Assembleias de Deus
no Brasil (publicada em abril de 2017) em nenhum momento aprova ou
anuncia como marca do pentecostalismo aquilo que configura a essência do
reteté. Não há no seu cap. XX (dedicado à doutrina do Espírito Santo)
uma linha sequer defendendo tal conceito.<br />
Há na internet
pronunciamentos de diversos pastores assembleianos brasileiros contra o
reteté: Antonio Gilberto, Claudionor Correa de Andrade, Elienai Cabral,
Elinaldo Renovato de Lima, Daniel Nunes da Silva. De maneira muito clara
e contundente, esses doutos pastores expressam a teologia oficial de
nossa denominação. Semelhantemente, o célebre pastor pentecostal David
Wilkerson criticou duramente esses cultos extravagantes.<br />
Na
história dos avivamentos, houve episódios caracterizados por
comportamentos fortemente emocionais, o que não é exclusivo ao mundo
pentecostal. Todavia, com o tempo as manifestações tendem a ser
explicadas à luz da Bíblia ou controladas sob a supervisão da liderança
pastoral, não podendo ser o centro das atenções no culto, nem descambar
para o exagero.<br />
Como explica o teólogo pentecostal Paulo Romeiro,
movimentos religiosos passam por fases de entusiasmo, organização,
educação e estagnação. Podemos afirmar que o reteté seria uma forma de
ampliar exagerada e artificialmente a fase do entusiasmo,
desconsiderando os bons frutos da educação teológica – é claro que não
queremos ser vencidos pela fase da estagnação, mas para isso precisamos
de verdadeiro avivamento, e não de “fogo estranho”.<br />
O movimento do
reteté parece muito com a “Benção de Toronto”, movimento surgido no
início da década de 1990 no seio da Comunidade Vineyard (Videira) do
Aeroporto de Toronto, igreja dirigida pelo pastor John Arnott e sua
esposa Carol. A matriz da Comunidade Vineyard, pastoreada à época pelo
americano John Wimber, é uma igreja da chamada “Terceira Onda”, muito
diferente das igrejas pentecostais históricas, classificadas como sendo
da “Primeira Onda”.<br />
Em seu livro “Quando o Espírito vem com poder”
(publicado pela ABU Editora), John White trata das manifestações
espirituais com uma abordagem bíblica, histórica e psiquiátrica. Tendo
conhecimento do Movimento de Vineyard, White busca discernir
comportamentos biblicamente fundamentados daqueles que são meramente
psicológicos ou até demoníacos.<br />
Quanto à maneira de aferir se
determinadas manifestações procedem de Deus, White sugere que se
observem os “frutos” e também o “pomar”: os frutos são os efeitos que
surgem a partir dali: se se produzem ou não mais evangelização, mais
fervor, mais santidade, mais ética, mais desejo de conhecer a Bíblia; o
pomar é o cenário em que ocorrem as manifestações, se caracterizado pela
pregação da Palavra de Deus ou se condicionado por sugestões
psicológicas, teatro ou palavras de incentivo a comportamentos bizarros.<br />
Temos de deixar algo muito claro: <strong>não há na Bíblia nenhuma recomendação a que as igrejas pratiquem o reteté</strong>. E mais: <strong>não há personagens bíblicos que promovam o reteté em nome de Deus.</strong><br />
Pelo
contrário, as recomendações do apóstolo Paulo quanto ao exercício dos
dons espirituais falam de “ordem e decência”, da finalidade dos dons
(edificação), da sujeição do espírito do homem ao próprio homem, da
necessidade de ordenar e julgar as profecias, da necessidade de
interpretar línguas quando estas venham a ser proferidas como discurso.
Não há incentivo à desordem, à bizarrice, ao ridículo.<br />
Houve, sim,
eventos bíblicos extraordinários que produziram efeitos corporais:
quando da dedicação do Templo em Jerusalém, a glória do SENHOR tomou a
Casa de tal forma que os sacerdotes não conseguiam se pôr de pé (I Rs
8.10,11); Ezequiel caiu sobre o seu próprio rosto ao contemplar a glória
do SENHOR (Ez 1.28; 3.23); Daniel desfaleceu em virtude das visões
celestiais recebidas (Dn 10.7-21); Pedro, Tiago e João caíram diante da
Transfiguração (Mt 17.12-6); João caiu “como morto” aos pés de Cristo
glorificado (Ap 1.17). No entanto, trata-se de eventos especiais, que
não podem servir de prescrição para a Igreja, segundo a regra
hermenêutica de que “não se deve doutrinar a partir de narrativas”,
ressalvando-se os momentos em que a própria narrativa se constrói com
propósito doutrinário (caso de Lucas-Atos, em linhas gerais).<br />
Desde,
pelo menos, a década de 1990 o pentecostalismo brasileiro tem absorvido
influências de igrejas da Terceira Onda como se fossem experiências
essencialmente pentecostais, e igrejas chamadas “neopentecostais” têm
influenciado a Assembleia de Deus (deveríamos ser mais neotestamentários
e nunca “neopentecostais”, tendo em conta o que se acha debaixo do
imenso guarda-chuva “neopentecostal”).<br />
Além disso, e para nossa
imensa tristeza, o pentecostalismo brasileiro tem sido minado também a
partir de algumas igrejas e entidades assembleianas, como certos
congressos de última hora, onde pregadores supostamente pentecostais
deitam ideias amalucadas e promovem performances destrambelhadas, que
nada têm que ver com a fé pentecostal, de modo que as novas gerações
acabam imitando péssimos exemplos.<br />
Por tudo o que ora se registra,
deixo aos leitores as mesmas conclusões que pontuei aos irmãos
presentes à referida EBO, com uma proposta ao final, que, da mesma
forma, dirigi ao público presente. Vejamos:<br />
1 – Se realmente consideramos que a Bíblia é nossa regra de fé e conduta, sendo <em>autoritativa</em> e <em>suficiente</em>, devemos rejeitar o ensino de que manifestações do Espírito não precisam ter fundamento bíblico.<br />
2
– A hermenêutica pentecostal precisa estar firme em sua posição de
hermenêutica cristã ortodoxa, sem se pautar pela experiência individual
ou coletiva, mas por regras aceitáveis e pelo método
histórico-gramatical, consagrado pela Reforma Protestante e referido
pela Declaração de Fé das Assembleias de Deus no Brasil.<br />
3 –
Precisamos encurtar a distância entre a teologia oficial e a teologia
popular, o que passa pelo controle do púlpito e pelo respeito aos
elementos componentes do culto neotestamentário.<br />
4 – Não podemos
proibir as manifestações genuinamente espirituais nem desprezar as
emoções em si ou os fatores sociais envolvidos, mas atuar de forma
pastoral, com base numa boa teologia, para mostrar o que de fato é
pentecostalismo, distinguindo-o do que não é.<br />
5 – Precisamos incentivar a busca do dom de discernimento de espíritos, pouco popular em nosso meio.<br />
6 – Não devemos cair no Espírito – o Espírito é que biblicamente cai nos crentes em Jesus.<br />
Por
fim, a proposta do autor é que o reteté seja explicitamente reconhecido
como movimento herético, alheio ao pentecostalismo; que líderes adeptos
do reteté sejam aconselhados a abandonar as práticas do movimento ou
assumir a possibilidade de uma disciplina ética; e que os vocacionados
ao diaconato e ao episcopado sejam orientados à ortodoxia pentecostal,
sob pena de não serem ordenados a tais ofícios eclesiásticos.<br />
<em>*Para
uma reflexão sobre oralidade e corporalidade no campo pentecostal,
sugiro a leitura do artigo acadêmico “Pentecostalidade e
pentecostalismo: fatores de crescimento associados à oralidade”, escrito
pelo teólogo assembleiano Claiton Ivan Pommerening e publicado na Azusa
– Revista de Estudos Pentecostais, no seguinte endereço:
http://azusa.faculdaderefidim.edu.br/index.php/azusa/article/view/8/7</em><br />
<em>**Declarações
presentes em vídeo disponível no Youtube, assim como nos casos das
citações aos pastores Antonio Gilberto, Elienai Cabral, Elinaldo
Renovato de Lima, Daniel Nunes da Silva, David Wilkerson e Paulo Romeiro
(todos pentecostais, é bom lembrar).</em><br />
<em>***A citação do
missionário e pioneiro pentecostal Gunnar Vingren foi extraída do artigo
“Gunnar Vingren incentivou ‘cultos’ extravagantes?”, da lavra de
Gutierres Fernandes Siqueira e disponibilizado no blog Teologia
Pentecostal, no seguinte endereço:
ttps://teologiapentecostal.blog/2015/10/31/gunnar-vingren-incentivou-cultos-extravagantes/</em><br />
<br />
<em>Fonte: Gospel Prime </em><br />
Bíbliahttp://www.blogger.com/profile/15212445724910063704noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9072747560169582710.post-40307368668111883162018-06-19T05:46:00.000-07:002018-06-19T05:46:29.722-07:00Estrada e CaminhoINTRODUÇÃO <br />
<br />
<div align="justify">
Esse é o salmo do peregrino. É o salmo que inspirou
muitas gerações de pessoas na terra de Israel que reuniam-se uma vez no
ano para irem ao templo adorar a Deus. Esse era o salmo do caminhante,
era o salmo da jornada, o salmo da estrada. A medida em que eles iam se
aproximando do templo, as alegrias do coração se manifestavam e o salmo
era falado como uma jornada do caminho, como uma confissão da estrada de
quem queria chegar num lugar da adoração. Nós não somos hoje pessoas do
templo, o templo somos nós, não temos nenhuma devoção por pedras,
colunas... Somos santuário de Deus, somos habitação de Deus no Espírito.
Portanto, a leitura desse salmo já não nos serve como uma inspiração
para quem está indo a um lugar de culto; seria de uma pobreza primitiva
enorme a gente pensar assim. Mas, é sobretudo uma viagem existencial
para esse lugar aonde Deus tem o seu pouso em nós e aonde nós temos o
nosso pouso em Deus, aonde a gente se aninha em Deus no caminho. </div>
<div align="justify">
<br /></div>
<div align="center">
<em><span style="color: #333399;">"Quão amáveis são teus tabernáculos, Senhor dos Exércitos! </span></em></div>
<div align="center">
<em><span style="color: #333399;">A minha alma suspira e desfalece pelos átrios do Senhor; o meu coração e a minha carne exultam pelo Deus vivo! </span></em></div>
<div align="center">
<em><span style="color: #333399;">O pardal encontrou casa, e a andorinha, ninho para si, onde acolha os seus filhotes; </span></em></div>
<div align="center">
<em><span style="color: #333399;">eu, os teus altares, Senhor dos Exércitos, Rei meu e Deus meu! </span></em></div>
<div align="center">
<em><span style="color: #333399;">Bem-aventurados os que habitam em tua casa; louvam-te perpetuamente. </span></em></div>
<div align="center">
<em><span style="color: #333399;">Bem-aventurado o homem cuja
força está em ti, em cujo coração se encontram os caminhos aplanados, o
qual, passando pelo vale árido, faz dele um manancial; de bênçãos o
cobre a primeira chuva. </span></em></div>
<div align="center">
<em><span style="color: #333399;">Vão indo de força em força;
cada um deles aparece diante de Deus em Sião. Senhor, Deus dos
Exércitos, escuta-me a oração; presta ouvidos, ó Deus de Jacó! Olha, ó
Deus, escudo nosso, e contempla o rosto do teu ungido. </span></em></div>
<div align="center">
<em><span style="color: #333399;">Pois um dia nos teus átrios
vale mais que mil; prefiro estar à porta da casa do meu Deus, a
permanecer nas tendas da perversidade. Porque o Senhor Deus é sol e
escudo; o Senhor dá graça e glória; nenhum bem sonega aos que andam
retamente. </span></em></div>
<div align="center">
<em><span style="color: #333399;">Ó Senhor dos Exércitos, feliz o homem que em ti confia."</span></em> </div>
<div align="center">
<br /></div>
<div align="justify">
<strong><span style="color: #333399;">A GRANDE QUESTÃO DO CAMINHO, É COMO VOCÊ ANDA NO CAMINHO.</span></strong> </div>
<div align="justify">
<br /></div>
<div align="justify">
A gente costuma associar a vida a uma estrada... Há
aqueles jargões cansativos que toda hora nos acomete do tipo: na estrada
da vida. E é, sem dúvida alguma, algo útil para nós, pensar que a vida é
alguma coisa que se assemelha a uma estrada. A imagem da estrada é útil
para entendermos a idéia do caminho. É útil porque aponta numa direção,
numa via, e é útil porque há um caminho na estrada, mas não há uma
estrada no caminho. Ou seja, a imagem da estrada me remete para o fato
de que estou andando na direção de algum lugar, isso me é útil porque na
vida não existe essa opção de não se estar andando. Não existe essa
chance de não ser e de não ir. De outro lado, essa imagem da estrada é
útil para nós porque nos mostra isso. </div>
<div align="justify">
No caminho de Deus que a gente anda, não existe uma
estrada fixa, de modo algum. Na mente da gente, na maioria das vezes,
quando se pensa em andar com Deus, o que se apresenta é uma idéia de uma
estrada fixa. Aí alguém chega e diz assim: "Jesus é o caminho". Aí o
sujeito imagina Jesus como sendo a BR-1 de Deus, um caminho fixo. Aí
você diz: "Como é esse caminho?". Então a pessoa te apresenta o manual
de doutrinas, e você aprende aquelas doutrinas. Chega até o ponto de
pensar que Deus não te ouviu, se você não mencionar a Trindade na
oração: "Pai eu te peço em nome do teu Filho, no poder do Espírito
Santo". Se não usar as três nomenclaturas, Deus ficou chateado. Já vi
gente ser interrompida ou, após uma oração, receber admoestação de
alguém que disse: "Escuta, você não falou em nome de Jesus". Porque se
você não completar o pacote da estrada com todas as sinalizações dela,
parece que você não está indo a lugar nenhum. </div>
<div align="justify">
Nesse sentido, a imagem da estrada não nos ajuda,
porque nós não estamos caminhando num caminho fixo. Ele disse: "Eu sou o
Caminho, a Verdade e a Vida". Não há fixidez, o que há é movimento na
Verdade que conduz a gente na direção da Vida sempre. A estrada física
conforme eu lhes disse é fixa. O caminho espiritual, por seu turno, é
vivo e não é fixo. No caminho espiritual não existe fixidez da estrada,
ou seja, o modo de caminhar e ver a estrada espiritualmente muda o
caminhante e muda a estrada. Numa estrada física, fixa, não interessa
como o caminhante caminha, a estrada é a mesma. Ele pode caminhar de
maneira apressada, ou lenta, agitada, angustiada, calma, contemplativa,
olhando em volta ou de maneira completamente alienada, a estrada é a
mesma... Ele pode botar no automático e deixar ir. No mundo espiritual,
no entanto, não é assim, não existe absolutamente nenhum chão fixo, por
isso é que o justo vive pela fé, pisa no chão da fé e sabe sobretudo
isto: o modo de caminhar e ver a estrada espiritualmente, muda o
caminhante e muda a estrada. A estrada, acerca da qual a gente está
falando hoje, é a existência de cada um de nós. Cada um de nós está numa
estrada. </div>
<div align="justify">
<br /></div>
<div align="justify">
<span style="color: navy;"><strong>COMO É QUE A GENTE ESTÁ CAMINHANDO NESSA ESTRADA?</strong></span> </div>
<div align="justify">
<br /></div>
<div align="justify">
A estrada é chamada à existência, conforme o caminho do caminhante. </div>
<div align="justify">
<br /></div>
<div align="justify">
Isso que é extraordinário, porque a minha estrada não
existe por si só, ela é chamada à existência conforme o meu caminhar. A
estrada é conforme ela é andada, essa que é a verdade! Nesse sentido, a
estrada física-fixa fica pobre para ilustrar o caminho espiritual. A
estrada física não muda com os caminhantes, ela permanece a mesma. Mas a
estrada espiritual é feita pelo andar do caminhante, é produzida pelos
teus pés. Por isso não se pode apenas dizer para alguém: "Olha só, vê
ali, Jesus é o caminho, anda nele". Porque isso não vai significar
absolutamente nada para pessoa, a menos que a pessoa ande e experimente.
Nós, cristãos, temos uma mentalidade religiosa que nos faz pensar em
Jesus como Caminho relacionado a alguma coisa que se assemelha a uma
estrada física e fixa. Mas não é. E aí é que está o engano, e é aí que
as coisas vão ficando pedradas dentro de nós. Por que a gente fica
pensando que pela entrada na igreja, pela via do batismo, pelo
aprendizado dos nossos jargões, dos nossos chavões, pela capacidade que a
gente tem de papagaiar e repetir coisas que a gente ouve, ou
simplesmente, porque nós fomos batizados e temos o nome arrolado num rol
de membros de uma igreja ou participamos de determinadas formas de
culto com certa regularidade e nos dizemos cristãos, nós somos de Jesus.
E não é. Não existe fixidez no caminho de Cristo a menos que você ande
nele. Não é possível você simplesmente dizer: eu sou de Jesus; se você
não anda no Caminho. </div>
<div align="justify">
<br /></div>
<div align="justify">
Essa mentalidade religiosa é que pensa no caminho de
Jesus como se fosse uma estrada e que a gente pode botar o pé nela e
andar do jeito que quiser. No caso da estrada, se a gente for andando,
dado o tempo e o espaço, a gente chega lá. Todavia, o caminho espiritual
não é assim. Você pode ter tido todas as informações que lhe façam
pensar que Jesus é o Caminho, mas se você não andar conforme o Caminho,
você não está no Caminho. E é aí que o bicho pega dentro de nós. O
interessante é que a estrada física, como eu disse, não muda com os
caminhantes, mas a estrada espiritual é feita pelo caminhante. </div>
<div align="justify">
<br /></div>
<div align="justify">
E aí eu queria que você pensasse comigo no seguinte:
Lembra da parábola do bom samaritano? Ela ilustra perfeitamente o que
estou querendo dizer, antes de chegar no salmo. O que a gente tem ali é
um caminho, uma estrada, que ia de Jerusalém para Jericó... mesma
estrada... está fixa lá até hoje. Você pode fazer o caminho romano
antigo dos dias de Jesus até os dias de hoje, ela esta lá, com pedras
daquele tempo, com cenários que não mudaram, uma estrada. Aí Jesus disse
que, naquela estrada aconteceu uma coisa que envolveu cinco pessoas.
Uma mesma estrada, cinco caminhos diferentes, uma mesma estrada que foi
alterada pelo caminhar dos caminhantes. Um mesmo chão que virou chão
diferente de acordo com a diferença da caminhada de cada um. O primeiro
indivíduo que a gente encontra naquela estrada é um homem honesto, que
saiu de casa e foi trabalhar. E no caminho para levantar o sustento para
a vida, uma tragédia o acometeu. E ele foi deixado - largado, caído,
assaltado, ferido, roubado, depravado e privado dos seus bens e do que
tinha - ali abandonado. Caminho de um homem honesto roubado e largado na
estrada. Tem um segundo homem nessa história, nessa estrada, é aquele
que encontra o honesto que vem andando, querendo levantar o sustento
para levar para casa e o assalta. Mesma estrada, um segundo caminho,
caminho de violência, de expropriação, de covardia, de aproveitamento,
de roubo, de engano. Mesma estrada, um homem honesto caído, um
assaltante que se aproveitou da vida dele, e fez o seu próprio caminho.
Aí passa uma terceira figura, um sacerdote, mesma estrada um terceiro
caminho. O sacerdote vem e olha o homem, passa de largo, segue o seu
caminho, caminho da indiferença, o caminho da incapacidade de se
solidarizar, o caminho daquele que tem a sua agenda tão definida, que
não tem espaço para qualquer parada. Esse é, sobretudo, o indivíduo que
achava que a finalidade de cultuar a Deus num lugar sagrado, cumprindo
uma liturgia, lhe era mais importante do que a parada para exercer a
misericórdia com aquele que estava ali deitado. Uma mesma estrada, um
outro caminho. Aí tem um quarto indivíduo que passa na mesma estrada, um
levita. Ele viu o sacerdote passar e não fazer nada, e não fez nada
também. Assumiu o caminho da omissão homicida, largou o indivíduo, fez
que não viu, alienou-se, ligou o botão do auto-engano e se foi,
insensível e impermeável. Aí vem um quinto indivíduo. Mesma estrada, um
quinto caminho. Era um samaritano considerado herege pelos judeus,
abominado pelo sacerdote e pelo levita. Mas ele passa e ele olha, e ele
vê e ele se abaixa, ele socorre, ele cuida, ele pensa as feridas, trata
delas, derrama sobre elas óleo e vinho. Cuida do indivíduo e o leva e o
coloca numa estalagem e diz para o estalajadeiro: "Eu estou deixando
aqui dinheiro, e se não for o suficiente, bota tudo na minha conta,
porque quando eu passar de volta eu vou quitar tudo". A estrada para o
primeiro homem era um meio de vida e ele caiu nela. Para o segundo homem
era um meio de se aproveitar dos recursos do outro, era o caminho do
aproveitamento e do engano. Para o terceiro homem, o sacerdote, era
apenas uma estrada banal, aonde o que quer que acontecesse não lhe dizia
respeito, porque ele era um desses indivíduos que se deslocava de um
ponto para o outro e o que acontece no meio para ele não existe, ele é
indiferente à vida. O outro é omisso, ele sempre olha para quem ele acha
que lhe é superior na hierarquia, e diz: "Se ele não fez, porque que eu
tenho que fazer". E há um aqui, para quem o caminho é o lugar de
misericórdia, é o lugar onde a graça pode se manifestar e aonde o amor
de Deus pode ser encarnado. Uma única estrada com caminhos diferentes.
Isso nos ajuda entender e a discernir uma coisa fundamental para nós
hoje: O caminho é chamado à existência pelo modo como eu ando. </div>
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<br /></div>
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Nós estamos todos aqui reunidos em Brasília, no Hotel
Fenícia, cada um veio de casa, e eu não sei o que vocês deixaram em
casa. Mas eu sei uma coisa, que ainda que a vida seja completamente
idêntica para nós, nós todos temos diferentes caminhos de vida. Você
olha em volta e você vê pessoas tendo as mesmas oportunidades,
respondendo a elas de modo completamente distinto, e vê pessoas não
tendo oportunidades e respondendo a essas não-oportunidades de modo
também completamente distinto. Anteontem, eu recebi uma carta quando eu
ia chegando aqui. Um rapaz extremamente discreto me deu essa cartinha e
falou: "Por favor leia, mas leia, leia mesmo". Eu já estava atrasado,
entrando, e só dei um sorriso para ele e botei a carta no bolso. E a
carta dele está aqui. Olha só como uma estrada que podia ser miserável
se transforma num caminho de vida, por causa do pé de quem pisa, de como
pisa, de como vê, de como enxerga, de como interpreta e de como chama
coisa a existência para sua própria vida. "Estou lhe escrevendo essa
breve carta a fim de externar o quanto sou grato a Deus pela sua vida,
gostaria muito de um dia poder compartilhar com você de maneira mais
detalhada minha caminhada. Pude saber quem era o meu pai biológico e
conhecê-lo, foi uma experiência libertadora quanto a rejeição que tenho
por parte do meu verdadeiro pai humano. Meu pai tem, o primeiro deles, a
saúde regular apesar da doença e minha mãe nunca pegou uma gripe sequer
por causa do HIV, isso é motivo de alegria. Deus tem feito muito em mim
e o sonho que tenho como oração diante Dele é que eu me veja
pacificado, fazendo de minha própria vida uma mensagem, mesmo que doa,
assim como doeu aos profetas do Antigo Testamento. E assim como sei que
tem doído em você. Mais uma vez muito obrigado Caio". </div>
<div align="justify">
<br /></div>
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Agora, pense em você. Eu faço atendimento de pessoas,
e às vezes, a vontade que me dá é dar uma surra no cara. Tem pai em
casa, mãe em casa, tudo bem, tudo certo, tudo legal, trabalho, emprego,
saúde... Aí, há complexo para tudo que é lado, quanto mais a vida vai
melhorando, mais complexificadas as pessoas vão ficando, mais cheias de
manias. Lá na minha terra no Amazonas, nas barrancas dos rios, não
existe depressão, o cara tem que cuidar de comer o pão, ralar mandioca,
pescar de sol a sol, não tem tempo para se deprimir. Ou ele sai para
trabalhar ou ele não come. Mas entre nós é diferente. A vida vai ficando
mais complexa, a luxúria começa a habitar a alma, se instala no
espírito como insatisfação crônica, e aí não interessa o que o indivíduo
tem na estrada, a estrada pode ser a favor dele, pode ser ladeira
abaixo, pode ser pastos verdejantes, pode ser como for. Aonde, ele puser
o pé a estrada vai mudar, porque ele chama a existência o seu próprio
caminho. Agora, você tem aqui, um cara com tudo para não estar se
sentindo grato, para estar pedindo aconselhamento. Mas, ele chamou a
existência um outro caminho, apesar da estrada ter sido perversa. A
estrada foi horrível, mas o caminho está sendo lindo. A mesma estrada, a
mesma vida, o mesmo chão, a mesma existência sob o mesmo sol, cercados
pelas mesmas circunstâncias, caminhos diferentes. Porque o caminho está
dentro de mim, o caminho está dentro de você. Isso foi só uma introdução
para a gente chegar no salmo (risos). Só que eu prometo que eu serei
mais rápido do que nunca. </div>
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<br /></div>
<div align="center">
****</div>
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<br /></div>
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Quando a gente olha para o Salmo 84, vê que ele nos
dá esse referencial, de como é que a gente - andando na estrada,
qualquer estrada, na estrada comum, na estrada de todos - pode ir
tecendo nosso próprio caminho. </div>
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<br /></div>
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<strong><span style="color: #333399;">COMO FAZER NOSSO CAMINHO NA ESTRADA?</span></strong> </div>
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<br /></div>
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1- Em primeiro lugar, ele diz que isso acontece
quando eu carrego meu ser enternecido Ter um ser enternecido é a
primeira coisa. Gente amargurada, vai pisar em chão de amargura,
qualquer que seja o caminho. O salmo fala de um coração enternecido.
"Quão amáveis são teus tabernáculos, a minha alma suspira e desfalece",
ele está apaixonado, "o meu coração e minha carne exultam pelo Deus
vivo". O que você tem aqui, existencialmente falando, é um ser
enternecido por Deus. </div>
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<br /></div>
<div align="justify">
2- E, em segundo lugar, o salmo ensina que qualquer
que seja a estrada pode virar caminho bom e caminho de Deus, se eu ando
com a segurança de quem, se sabe, sendo capaz de encontrar pouso,
refúgio, agasalho, apenas em Deus. Essa carta, que eu li hoje aqui, é de
um indivíduo, que com doze anos disse que foi visitado por uma
plenitude que ele não sabia nem qual era. Depois falou em línguas, ele
disse: "O menor dos dons, e eu não achava que nem era crente o
suficiente para receber aquilo, por causa da mentalidade de causa e
efeito, de legalismo". Mas Deus violou o legalismo da criança, e
derramou a graça dele sobre ela, razão pela qual hoje aos 24 anos de
idade, a estrada é perversa, mas o caminho dele é bom. Olha só o que diz
o verso </div>
<div align="justify">
<br /></div>
<div align="justify">
3: "O pardal encontrou casa, e a andorinha ninho para
si, eu encontrei os teus altares Senhor dos Exércitos". Essa segurança
de quem pousa no ninho de Deus, Deus é meu pouso. Boa parte da razão
pelo qual a estrada se torna insuportável, é porque a gente vive
fantasiando, e criando e projetando, e imaginando e elocubrando coisas e
cenários e situações que não são reais. E a gente faz sempre isso para o
lado de fora, a vida só nos é boa se ela for pintada com um cenário
exterior que nos agrade. E quando isso acontece na maioria das vezes, a
gente vem a descobrir que o mundo pode estar pintado de paraísos, se
você não carregar no peito o caminho da vida, tudo vai perecer e
desvanecer diante de você. O coração encontra significado no caminho
quando ele diz para si mesmo:"Eu não tenho bem nenhum senão a Ti Senhor.
Tu és meu pouso". Quando Deus é meu pouso, quando Nele eu tenho meu
tesouro, o meu refugio, o meu ninho, o meu agasalho, aí nada me faltará.
Quando eu acho que as coisas que me faltam, me precisam ser dadas para
que eu me sinta satisfeito, eu posso ter todas as coisas e jamais
estarei satisfeito. No entanto, no dia em que meu coração estiver
enternecido por Deus e que todo meu sentido de segurança, de agasalho,
de carinho, de conforto, de aconchego estiver Nele, não importa qual
seja a estrada, vai virar um caminho de vida. </div>
<div align="justify">
<br /></div>
<div align="justify">
4 - Mais do que isso, o salmo diz que a estrada se
transforma num caminho de vida quando eu carrego dentro de mim um louvor
existencial na casa do meu ser. Olha só que diz o verso 4:
"Bem-aventurado Senhor os que habitam em tua casa, louvam-te
perpetuamente". Lá no Velho Testamento, eu disse que era um caminho na
direção do templo, hoje o templo está aqui. E é um chamado para um
caminhar existencial de contentamento, aonde a gente olha a vida com
outros olhos e aí qualquer estrada vai virar caminho de vida. </div>
<div align="justify">
<br /></div>
<div align="justify">
5 - E além disso, qualquer estrada vira caminho de
vida, quando eu levo em mim a atitude de quem transforma vales áridos em
mananciais. Olha os versos 5 e 6: "Bem-aventurado o homem cuja força
está em ti, em cujo coração se encontram os caminhos aplanados, o qual
passando pelo vale árido faz dele um manancial, de bençãos o cobre a
primeira chuva". Esse vale árido, lá no texto hebraico é chamado de vale
de Baca, uma das alusões a ele está lá no livro de Juízes, quando se
diz que o povo chorou em Boquim, depois que tinham pecado contra Deus e o
anjo do Senhor veio e falou com eles face a face e eles choraram muito e
chamaram aquele lugar de Boquim. É daí que vem a derivação para o Baca.
Ele diz que bem-aventurado é aquele que passando pelo vale de Baca faz
dele um manancial. ‘Vale de Baca’ era o vale de lágrimas, é o lugar
aonde os chorões cresciam e crescem. Até hoje das imediações de
Jerusalém, quando você chega no vale de Efraim, você ainda vê uma
quantidade enorme de salgueiros e de chorões e também de árvores que
derramam uma resina, daí o nome ter sido vale das lágrimas também, tanto
por causa da ocorrência no livro de Juízes, como também por causa desse
significado vegetal de um lugar aonde as plantas choram. O caminho para
o templo passa por ali, que é também vale dos gigantes, vale de Efraim.
E se diz: Bem-aventurado é homem que passando pelo vale de Baca, o vale
árido, faz dele um manancial, de bençãos o cobre as primeiras chuvas.
Mesma estrada, mas o caminho pode ser diferente. Estou dizendo isto
porque eu fico chocado com o fato de que todos os dias eu ouço gente
dizendo que é de Jesus e que está no caminho, mas você olha para vida do
indivíduo... E isso não tem nada haver com ter, com possuir, com
adquirir, com crescer do ponto de vista material. Tudo isso é ‘bobajada’
que vem sendo ensinada por nós e para nós nas ultimas décadas. Todo
essas coisas tem o seu lugar mínimo e Jesus disse que se nós nos
atrelarmos muito a elas, corremos o risco de perder a alma e o coração.
Elas estão ao nosso serviço e não nós serviço delas, e muito menos
tendo-as como bens do nosso ser. Fazer isso é caminho de destruição, mas
eu fico vendo as pessoas dizendo: eu tenho Jesus, eu sou alguém que crê
nele. Mas como alguém disse hoje de manhã na hora do almoço: mas a
gente não vê os resultados, não aparece nenhum resultado. Andar no
caminho tem que produzir resultado. Se eu não puder ser de Jesus e na
hora de passar no vale árido, no vale de Baca, no vale de lágrimas,
transforma-lo num manancial, que fé é essa que me anima? Que caminho é
este? Se eu não puder enfrentar a dor, a perda, a lágrima, com um
bálsamo da Graça de Deus. Se eu não puder ter dentro do coração: a
visão, a imagem, a fé, a certeza, a esperança de que eu posso cavar
poços no deserto, porque Deus na sua Graça vai enchê-los, vai chover
sobre eles, a minha estrada vai ser sempre uma estrada de morte, de
amargura, de frustração, de decepção, de perda, nunca será caminho de
vida, jamais. </div>
<div align="justify">
<br /></div>
<div align="justify">
6 - A estrada vira caminho de vida também, quando eu
levo em mim a consciência da mutualidade como mandamento da jornada. Ou
seja, eu não estou andando só, eu preciso de você, e você de mim, é
nessa troca que a gente vai. Subitamente o texto passa a ser plural no
verso 7, e diz: "Vão indo de força em força, cada um deles aparece
diante de Deus em Sião". É um ajudando o outro. Nesse caminho,
infelizmente, o que a gente mais encontra é um passando a perna no
outro, julgando o outro, medindo o outro, avaliando o outro, por isso
que não é caminho, é só estrada. O que a gente precisa admitir é que a
maioria de nós não está no caminho, a gente está na estrada da religião,
e na estrada da religião é assim olho aberto. Conforme Jesus disse:
símplices como as pombas e prudentes como as serpentes, porque tem
fariseu na reta. Religião não te oferece um caminho, te oferece uma
estrada e é bom você ser esperto. Agora nós estamos falando de caminho, e
no caminho “um ao outro ajudou e ao seu próximo disse: Sê forte!” No
caminho um levanta o outro. No caminho a gente não quer saber quem é o
indivíduo caído, a gente só quer saber que ele está caído. No caminho o
samaritano é o herói da história do amor fraternal. E ele não faz
perguntas. No caminho não existe discussão religiosa, no caminho ninguém
diz: "Você aceita Jesus antes de eu lhe fazer este bem?". No caminho
ninguém diz: "Os assaltantes o assaltaram porque você não estava com o
anjo do Senhor acampado ao seu redor". No caminho ninguém diz: "Olha se
você fizesse a confissão positiva e dissesse: Eu declaro bandido, tu
estás amarrado. Ele não teria te assaltado". No caminho a gente levanta,
a gente se dobra, a gente cuida, a gente não faz perguntas, a gente
carrega, a gente leva. No caminho não tem proselitismo, não tem prosa,
não tem conversa fiada, tem ação, tem amor, tem misericórdia, tem graça,
tem vida, tem gesto. A maioria de nós está na estrada da religião
cristã, poucos de nós estamos andando no caminho de Jesus, e é só quando
nos dermos conta disso que temos alguma chance de ser salvo da estrada,
para poder, no chão da vida, ver o caminho mudar debaixo de nossos pés.
Porque é o caminho da fé que chama o próprio caminho da vida à
existência para nós. </div>
<div align="justify">
<br /></div>
<div align="justify">
7 - E ainda, a estrada vira caminho, quando a gente
leva consigo a certeza, de que há o Deus de poder na nossa vida e de
graça nesse caminho. Os versos 8 e 9 fazem essa evocação dessas duas
realidades de Deus: Senhor Deus dos Exércitos, dos Exércitos, do poder,
escuta minha oração, presta ouvidos, ó Deus de Jacó - do cara ambíguo, o
Deus do ‘vermezinho’, o Deus do homem que tem luz e que tem sombras, o
indivíduo que carrega todas as dualidades da vida. No caminho, eu sei
que eu conto com essa assistência: há poder e há graça. Isso não é
retórica, isso é fato. E bem-aventurado é aquele que crê nisso e toma
posse disso. </div>
<div align="justify">
<br /></div>
<div align="justify">
8 - E a estrada seja ela qual for, vira caminho de
vida, se eu ando com a consciência de que o que vale na vida não é
quantidade, mas é qualidade. Eu achei tão bonitinho quando ele disse:
"Passei aqui no concurso público e agora eu posso manter a mim mesmo".
“Manter a mim mesmo!” Nós estamos tão empedernidos que a gente não
consegue mais nem ter a sensibilidade de discernir a benção que
significa manter a si mesmo. Comer o pão com dignidade, beber com
dignidade. A gente acha que se for de Deus uma mansão nos aguarda no
lago. Se você tiver aleluia! Convide os irmãos, me chame para ir lá eu
vou com muita alegria. Mas pelo amor de Deus, não faça disso seu sonho
de consumo. Paulo disse: "Tendo com que comer e beber, e vestir, e viver
com dignidade, sejamos gratos". Bela essa singeleza: Deus me deu os
meios de poder manter a mim mesmo. Essa gratidão muda todo o cenário no
caminho. Quem não consegue olhar para vida com contentamento, jamais vai
se contentar com coisa alguma na vida. "Eu aprendi a viver contente em
toda e qualquer situação, tanto sei estar humilhado como ser honrado,
tenho experiência de tudo, tanto de abundância quanto de escassez. Tudo
posso Naquele que me fortalece". O que este cara está dizendo, é que
tanto faz a cara da estrada, ele faz o caminho com contentamento no
coração. O verso 10 nos diz isso: "Pois um dia nos teus átrios, vale
mais do que mil". Qualidade vale mais do que quantidade. Prefiro estar a
porta da casa do meu Deus, a permanecer nas tendas da perversidade. </div>
<div align="justify">
<br /></div>
<div align="justify">
9 - E por último, a estrada se transforma no bom
caminho quando eu ando com a certeza de que Deus é a luz do meu caminho,
é o escudo, é a proteção da minha jornada. E que Nele eu posso confiar
sem duvidar, porque Ele não sonega sua graça a mim, nem a ninguém. E a
provisão de Deus para mim é sempre: bem. Olha só os versos 11 e 12:
"Porque o Senhor Deus é sol". Sol, o Senhor Deus é sol. Você vai andar
nesse caminho seja qual for a estrada, pode ter certeza alguns vão
dizer: não estou vendo nada. Mas se você estiver andando no caminho
conforme aquele que faz o seu caminho pisando no chão da graça e da
misericórdia, esse vai dizer: "O Senhor Deus é sol e escudo, o Senhor dá
graça e glória, nenhum bem sonega aos que andam retamente. Ó Senhor dos
Exércitos, feliz o homem que em Ti confia". </div>
<div align="justify">
<br /></div>
<div align="justify">
<strong><span style="color: #333399;">CONCLUSÃO </span></strong></div>
<div align="justify">
<br /></div>
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Eu falei tudo isso apenas para falar o que vou dizer
agora, e se você não ouvir o que eu vou dizer agora, não interessa o
quanto você ouviu do que eu disse antes. <strong>O que eu quero te dizer com o meu coração mais amigo, mais irmão, é que a maioria de nós, apenas existe na estrada da religião</strong>.
Para maioria de nós, Jesus é o líder da religião cristã. Por isso a
gente não devia nem ficar chateado quando ele é colocado naquela lista
dos 100 mais. Eu vejo os crentes chateados: botaram Jesus na lista dos
100 mais, das 100 maiores personalidades da civilização humana. Eu digo:
bem feito, vocês é que fizeram dele o líder do cristianismo. Então ele é
colega de Maomé, de Buda, de Confúcio, de Zoroastro, de Kardec, ou de
qualquer outro líder que apareça por aí. Esse é o Jesus da estrada, esse
é o Jesus que a gente oferece num catecismo, que a gente dá num
livrinho de discipulado. (Acho engraçado essa história de discipulado. O
que que você está fazendo? "Discipulado". O que é isso? "Eu me reúno de
segunda, quarta e sexta, com uma irmãzinha que abre aquele manual que o
pastor escreveu, mal escrito. Na maioria das vezes, ele não sabe nem o
que está acontecendo, ele copiou de algum americano, que é mestre em
fazer receita. Porque os Estados Unidos foram os que desenvolveram essa
fé de liquidificador, de manual eletrônico: quatros passos para
salvação, doze para prosperidade, sete para pacificação, é tudo assim. É
a fé da estrada. "Curva perigosa". "Chão derrapante". "Posto de
gasolina a 30 km": é o congresso para qual o indivíduo vai. "Fast-food" é
o culto. "Shopping a direita": são algumas igrejas que só vendem
fetiche. Aí o cara fica pensando que isso é andar com Jesus.
Discipulado... Onde é que se já viu discipulado ser 12 lições, 24, 320.
Jesus disse “segue-me pela vida”, gente. Discipulado é aprendendo,
quebrando a cara, arrebentando dente, levantando, socorrendo o caído que
não tem nome, sendo socorrido na hora que você não esperou que ia cair.
É aprendendo...) O Caminho gera Verdade, e a Verdade acontece na Vida.
Não é nenhum outro manual. O caminho de Jesus é na vida. Discípulos de
Jesus são formados não em cursos, mas no curso da existência. </div>
<div align="justify">
<br /></div>
<div align="justify">
A maioria de nós ainda está na estrada da religião. O
convite de Jesus é para você vir para o caminho da vida. E aí você vai
descobrir que a estrada é mesma, que a vida é perversa, que a existência
é absurda, que há todas as razões para ser nauseante e insuportável;
que não há justiça mesmo, que as injustiças grassam, que o trabalhador
pode sair para trabalhar e ser assaltado, o assaltante pode estar o
tempo todo de olho simplesmente para ver a melhor hora de te tomar tudo.
É o caminho dele, na estrada que é tua. O sacerdote pode passar e
dizer: ‘Esse aí já não tem mais o que dar, se ele estivesse pelo menos
rico, eu iria ajudar para ver se ele dava uma oferta lá na sinagoga.’ Aí
vem o levita, "Eu sou discípulo do sacerdote", ele diz. "O sacerdote
não fez nada, eu não vou fazer nada também, esse aqui não é o meu
caminho". Ele pode até espiritualizar: "Não é a minha vocação". Está
tudo tão esquizofrenizado, que o cara diz: "Não, o Senhor me chamou para
interceder, eu vou andando pelo caminho, intercedendo por ele, que o
Senhor mande alguém que cuide dele". Ai a gente fica achando, que nós
somos os bons desta vida. E Deus ironicamente, Jesus de maneira irônica e
caustica, elegeu para ser o herói do caminho, o anti-herói da nossa
estrada. O samaritano, o herege, é o anti-herói da estrada da religião, e
é o herói do caminho da vida. Hoje o que eu queria é que você fizesse
uma decisão: se você quer continuar a ser um cara da estrada ou se você
quer ser do caminho. Não há nenhuma promessa de que o mundo vai mudar,
Jesus disse: "No mundo tereis aflições". A profecia está feita. "Mas
tende bom ânimo, eu venci mundo". </div>
<div align="justify">
<br /></div>
<div align="justify">
O milagre é que a estrada pode ser a mesma, mas o
caminho será diferente. Porque você vai chamar o caminho à existência,
conforme você pisa no chão da vida. Acaba aqui também a lamúria, o
queixume. "Ai meu Deus porque que a vida foi tão madrasta para mim,
quanta injustiça que eu sofro, logo eu que sou essa mulher devota, e
santificada, que me preservo para o Senhor e só encontro canalha". </div>
<div align="justify">
<br /></div>
<div align="justify">
Minha querida na estrada está cheio de canalha. Por
que você não chama a existência o seu caminho, pisando de outra forma,
olhando de outro modo, discernindo por outra perspectiva, entendo a si
mesmo e aquilo que significa valor para você de outra forma? Hoje eu
queria em nome do Senhor Jesus, convidar você a dizer: "Senhor, a
estrada é comum para todos nós, ajuda-me a fazer o caminha da vida. E eu
não quero ser um indivíduo da estrada religião que é física e é fixa.
Eu quero caminhar no caminho da vida e da verdade em Jesus". Porque o
caminho muda, conforme eu mudo no caminho, e o meu caminho vai mudar,
conforme eu olho o caminho mudado. Bem-aventurado é o homem que passa
vale árido e faz dele um manancial. Ele carrega no coração os caminhos
aplanados. O caminho só muda do lado de fora, quando ele muda do lado de
dentro. Não existe nenhum caminho do lado de fora que vai lhe ser bom, a
menos que você carregue um bom caminho no coração. </div>
<div align="justify">
<br /></div>
<div align="justify">
Esqueça a Jesus como estrada doutrinária e fixa. Ande
no caminho vivo, onde o que vale é o seu modo de caminhar. Como é que
você tem caminhado? O que vale é o seu modo de caminhar. É só o que
vale, meu querido, é o seu modo de caminhar. </div>
<div align="justify">
<br /></div>
<div align="justify">
A gente fica pensando que o que faz diferença é o QI.
Nós somos muito bobos. Os seres mais maravilhosos que eu conheço chegam
a ser quase estúpidos do ponto de vista do QI. São os Forrest Gump que
estão por aí, que podem simplesmente dizer: olha, eu não sei muita
coisa, mas eu sei o que é amar. O que importa é o seu modo de caminhar. A
gente fica invejando o caminho dos perversos, dos malfeitores, fica com
dor de cotovelo porque o cara é ladrão. "Ó Senhor porque Tu não me
visita com a prosperidade do fulano". Você sabe quem é o fulano? Ele é o
assaltante da estrada, meu amigo. Nessa estrada se você não tiver
opção, se você não puder ser o bom Samaritano, peça a Deus para ser o
roubado. Sério! Se você não puder ser o bom Samaritano, só não seja o
bom Samaritano se você for o roubado. Porque ainda está em mil vezes
melhor situação do que o sacerdote, o levita e o ladrão. Mas tem gente
pedindo a Deus a benção de ser o ladrão. Quando eu fico vendo, de quem
que as pessoas tem inveja, elas tem inveja do ladrão, do ladrão
religioso, do ladrão político, do ladrão em vários lugares, em várias
situações da vida. Ladrão existencial. Porque o modo do caminho que você
ambiciona é o modo da morte. Tem gente que ambiciona o caminho do
sacerdote, é aquele cara tão imponente. O sonho de consumo de alguns
pastores é andarem cercados de 5 seguranças. "Olha que maravilha, tenho
um carro blindado". Você pode imaginar um negócio desse, um homem de
Deus que sonha em ter um carro blindado. O que eu já vi e ouvi de
pastores dizendo assim: "O Senhor tem nos abençoado muito, a nossa
igreja cresceu muito, cresceu tanto que inclusive eu tive que contratar 5
seguranças". O sonho dessa cara é ser o sacerdote. Que caminho é esse?
Ou o do levita, o egoísta, só pensa na sobrevivência e na alto
preservação, o negócio dele é: não me tocou tá bom, to nem aí, to nem
aí, to nem aí. </div>
<div align="justify">
<br /></div>
<div align="justify">
Nessa estrada só tem dois caminhos de vida, ou do
cara que quase foi morto porque estava andando no caminho da dignidade,
ou do outro que não teve medo de ser morto porque estava andando no
caminho da misericórdia. Isso muda tudo, altera tudo gente, você passar a
olhar a vida assim. Teu pai não vai mudar, nem a tua mãe
necessariamente, nem os vizinhos, nem a escola, nem o trabalho, mas você
vai mudar, e o seu caminho vai mudar de maneira assustadora. </div>
<div align="justify">
<br /></div>
<div align="justify">
Eu passei por muita coisa difícil nos últimos 7 anos,
eu podia ter ficado completamente amargo, ter adoecido,
irrecuperavelmente triste. Mas eu encontrei os teus altares Senhor dos
Exércitos, Rei meu e Deus meu. </div>
<div align="justify">
Faz 3 meses que eu perdi um filho... amado! Estou
morrendo de saudade dele... estou aqui com perfume dele... esse
cheirinho aqui é dele... do perfume dele. </div>
<div align="justify">
Mas a vida tá bonita! </div>
<div align="justify">
Porque o caminho não é a estrada que faz, você é que
faz. Na estrada pode acontecer tudo, mas tudo que aconteça não será
nada, se não acontecer contigo, ou se você processar como vida, e não
como morte. </div>
<div align="justify">
O caminho de Deus é caminho de graça, de
misericórdia, quem olha a vida com graça e com misericórdia, jamais
ficará amargo. Sempre vai entender que por trás de qualquer tranco, tem
bondade, tem um bem guardado, tem um tesouro oculto, tem no mínimo uma
palavra que diz: "o que eu faço tu não sabes agora, compreendê-lo-ás
depois". </div>
<div align="justify">
Aí você começa a descobrir que seu coração vai
melhorando, que a sua visão vai ficando mais clara, que o que tem valor
salta, que o que não tem valor fenece. Aí você começa a descobrir que
você não precisa de nada além de um ninho, e que esse ninho está em
Deus. Suas inseguranças vão diminuindo, os lugares estranhos vão ficando
diferentes. Até aquilo que você abomina, na hora que o caminho muda
dentro de você, a estrada fica diferente fora de você. Até aquilo que
antes lhe parecia completamente intolerável e insuportável, perde o
significado de intolerabilidade. Quando o caminho mudou em ti e você
pela fé pisou com atitude de gratidão e de contentamento no chão para
ver que o caminho esta sendo feito pela gratidão e nem a estrada ruim
resiste a chegada desse novo caminho. Agora isto acontece com Jesus
enquanto a gente vive. Para que isso aconteça, você não pode ter medo de
viver, você vai ter que viver! E viver pela fé, e viver
desassombradamente e viver como quem contabiliza todas as coisas como
lucro. Lucro. Tudo é lucro no caminho, meu querido. </div>
<div align="justify">
<br /></div>
<div align="justify">
Se você ouviu e entendeu, e se o Espírito Santo falou
com você e você hoje diz para si mesmo: "Ó Deus, me perdoa! A vida está
tão feia, porque meus olhos são feios. A estrada está tão maligna,
porque meus olhos estão impregnados de treva. Mas, eu aprendi hoje que o
importante não é a estrada, o importante é como eu caminho. Ajuda-me a
caminhar no caminho da vida, da gratidão, do contentamento, da fé, da
misericórdia, da graça, e não deixe que eu fique impressionado com
nenhuma estrada. Por que o importante é o modo como a gente caminha". </div>
<div align="justify">
<br /></div>
<div align="justify">
Daqui a uns anos a gente vai olhar para trás, e o que
vai ficar não é a inteligência, nem a burrice, não é a riqueza e nem a
pobreza, não é afluência e nem a escassez; a única coisa que vai ficar é
o modo como você caminhou. João Batista teve a sua cabeça cortada e
oferecida num banquete num prato para satisfazer a volúpia provocada por
uma dança. Aparentemente um trágico fim, mas o modo do caminho dele,
fez Jesus dizer: “Em verdade vos digo que dos nascidos de mulher ninguém
foi como João”. </div>
<div align="justify">
<br /></div>
<div align="justify">
O que importa, meu querido, não é o que te façam; o
que importa é o que você faz de você mesmo na presença de Deus. É o modo
como você caminha. E se você hoje, recebeu o chamado do Espírito de
Deus no fundo do seu ser, para não ficar mais impressionado com a
estrada, vai fazer um compromisso de um caminhar diferente, pela fé,
sabendo que o que importa é o modo do caminhar. E que se a gente
caminha, conforme o caminho, cada passo chama a existência uma coisa
nova e boa. Não importa qual seja a estrada, o caminho será de vida. </div>
<div align="justify">
<br /></div>
<div align="justify">
Se você ficou convencido disso e quer hoje, fazer a
oração daqueles que pedem a Deus para desintoxicá-los da estrada, das
exterioridades, da religião, das comparações, das invejas, das ambições
malignas, das frustrações que projetam o tempo todo para nós alvos
inalcançáveis, enquanto o individuo deixa de aproveitar o pão nosso de
cada dia, e a alegria de hoje, e a celebração de Deus hoje. Sabendo que
grande não foi Nabucodonozor, maior do que ele foi João Batista, que
comia gafanhoto, bebia mel silvestre e vestia roupa de camelo. </div>
<div align="justify">
<br /></div>
<div align="justify">
Você tem que decidir se você quer uma estrada
pavimentada, uma highway para os homens ou se você quer andar no caminho
de Deus, onde a alma anda sempre rica não importa o que aconteça. Se
você tomou essa decisão, isso vai revolucionar sua vida, vai mexer com
todo sua existência. Se você olhar assim, apreciar assim, contemplar
assim e souber que a vida vai em cada passo, está no modo, está no
"como" da caminhada, aí bem-aventurado você será! </div>
<div align="justify">
<br /></div>
<div align="justify">
Caio Fábio </div>
Bíbliahttp://www.blogger.com/profile/15212445724910063704noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9072747560169582710.post-74715650262646593782018-06-01T07:43:00.002-07:002018-06-01T07:43:16.842-07:00Fé cristã e fake newsEm meio a toda a discussão sobre pós-verdade e <em>fake news</em>,
preocupa-me especialmente a facilidade com que muitos cristãos dão
crédito a mensagens sem fundamento compartilhadas em mídias e redes
sociais. Além da adesão a <em>sites</em> especializados em espalhar
mentiras, há o compartilhamento de textos, áudios e vídeos contendo
histórias sem a mínima comprovação, e até falsas profecias.<br />
É
assim, por exemplo, que se espalham fotos de pessoas mortas dizendo
tratar-se de missionários martirizados nesse ou naquele país, quando uma
simples checagem na própria internet é suficiente para provar que a
imagem se refere a coisa diversa; áudios com uma voz pesarosa diante do
juízo apocalíptico que Deus supostamente enviaria ao Brasil por meio de
uma <em>tsunami</em> contra várias cidades; vídeos com explicações
duvidosas acerca da última “treta” do mundo gospel; textos sobre
reuniões secretas da ONU, com a presença dos mais importantes líderes
mundiais, destinadas a perseguir os cristãos de todas as nações;
notícias infundadas de que o presidente é satanista…<br />
Num tom
afetado, de alegada espiritualidade, essas mensagens convocam à oração –
quem, em sã consciência, sendo cristão, seria contra a necessidade de
orar? Outros pensam: “Não sei se é verdade, mas poderia ser”. E espalham
a mentira porque ela serve à narrativa, “cumpre a profecia” ou “tem a
ver”.<br />
Não
é tão difícil constatar a falsidade de uma mensagem que recebemos:
geralmente as notícias falsas são sensacionalistas, aproveitando-se do
medo e da ansiedade para atrair seu público; citam fatos e pessoas
reais, retalhos dos últimos acontecimentos, para adquirir uma aparência
de plausibilidade, mas acrescentam informações que não podem ser
comprovadas, porque desprovidas de fontes confiáveis; não é incomum
essas postagens conterem erros gramaticais, históricos, geográficos ou
de outra natureza.<br />
A credulidade é um problema muito grave, não só
do ponto de vista intelectual, educacional e cultural, mas
principalmente espiritual, porque diz respeito ao modo como a pessoa
constitui seu sistema de crenças e àquilo que considera fundamento da
verdade.<br />
Fico
imaginando se as pessoas que depositam sua confiança em boatos de redes
sociais usam a mesma disposição mental e os mesmos critérios para
aferir o que é certo e o que é errado à luz da Bíblia. Como esses
cristãos crédulos avaliam pregações? De que lhes serve uma pregação
expositiva? É com a fé que se aproximam das Escrituras ou é com aquela
credulidade que as torna presas fáceis das <em>fake news</em>?<br />
A Bíblia exorta-nos à <em>fé</em>, não à <em>credulidade</em>:
“O simples dá crédito a cada palavra, mas o prudente atenta para os
seus passos” (cf. Pv 14.15); “O coração do sábio buscará o conhecimento,
mas a boca dos tolos se apascentará de estultícia” (cf. Pv 15.14);
“Ora, estes foram mais nobres do que os que estavam em Tessalônica,
porque de bom grado receberam a palavra, examinando cada dia nas
Escrituras se estas coisas eram assim” (cf. At 17.11); “Amados, não
creiais em todo espírito, mas provai se os espíritos são de Deus, porque
já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo” (cf. I Jo 4.1).<br />
Nós, cristãos, não fomos chamados a crer pura e simplesmente, mas a crer em Deus, na Pessoa de Cristo, conforme as Escrituras.<br />
Fé
é confiança na palavra de Deus (cf. Hb 11.1). Fé é uma resposta
positiva à graça divina (cf. Ef 2.8). Credulidade, por sua vez, é a
inclinação a acreditar celeremente no que se ouve ou lê, sem juízo
crítico, sem capacidade de avaliação. Lembro, aqui, do interessante
opúsculo de John Stott intitulado <em>Crer é também pensar</em> (publicado no Brasil pela ABU Editora), cujo título original é <em>Your mind matters</em> (“Sua mente importa”).<br />
Os
servos de Deus, os quais têm “a mente de Cristo” (cf. I Co 2.16), devem
examinar todas as coisas (cf. I Ts 5.21) e ser “sóbrios” (cf. I Pe 4.7;
“criteriosos”, na versão Almeida Revista e Atualizada). Acreditar
facilmente em qualquer coisa atenta contra o caráter de Cristo. A fé
cristã produz no convertido uma disposição mental renovada, a
restauração progressiva de sua capacidade intelectiva, até que ele seja
completamente liberto dos efeitos noéticos da Queda, o que acontecerá
quando da glorificação prometida ao que crê (cf. Rm 8.23; I Jo 3.2).<br />
Temo
sinceramente que muitos cristãos recebam as pregações da mesma forma
como recebem (e depois espalham) notícias falsas disseminadas na
internet: se a pregação compartilhada for bíblica, não haverá o que
objetar, senão pelo exíguo benefício que poderão extrair da palavra
aqueles que forem deficientes em sua análise; o problema é que, em
virtude do juízo crítico pouco aguçado, os crédulos costumam ser
atraídos por pregadores sensacionalistas, triunfalistas, de autoajuda,
promotores de “eisegese” em lugar de exegese, o que talvez explique, ao
menos em parte, a crise em que se acha (e se perde) a Igreja evangélica
brasileira.<br />
<br />
Gospel Prime Bíbliahttp://www.blogger.com/profile/15212445724910063704noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9072747560169582710.post-50836858182029272722018-05-25T11:47:00.002-07:002018-05-25T11:47:30.080-07:00A árvore ética<div class="col-md-5 text-right author-name vcenter">
por Alex Esteves</div>
<div class="col-md-5 text-right author-name vcenter">
</div>
Para
assustar os céticos, os liberais, os pós-modernistas e os incrédulos de
todo gênero, confesso: creio na Bíblia como sendo a Palavra de Deus
inspirada, autoritativa, inerrante, infalível e suficiente, o que me
torna um cristão protestante e – permitam-me os irmãos calvinistas –
reformado no sentido amplo. Sendo assim, professo minha fé na
historicidade de Adão e Eva, do jardim do Éden, da Queda e das maldições
que de lá irradiaram como consequência divinamente determinada para o
cometimento do mal.<br />
Dito isso, gostaria de pontuar singelamente como entendo o pecado dos nossos Primeiros Pais.<br />
Narra
o Livro de Gênesis, em seus três capítulos iniciais, tanto a Criação
(caps. 1 e 2) como a Queda (3.1-6), tanto o mandato cultural (1.26-28)
como os efeitos da atitude pecaminosa (2.7-12), tanto o mandamento
divino (2.16,17) como a condenação que sucedeu à desobediência
(3.14-24). Nada disso é lenda, mito ou folclore judaico.<br />
Adão
e Eva receberam de Deus o usufruto de “toda árvore do jardim”, à
exceção da “árvore da ciência do bem e do mal”, sob pena de morte. A
serpente, incorporando o diabo, incutiu na mente humana a noção errônea
de que tal mandamento era pesado demais e fruto de suposta maldade de
Deus, que estaria, com isso, negando ao Homem a possibilidade de se
divinizar por meio do conhecimento.<br />
Em seu estratagema, a serpente propôs a <em>dúvida</em>
sobre o que Deus havia dito, e ainda o distorceu: “É assim que Deus
disse? Não comereis de toda árvore do jardim?” Repare bem: uma coisa é
oferecer toda árvore do jardim, prescrevendo uma exceção; outra, bem
diferente, é dizer “não comereis de toda árvore do jardim”. Havia, na
premissa diabólica, uma ênfase no aspecto negativo do mandamento, como
se este fora instrumento de tortura, quando era, de fato, prevenção
contra a morte.<br />
A
outra premissa diabólica consiste em afirmar que Deus teria “segundas
intenções”, o que no direito chamamos de “reserva mental”: se comessem
do fruto proibido, alegou a serpente, nossos Primeiros Pais teriam os
olhos abertos, e seriam “como Deus, sabendo o bem e o mal”. Mais do que
isso: de acordo com a proposta do diabo, conhecer o bem e mal é igual a
divinizar-se. E, como sabemos, tal falácia despertou no coração humano o
desejo por esse “entendimento” emancipatório (cf. Gn 3.6).<br />
A árvore da ciência do bem e do mal é a <em>árvore ética</em>,
porque ética é justamente o conhecimento do bem e do mal, do certo e do
errado, do justo e do injusto. Antes da Queda, o Criador, por assim
dizer, <em>alimentava a humanidade com a ética divina</em>, orientando-a
sobre o caminho a seguir; depois da Queda, houve uma proclamação de
independência, de autonomia, de emancipação moral, momento em que Adão e
Eva decidiram buscar em si mesmos o critério de aferição da verdade.<br />
Da
mesma forma como a mulher achou que a árvore era “boa para se comer”,
“agradável aos olhos” e “desejável para dar entendimento”, persistem em
toda a história “a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e
a soberba da vida” (cf. I Jo 2.16), repetindo-se o percurso
transgressor que nos trouxe à tragédia. É assim que “cada um é tentado
quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência”, depois do
quê, uma vez consumado, o pecado “gera a morte” (cf. Tg 1.14,15). E
morte, em vez de aniquilação, é <em>separação</em>, a ponto de todos estarem “separados (…) da glória de Deus” (cf. Rm 3.23).<br />
A
teologia liberal, racionalista por natureza, labora nas premissas da
serpente, na medida em que erige a dúvida como pressuposto, e não a fé;
propõe o entendimento humano como alvo a ser alcançado, e não a
obediência a Deus; e distorce os fundamentos da Palavra do SENHOR,
porque não sabe conviver com a verdade pura e simples.<br />
O
relativismo ético teve origem no Éden: foi lá que, primeiro, alguém
alçoou a voz para propor uma ética própria, essencialmente humana,
avessa ao transcendente, orgulhosa e degenerada. Ali nasceram o
antropocentrismo (culto à humanidade) e o hedonismo (culto ao prazer).
Foi no Éden, por ocasião da Queda, que a primeira criatura humana teve a
ousadia de se autoafirmar perante o Criador, como se pudesse conduzir
sua existência sobre bases exclusivamente humanas, o que se define por
secularização.<br />
Não é preciso descrer na historicidade adâmica para
considerar a dimensão ética e filosófica do relato acima referido.
Alguém poderia afirmar que Deus tinha o direito de estabelecer o
mandamento como simples prova moral, a seu soberano critério, mas, pelo
conjunto das Escrituras, sinto-me autorizado a afirmar que o preceito
violado pelo Primeiro Casal era mais do que um teste, dizendo respeito,
isto sim, à natureza do relacionamento proposto por Deus à raça dos
filhos de Adão.<br />
Creio, pois, que a Bíblia nos permite compreender o
mandamento de Gn 2.16,17 como o fundamento ético da existência humana,
mostrando-nos que não existe verdadeira liberdade sem obediência a Deus,
que o Homem só é feliz se estiver em Deus, e que a morte, no sentido
mais dantesco da palavra, é viver como se Deus não existisse.<br />
Enquanto
o descrente vive nesta Terra, Deus lhe dá oportunidades, mas haverá um
dia em que todo aquele que vive como se Deus não existisse terá a triste
e amargurada companhia do mais absoluto silêncio de Deus, da mais
absoluta distância de Deus – esta será “a segunda morte”, consectário
lógico da primeira, que destampou no jardim.Bíbliahttp://www.blogger.com/profile/15212445724910063704noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9072747560169582710.post-79214147774963410862018-05-11T08:41:00.000-07:002018-05-11T08:41:19.052-07:00Por que o movimento evangélico cresce e o Brasil não melhora?Em 2020, provavelmente seremos numericamente a classe religiosa
predominante no país. Todavia, o que vemos hoje, já com todo um avanço
do movimento evangélico em décadas? Corrupção na política, a violência
urbana, a desigualdade social nunca foram tão alarmantes. Jamais vivemos
com tão baixa qualidade de vida, e jamais sofremos tanto com a ausência
de representatividade na sociedade.<br />
Quando a sociedade brasileira
procura debater assuntos densos e vitais, pouquíssimos evangélicos são
chamados à participar da conversa. Seria apenas uma perseguição velada
ou de fato estamos destoando na relação “discurso x prática” do que
cremos? Não seria o evangelho a solução para que o ser humano fosse
redimido e vivesse num contexto de graça e não de impiedade? Por que
então a nova vida em Cristo não promove na comunidade da fé uma práxis
tão relevante entre os incrédulos que os atraiam a nos ouvir, mesmo que
em assuntos não-religiosos?<br />
E mais: ainda somos um povo marcado por algumas expressões:<br />
<strong><em>Dízimos</em>:</strong> <em>fora a polêmica em si sobre o conceito, usam essa prática como um meio de acusar os pastores de ladrões e vagabundos.</em><br />
<strong>Fofoca:</strong><em>
o pecado mais comum entre os arrais evangélicos, e ao mesmo tempo menos
passivos de disciplina ou até exclusão do rol de membros, o que é bem
diferente do pecado sexual no namoro. </em><br />
<strong>Gula:</strong> <em>“crente não bebe, mas come (…)”.</em><br />
<strong>Hipocrisia:</strong> <em>os
que não frequentam uma igreja evangélica sempre pensam que os
evangélicos devem se impor moralmente sobre os outros – um fardo que
eles mesmos não poderiam carregar na vida.</em><br />
Tais marcas são
significativas; porém, em especial, o que mais nos marca nesta geração é
o fato de que demonstramos algumas negligências na missão, na ação
social, no testemunho de vida e na comunhão. Claro que não se pode
generalizar, pois sempre existem os famosos sete mil que não se dobraram
a “Baal”, mas “7.000” numa demanda milionária em termos nacionais e
bilionária de gente em termos globais a se alcançar com o evangelho é
muito pouco.<br />
<h3>
Uma série de constatações</h3>
Respondendo
objetivamente à pergunta do título deste artigo, creio que duas palavras
abririam espaço para uma compreensão desta resposta: <strong>engajamento cristão</strong>.<br />
Se
houvesse mais engajamento missionário, mais engajamento político, mais
engajamento intelectual, mais engajamento profissional, ético, teológico
e eclesiástico, com tudo isso visando a glória de Deus e a salvação dos
homens, creio que o crescimento seria manifesto em transformação da
sociedade como um todo.<br />
A sociedade está sofrendo porque a Igreja
(com algumas exceções), de forma geral, está enclausurada em programas,
movimentos em quatro paredes, consumismo, materialismo, disputas
templocêntricas, eventos com um fim no dinheiro ou no entretenimento
etc. Pouco produzimos na sociedade, pouco se investe em “gente”.<br />
Muitos são evangelistas ou profetas apenas no Facebook enquanto gente ao nosso lado morre de depressão.<br />
Somos
pouco reflexivos e muito sensitivos; somos barulhentos e não damos
valor à meditação na Escritura conforme Salmo 1, além de não aceitarmos
críticas, como se toda opinião contrária ou fosse do demônio ou fosse
emitida pelo outro por pura birra ou inveja.<br />
Muita
superficialidade; pouca devoção. Muito show gospel; poucas reuniões de
oração e busca do poder de Deus. Muito discurso gospel; pouca prática
cristã.<br />
Há quem tenha crise com o termo “evangélico”, o que ainda
não é o meu caso, pois entendo que tal termo é historicamente marcado
por muita influência nas maiores transformações sociais que o mundo
moderno sofreu, com o advento da Reforma e a participação efetiva de
tantos irmãos cheios do Espírito Santo e da graça de Deus que não só
pregaram mas serviram suas nações com obras dignas de Cristo,
construindo creches, universidades, hospitais e outras instituições que
promovem a vida e a dignidade humanas. A democracia, tão exaltada nos
dias de hoje, é uma conquista de muitos irmãos evangélicos, direta e
indiretamente. O estado laico, tão reivindicado nos tempos atuais, é uma
vitória política alcançada pela cosmovisão reformada. Ser evangélico,
no sentido puro do termo, é ser uma pessoa do evangelho, que busca a
redenção do ser humano por meio da graça multiforme que há em Cristo
Jesus, o Deus-homem. No entanto, é de se reconhecer que há hoje em dia
um rótulo negativo sobre esta expressão “evangélico”.<br />
E há ainda uma questão maior: a mensagem é poderosa, mas os mensageiros talvez não saibam disso.<br />
<h3>
Sendo assim, o que fazer?</h3>
Precisamos,
a meu ver, de pelo menos três ações graciosas que iniciam-se em Deus,
alcançam o nosso coração e, após transformá-lo, culminam em
transformações na sociedade.<br />
<strong>Avivamento genuíno</strong><br />
Que
começa por um retorno às Escrituras. No entanto, o povo de Deus somente
se voltará para sua Palavra quando o Senhor soberanamente agir em nosso
favor por meio dos cristãos verdadeiros que já entendem a urgência
visceral desta demanda espiritual. Os que já se posicionaram frente ao
evangelho e decidiram esmagar o próprio ego todos os dias precisam
assumir os púlpitos das igrejas e todas plataformas de comunicação das
verdades divinas possíveis para gerar influência no máximo dentre
aqueles que dormitam na fé. Precisamos pregar a palavra com paixão,
fidelidade aos textos inspirados e ousadia, para que os grandes frutos
da verdadeira vida no Espírito sejam produzidos.<br />
A terra está
clamando não por grandes avivamentos espirituais que se fundamentam e se
estabelecem na sensorialidade epidérmica, mas por um avivamento
embasado nos dois maiores frutos do evangelho: <strong>ARREPENDIMENTO E FÉ</strong>.<br />
<strong>Discipulado bíblico</strong><br />
A
palavra que esmaga o ego é a palavra que exalta o Senhor Jesus nos
corações que foram feridos por ela. E estes que encontram o Rei por meio
da mensagem magnífica do evangelho e decidem se arrepender e crer para a
vida eterna são compelidos a encontrar o valor de sua espiritualidade
no outro, naquele que carece de ensino e vida praticada. O discipulado
bíblico é feito para que o discípulo se torne discípulo verdadeiro de
Jesus, não de homens. E quanto mais discípulos de Jesus, mais atuações
reais nos dramas da sociedade caída, gerando assim mudanças no status
quo e um aumento da qualidade de vida em todos os âmbitos.<br />
<strong>Redenção cultural</strong><br />
Cristãos
que vivem o evangelho podem redimir a cultura vigente, que está
sofrendo impactos fortíssimos do pecado. Os valores morais, o modelos
políticos e socioeconômicos e toda uma maneira de se viver em sociedade
podem se ajustar aos desígnios de Cristo revelados em sua palavra. O
povo do Crucificado/Ressuscitado/Glorificado é ainda a esperança de dias
melhores na nação brasileira. Oro para que, em ano de eleições, a
comunidade cristã que entende o que significa o reino de Deus cumpra de
forma aplicada a obediência de 2 Crônicas 7.14.<br />
Deus pode sarar o Brasil. E o processo de cura começa de dentro pra fora. Começa, portanto, na cura de muitos evangélicos.<br />
<br />
Gospel Prime Bíbliahttp://www.blogger.com/profile/15212445724910063704noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9072747560169582710.post-50415894402106135182018-04-13T13:30:00.001-07:002018-04-13T13:30:21.794-07:00O que significa levita? Levitas eram cantores?Criou-se no meio evangélico, sobretudo pentecostal e neopentecostal, o
hábito de referir-se à cantores da igreja como “levitas do Senhor”. Não
poucos cartazes espalhados por aí anunciam os cantores convidados como
“levitas”. Mas afinal, o que é um levita? A Bíblia respalda o costume
moderno de chamar cantores de levitas?<br />
<br />
<h3>
Quem eram</h3>
Levitas eram descendentes de Levi, o terceiro filho
do casamento de Jacó com Lia. Foram separados por Deus para se
responsabilizarem pelo sistema cultual e sacrificial da nação de Israel.
Arão e seus filhos, que também eram da tribo de Levi, ficaram
responsáveis pelo sacerdócio, enquanto os demais levitas auxiliavam nos
serviços do tabernáculo e, posteriormente, do templo.<br />
<h3>
O que faziam</h3>
Segundo
o Dicionário Ilustrado da Bíblia, os jovens levitas começavam seu
trabalho como assistentes dos sacerdotes e dos chefes dos levitas e iam
progredindo para cargos mais altos, tais como porteiro, músico da
orquestra (nos dias de Davi) e administrador. Os levitas se aposentavam
do serviço aos 50 anos de idade, embora continuassem dando assistência
(mas sem realizar serviço braçal) aos jovens sucessores (Nm 8.25-26).<br />
Alguns dos serviços realizados pelos levitas:<br />
<ul>
<li>Responsáveis pela guarda e conservação do tabernáculo e de todos os seus móveis e utensílios (Nm 1.50-53; 3.6-0; 4.1-33);</li>
<li>Auxiliavam os sacerdotes a matar e esfolar os animais para o sacrifício;</li>
<li>Examinavam os leprosos, conforme a prescrição da Lei;</li>
<li>Recebiam os dízimos dos demais judeus, mas também entregavam seus dízimos aos sacerdotes (descendentes de Arão);</li>
</ul>
No
reinado de Davi (1Cr 23.1-5), com grandes reformas litúrgicas feitas
por aquele monarca de Israel, os levitas foram divididos em quatro
classes:<br />
(1) assistentes dos sacerdotes no trabalho do santuário; (2) juízes e escribas; (3) porteiros; (4) músicos.<br />
Perceba
que a música era apenas uma dentre muitas ocupações dos levitas. Aliás,
vale ressaltar que primordialmente a música não era atribuição dos
levitas, e sim o auxílio aos sacerdotes na organização do tabernáculo ou
templo e do culto judaico. Tocar e cantar foi uma função agregada aos
levitas tardiamente.<br />
<h3>
E então, cantores são levitas hoje?</h3>
Primeiro
vale dizer que nenhum texto do Novo Testamento trata os cristãos como
levitas, mas diz que todos os salvos – não apenas cantores! – fomos
feitos “reino e sacerdócio” (Ap 5.10; conf. 1Pe 2.9: “Mas vós sois…
sacerdócio real”). Ou seja, todo crente é um sacerdote, porque oficia
diante de Deus, ministrando culto e adoração ao Senhor. Mas levita
propriamente, a Bíblia não diz que nós cristãos somos.<br />
Segundo,
vale questionar: se levitas não eram nem primordialmente nem
exclusivamente cantores ou músicos, por que hoje adjetivamos apenas os
que trabalham com louvor como levitas? Levitas também eram porteiros,
mas não chamamos nenhum porteiro de levita. Levitas eram responsáveis
pela limpeza do tabernáculo, mas não chamamos as zeladoras da igreja de
levitas. Por que só os cantores ou músicos são chamados de levitas?<br />
Terceiro,
um descendente da tribo de Judá (como Jesus) ou de qualquer outra tribo
que não fosse Levi, jamais poderia ser chamado de levita ou ocupar o
ofício levítico. Por que esta obsessão pelo título de levita, quando não
se é judeu descendente de Levi?<br />
Os que assim insistem em apelidar
cantores ou músicos da igreja ou se autoproclamar como “levita do
Senhor”, devem responder a algumas perguntas básicas:<br />
<ol>
<li>É judeu? Tem o sangue de Jacó correndo nas veias?</li>
<li>É da tribo de Levi? Pode comprovar isso?</li>
<li>Está
disposto a reconhecer que como levita tem outros deveres além de
cantar, inclusive auxiliar na limpeza ou na portaria do templo?</li>
</ol>
Bíbliahttp://www.blogger.com/profile/15212445724910063704noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9072747560169582710.post-79323363533392533892018-03-30T07:20:00.002-07:002018-03-30T07:20:34.060-07:00O que é Ética Cristã<strong>INTRODUÇÃO</strong><br />
Falar de ética cristã não é fácil,
nem tão simples quanto gostaríamos. O assunto é vasto, dialoga com
muitas áreas do saber, e demanda muita pesquisa por parte do ensinador
da Palavra de Deus. Só na obra <strong><em>Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia</em></strong>, do Dr. Russel Norman Champlin (ed. Hagnos), a conceituação do verbete <strong>ÉTICA</strong>
(em suas diversas ramificações) ocupa quase 34 longas páginas! Há
fortes e variadas implicações filosóficas e teológicas na abordagem
deste assunto, mas as nossas aulas dominicais exigem que sejamos menos
técnicos e prolixos, e mais práticos e concisos na abordagem desse
assunto, para que não imponhamos prejuízo ao entendimento de nossos
alunos, cuja formação secular e bíblica é tão variada. Discussões mais
técnicas deixamos para ambientes de ensino técnico, como as faculdades
ou seminários.<br />
Não podemos também nos esquecer que precisamos <strong>falar de ética numa perspectiva cristã</strong>,
objetivando alcançar não apenas a mente de nossos alunos, transmitindo
informação e promovendo discussão, mas, muito mais que isso, levarmos
nossos alunos à reflexão, e à uma tomada de postura ética que seja
bíblica e cristã no enfrentamento da inversão de valores morais como
percebemos na sociedade em que vivemos. Como dizia o pedagogo Howard
Hendricks, <em>“ensinando para transformar vidas”</em>! Bom trimestre e boa aula!<br />
<em>Antes
de prosseguirmos, gostaria de te apresentar um conteúdo que pode lhe
ajudar a melhorar suas aulas na Escola Bíblica Dominical. O curso
produzido pela Universidade da Bíblia chama-se Formação de Professores
para Escola Bíblica Dominical e tem matérias sobre a psicologia da
educação cristã, didática, métodos de ensino entre outros. <a class="external" href="https://go.hotmart.com/N6466234Q?src=art24995" rel="nofollow">Clique aqui e saiba mais</a>!</em><br />
<h3>
I. CONCEITO DE ÉTICA CRISTÃ</h3>
O pastor e teólogo assembleiano Claudionor de Andrade, em seu livro <em>As novas fronteiras da Ética Cristã</em> (CPAD), apresenta-nos dois conceitos básicos de ética:<br />
<strong>1. Ética (secular)</strong> – <em>“conjunto
de normas e preceitos valorativos, cuja missão é orientar o indivíduo,
em particular, e a sociedade, como um todo, a trabalhar pelo bem comum”</em> (1). Andrade faz, contudo, a ressalva de que<em> “no âmbito das academias, porém, a ética adquire algumas conotações bastante deletérias”</em>.
Entretanto, para fins pedagógicos, nos contentaremos com o conceito
apresentado acima, apenas acrescentando o étimo da palavra ética: no
grego, ética é “<em>ethos</em>”, que significa <strong><em>“costume”, “disposição”, “hábito”</em></strong>. Assim, o Dicionário de Filosofia de Nicola Abbagnano define ética com brevidade: <strong><em>a ciência da conduta</em></strong> (2).<br />
Como é impossível falar de <strong>ética</strong> e não falar de <strong>moral</strong>, visto que ambos os conceitos são intimamente correlatos, precisamos aqui também conceituar moral. Moral, do latim <em>morales</em>, refere-se, segundo o comentarista da nossa Lição, o Dr. Douglas Baptista, <em>“ao
comportamento das pessoas e às reações dos indivíduos que compõem uma
sociedade em relação às regras estabelecidas pela ética”</em> (3).
Poderíamos dizer que Ética (com inicial maiúscula) é a ciência que
estuda o comportamento humano ideal; ética (com inicial minúscula)
corresponde ao próprio comportamento ideal em sociedade; e moral
corresponde à reação individual de cada membro da sociedade em relação
ao que está como padrão ideal. Os que seguem os valores éticos da
sociedade são considerados sujeitos morais, ao passo que aqueles que
vivem de modo transgressor aos padrões éticos são chamados de imorais.<br />
<strong>2. Ética cristã</strong> – <em>“é
a ciência que tem por objetivo orientar não apenas o cristão, mas
também o não cristão, quanto às reivindicações da Bíblia Sagrada acerca
de sua conduta pessoal, familiar e publicar”</em> (4). Champlin diz que <em>“A ética cristã normal e ortodoxa é uma forma de ética absoluta”,</em> cujo pressuposto básico <em>“é que os princípios morais alicerçam-se sobre padrões imutáveis, que não se alteram em face de situações ou de indivíduos”</em> (5). Mas os valores absolutos da ética cristã são absolutos porque repousam sobre a revelação de Deus nas Escrituras Sagradas. <em>“Portanto,
a ética cristã não se modifica e nem se relativiza. Desse modo, a ética
cristã não pode ser desassociada da moral e dos bons costumes
preconizados nas doutrinas bíblicas”</em>, conclui o comentarista
Douglas Baptista (6). A ética cristã, portanto, é sujeita às doutrinas
bíblicas, jamais o inverso. O decano da educação cristã no Brasil, Pr.
Antônio Gilberto, é incisivo: <em>“A doutrina bíblica gera bons
costumes, mas bons costumes não geram boa doutrina. Igrejas há que têm
um somatório imenso de bons costumes, mas quase nada de doutrina. Seus
membros naufragam com facilidade por não terem o lastro espiritual da
Palavra”</em> (7).<br />
Concluo este tópico com três princípios elementares da ética cristã:<br />
Primeiro,<strong> a ética cristã é UNIVERSAL</strong>, ou seja, os valores que ela apregoa são válidos para todos os homens em todo mundo; segundo, a ética cristã é <strong>SUPRACULTURAL</strong>,
isto é, está acima das culturas locais, podendo até mesmo ajustá-las ou
transformá-las, para que elas se adequem aos valores cristãos (por
exemplo, culturas onde a idolatria, poligamia, pedofilia ou violência
contra a mulher são praticados e algumas vezes até reconhecidos e
assegurados por políticas ou costumes locais); por último, a ética
cristã é <strong>ATEMPORAL</strong>, ou seja, não tem prazo de validade.
Aquilo que o Evangelho apresenta como regra de fé e prática deve ser
obedecido em todo mundo e em todo tempo. A ética cristã traz os marcos
antigos que não podem ser removidos! (Pv 22.28; 2Ts 3.6)<br />
<h3>
II. FUNDAMENTOS DA ÉTICA CRISTÃ</h3>
Como já dissemos no primeiro tópico, <strong>o principal fundamento da ética cristã é a Palavra de Deus, a Bíblia sagrada</strong>. Neste sentido, <strong>é
preciso considerar que a Bíblia é a Palavra inspirada, inerrante e
infalível de Deus! Romper com estes pressupostos – como fizeram os
teólogos liberais e/ou ecumênicos – é romper também a noção dos valores
absolutos esposados na Bíblia Sagrada. Ou seja, recusar que a Bíblia é a
Palavra de Deus inerrante é recusar que ela tenha a última palavra em
matéria de conduta moral para o ser humano</strong>. Mas a Bíblia é a nossa regra de fé e prática – <em>Sola Scriptura</em>!<br />
Como
está bem colocado no corpo da nossa Lição (CPAD), os fundamentos
bíblicos da ética cristã perpassam desde o Decálogo (Os Dez
Mandamentos), pelo sermão do monte de Jesus, pelos ensinos paulinos, até
as epístolas gerais do Novo Testamento. Visto que a Bíblia nos revela o
caráter de Deus e conclama-nos a imitá-lo (Ef 5.1), precisamos
voltar-nos para as páginas do livro sagrado se quisermos saber que
maneira de proceder é adequada ou não ao cristão. <strong>A Bíblia é o nosso ponto de referência para distinguirmos o certo e o errado!</strong> O que convém e o que não convém! (1Co 10.23) E assim separarmos o santo do profano (Lv 10.10). Alan Pallister destaca: <em>“uma
ética fundamentada na Lei de Deus e no ensino de Cristo é
manifestamente uma opção melhor e mais racional, do que uma ética que
pretende se fundamentar no iluminismo ou em filosofias mais recentes”</em> (8).<br />
Agora,
como bem salienta o pastor Claudionor de Andrade, embora a Bíblia tenha
a supremacia em matéria de ética cristã, não descartamos um <strong>apoio secundário em outras fontes legítimas.</strong> Andrade destaca, além da Bíblia, <strong>o papel da tradição eclesiástica, das leis humanas e dos bons costumes</strong>,
sendo que todas estas outras fontes de conhecimento e orientação só
estão legitimadas enquanto em consonância com a Palavra de Deus.
Sobretudo por razões apologéticas, ou seja, na defesa da fé e dos
valores cristãos, precisamos nos munir de múltiplos conhecimentos para
darmos a razão de nossa fé aos que nos inquirirem sobre questões éticas.
Andrade explica:<br />
<em>“Não basta dizer, por exemplo, que o aborto é
uma prática condenável. É necessário que nos especializemos no assunto,
visando conhecer-lhe todas as implicações. Dessa forma, teremos um
firme embasamento para justificar as demandas da Palavra de Deus quanto à
santidade da vida humana. (…) Se não formos razoáveis e lógicos, jamais
seremos ouvidos por um mundo relativizado, incrédulo, exigente e
inamistoso”</em> (9).<br />
Assim sendo, <strong>é bom que sejamos tradicionais sem ser tradicionalistas; legais sem ser legalistas</strong>.
Tanto a tradição da igreja histórica, especialmente via Credos
religiosos, como as leis seculares, especialmente naquilo que pretende
assegurar o direito e a proteção aos bons costumes, podem ser apoios
para o cristão explicar e aplicar os valores da Palavra de Deus em
nossos dias. Há muitos questionamentos feitos pelo homem moderno cujas
respostas não estão dadas direta e objetivamente na Bíblia, mas a partir
do bom senso e de uma apreciação razoável da opinião de homens e
mulheres de Deus que viveram no passado além de um profundo conhecimento
das leis e dos costumes de um povo, podemos apresentar soluções
adequadas aos dilemas da sociedade. Por exemplo, a Bíblia não diz nada
sobre pesquisa com células tronco, nem sobre pleitos eleitorais, nem
sobre ideologia de gênero ou sobre o consumo de drogas. Mas certamente o
conhecimento dos princípios e doutrinas bíblicas, aliado a uma leitura
profunda destas demandas da sociedade em nosso tempo, poderão munir o
cristão para “responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a
razão da esperança que há em vós” (1Pe 3.15).<br />
<h3>
III. CHAMADOS A VIVER ETICAMENTE</h3>
Nossa
primeira Lição deste trimestre tem como texto bíblico de base os
versículos 1 a 13 do décimo capítulo da primeira carta de Paulo aos
Coríntios. Neste trecho bíblico, o apóstolo Paulo ressalta a morte de
milhares de judeus no deserto durante a fuga do Egito em virtude dos
muitos pecados praticados de modo contumaz por aquela geração
incorrigível. Paulo destaca os seguintes pecados: cobiça (v.6),
idolatria (v. 7), prostituição (v. 8), tentar a Cristo (v. 9), e
murmuração (v. 10). O que merece destaque é que aquela trágica
experiência da geração desobediente de Israel está posta para nós <em>“em figura”</em>
(v. 6), ou “como figuras, e estão escritas para aviso nosso, para quem
já são chegados os fins dos séculos” (v. 11). Ou seja, o que Israel
padeceu por não viver a ética estabelecida por Deus é um aviso de Deus
para nós hoje que, a exemplo deles, padeceremos se não atentarmos para
os valores do Reino de Deus.<br />
<ol>
<li><strong>Cobiça</strong> – A
ética cristã ao mesmo tempo em que reprova a cobiça às posses alheias
(Ex 20.17; Rm 13.9), também defende a proteção ao bem alheio (Dt 19.14);
ao mesmo tempo em que condena a cobiça do que é mau, ordena a busca do
que é bom (3Jo 11).</li>
<li><strong>Idolatria</strong> – A ética cristã
não suporta a visão religiosa pluralista, nem pactua com o ecumenismo. A
teoria de que “tudo é Deus” (panteísmo), “todos os caminhos levam a
Deus” (politeísmo) ou que “somos todos irmãos” (ecumenismo) deve ser
rechaçada, visto que somente Deus é digno de ser adorado, e que Jesus
Cristo é o caminho, a verdade e a vida, excluindo qualquer possibilidade
do homem chegar-se a Deus por outros meios (Jo 14.6; At 4.12).
Idolatria foi um dos pecados mais recorrentes no antigo Israel, e a
razão de muitas vezes ter sido punido por Deus, inclusive com o exílio e
e constantes invasões estrangeiras.</li>
<li><strong>Prostituição</strong>
– A ética cristã é inimiga das relações sexuais libertinas, que não se
limitam ao leito conjugal que deve ser honrado. “Os que se dão a
prostituição, Deus os julgará” (Hb 13.4). Visto que vivemos dias
semelhantes aos de Noé e de Ló (Lc 17.26-28), em que os clamores pela
liberação sexual se multiplicam em toda terra, e práticas perversas têm
sido cada vez mais frequentes (bestialismo, homossexualismo, pedofilia,
etc.), a igreja precisa erguer a voz e levantar a bandeira dos bons
costumes judaico-cristãos: virgindade até o casamento, pureza entre
solteiros, respeito ao corpo como templo e morada do Espírito, casamento
heterossexual e monogâmico. A Igreja deve ser o sal que preserva da
corrupção e traz o bom sabor, e também deve ser a luz que dissipa as
trevas da imoralidade! (Mt 5.13,14)</li>
<li><strong>Tentar a Cristo</strong> – O que significa tentar a Deus ou tentar a Cristo? O Dr. Anthony D’Palma responde com clareza:<em>
“‘Tentar o Senhor’ é experimentar até que ponto se pode abusar da
paciência de Deus antes de incorrer em seu julgamento (Dt 6.16)</em>”
(10). Abusar da paciência de Deus revela uma falta de temor no coração
do homem, mas a ética cristã é justamente pautada pelo temor e a
reverência a Deus! Logo, são imorais aqueles que vivem tentando ao
Senhor com seus pecados reiterados e a obstinação do coração.</li>
<li><strong>Murmuração</strong> – Como pontua o pastor Douglas Baptista,<em>
“o significado [de murmuração] aqui se refere à falta de ética que
provoca maledicência, inveja e calúnias contra o próximo, e ainda
provoca a ira de Deus”</em> (11). A ética cristã rege que sejamos
agradecidos a Deus em toda e qualquer situação (Cl 3.15; 1Ts 5.18), e
que não falemos mal de nosso próximo (Tg 4.11). Logo, mal utilizar a
língua para “incendiar um bosque” (Tg 3.5) é ferir ao mesmo tempo os
dois mandamentos em que se resume toda a Lei: amar a Deus e ao próximo
(Lc 10.27). Que nossas palavras sejam sempre agradáveis, nunca usando de
ira e maldizer, dando glórias a Deus em toda situação e comunicando
palavras de vida aos que nos ouvirem (Sl 19.14; Cl 4.6).</li>
</ol>
<h3>
CONCLUSÃO</h3>
Estou
plenamente convicto de que os conceitos introdutórios sobre ética
cristã trabalhados aqui serão ampliados ao longo do trimestre. A Igreja
do Senhor precisa se preparar para defender com mansidão e sabedoria os
bons valores que a sociedade tem negociado e perdido ao longo dos
séculos. O cantor Victorino Silva em uma de suas belíssimas canções,
diz: <em>“Parece que o pecar não é pecado mais, parece que o errar não é
errado mais, parece tão comum pedir mais um perdão, parece que o temor
não há nos corações”</em>. Este hino “Consequências” é um fiel retrato
da perca da ética cristã em muitos círculos evangélicos. Que lamentável!
“Antes que a lâmpada se apague” (1Sm 3.3) precisamos resgatar e
sustentar os bons valores como um antigo soldado que devia segurar e
utilizar bem sua espada em meio à guerra. Sim, este trimestre estamos
convocados pelo General dos Exércitos a “manejar bem a Palavra da
verdade” (2Tm 2.15) na defesa dos valores imutáveis e dos bons costumes
declarados no Evangelho. E isso faremos ao longo deste trimestre, se
Deus assim nos permitir!<br />
<br />
Gospel Prime Bíbliahttp://www.blogger.com/profile/15212445724910063704noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9072747560169582710.post-44264411950933237202018-03-16T12:25:00.002-07:002018-03-16T12:25:54.870-07:00Você está vivendo ou só gastando tempo de vida?A nossa vivência em sociedade, em todas as épocas, sempre nos levou a
buscar o sucesso. Só que, assim como em todas as épocas, buscamos e/ou
conquistamos sucesso com uma ou mais motivações.<br />
Mas ter motivação
para a conquista do sucesso não é, per si, causa excelente para nos
garantir a realização, pois, às vezes, buscamos o sucesso com uma ou
mais motivações erradas, e será no momento em que conquistarmos tal
sucesso que perceberemos que não estamos realizados e chegaremos à
conclusão de que tudo que fizemos foi não viver e sim gastar de tempo de
vida.<br />
Uma pessoa que busca o sucesso para provar a alguém que ela
não é o tipo de pessoa insignificante que tal pessoa julgou ser ela,
está fadada a enfrentar pelo menos três tipos de situações, quais sejam:
1. De superar os desafios requeridos para alcançar o sucesso que busca;
2. De tentar fazer com que seu desafeto “engula” seu orgulho e a
aplauda em seu sucesso; 3. De, provavelmente, se frustrar pelo fato de
ter buscado uma conquista que, embora lhe traga o sucesso, não lhe
proporcionará realização.<br />
<h3>
A vida é coisa séria</h3>
Como
está provado, viver não é tão fácil, pois podemos facilmente nos
permitir não viver por toda uma vida, ou parte dela, e, assim, ter de
encarar a frustração de não termos verificado o que nos motivou ou
motiva a buscar o que buscamos e a fazer o que fazemos.<br />
Embora eu
não seja adepto do busdismo, concordo com o que disse o pensador budista
Lao-Tsé que escreveu que “uma longa viagem começa com um único passo”.
Mas na vida não é tão simples assim. Antes de iniciarmos uma caminhada
rumo à conquista de algo, devemos nos questionar sobre nossa motivação
para tal até que todas as máscaras ilusórias tenham sido retiradas,
pois, se percorrermos um caminho que não nos fará bem à alma no final,
teremos feito uma longa e vã caminhada.<br />
<h3>
Risco</h3>
A
única pessoa a quem você precisa provar algo é à você mesmo, pois, do
contrário, vais se colocar como que em um julgamento onde as provas e
contraprovas vão debilitar sua alma e esmigalhar suas emoções te
tornando alguém facilmente suscetível à depressão, à ansiedade,
baixo-estima pessoal e à todas as demais doenças que podem afetar a uma
alma que não tem robustez existencial.<br />
<strong>Perguntas</strong><br />
O que está te motivando a fazer tudo o que você tem feito? Você, de fato, está vivendo ou só gastando tempo de vida?<br />
<br />
GOSPEL PRIME Bíbliahttp://www.blogger.com/profile/15212445724910063704noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9072747560169582710.post-20687705490244277212018-03-09T09:22:00.001-08:002018-03-09T09:22:21.640-08:00Dádivas, privilégios e responsabilidades na Nova AliançaQuer se tornar um Professor e Líder da Escola Bíblica altamente Capacitado e Comprometido com o Ensino Bíblico!?<br /> Conheça a <a href="https://cursos.gospelprime.com.br/formacao-professores-escola-dominical?src=art24909">Formação de Professores e Líderes para Escola Bíblica Dominical (EBD)</a>.<br />
<br />
<br />
<strong>INTRODUÇÃO</strong><br />
Hoje daremos continuidade e também
findaremos o ciclo de estudos na carta aos Hebreus que compara a antiga
com a nova aliança. Agora, entretanto, desenvolveremos nosso estudo
sobre o tripé: dádiva, privilégio e responsabilidade. Nosso capítulo em
estudo é o décimo capítulo de Hebreus, o qual alunos e professores devem
mastigar bem antes da aula dominical. Bom estudo!<br />
<h3>
I. A DÁDIVA DA NOVA ALIANÇA</h3>
O
evangelista Jimmy Swaggart diz que foram aproximadamente um bilhão de
animais sacrificados no Antigo Testamento até os dias de Cristo. Não
parece um número escandaloso, pois como cita o comentarista da Lição,
José Gonçalves, <em>“especialistas em cultura judaica, e na língua
hebraica, afirmam que houve situações nas quais os filhos de Arão se
gabavam de ficar cobertos de sangue sacrificial até os tornozelos”. </em>Entretanto,
o que afirma o autor da carta aos Hebreus é que “é impossível que
sangue de touros e dos bodes tire pecados” (Hb 10.4). Aqueles
sacrifícios da antiga aliança não eram capazes em si mesmos de expiar a
culpa dos pecadores, mas eram recebidos por Deus, dentro das condições
por Ele estabelecidas, somente porque eram “a sombra dos bens futuros”
(Hb 10.1), ou seja, apontavam para o sacrifício perfeito e que tem poder
nele mesmo de purificar os pecadores: o sacrifício de Jesus Cristo. Ele
é “o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”! (Jo 1.29) E o
sacrifício de Cristo, diz João, nos purifica de todo pecado (1Jo 1.7), e
é suficiente para propiciação dos pecados de “todo o mundo” (1Jo 2.2).<br />
Agora
veja: um bilhão de animais sacrificados em tempos outrora não podiam
purificar um só homem na Antiga Aliança, enquanto que o sacrifício de um
só homem é poderoso para purificar 8 bilhões de habitantes no planeta
terra hoje! Gosto do que dizia a matriarca do movimento metodista, a
mulher por trás da mente disciplinada e profícua do jovem avivalista
John Wesley, a sua mãe, Susanna Wesley (séc. 18). Susanna dizia que os
méritos da morte de Cristo não são esgotados por aqueles que são salvos,
mas <strong><em>“se houvesse tantos mundos para salvar quanto a
onipotência pudesse criar, um único sacrifício de si mesmo seria
suficiente para salvar todos”</em> </strong>(1). Claro, não sou adepto
da teoria do multiverso (muitos universos), mas ainda que houvesse
outros mundos, de fato, o único sacrifício de Cristo seria capaz de
alcançar todos pecadores onde quer que eles estivessem! Estavam certos
os nossos irmãos que diziam: “o sangue de Jesus tem poder”. De fato, tem
poder, e é imensurável!<br />
<h3>
II. OS PRIVILÉGIOS DA NOVA ALIANÇA</h3>
Embora
sejam muitos os privilégios da nova aliança da qual Cristo é mediador,
para fins didáticos, a nossa Lição destaca três privilégios:
regeneração, adoração e comunhão.<br />
<strong>1. Regeneração</strong> – como sendo uma obra interior operada pelo Espírito Santo ao tornar a criatura <strong><em>degenerada</em> </strong>pelo pecado em uma criatura <strong><em>regenerada</em></strong>
pelo sangue de Cristo. E tome nota disto ainda: pelo sangue de Cristo
não só o pecador que crê é regenerado ou renovado, mas também a Criação,
maculada pelo pecado do homem (Gn 3.17,18), será renovada para o
maravilhoso reino milenar de Cristo – a regeneração universal (Ap 21-22;
Rm 8.19-23).<br />
<strong>2. Adoração</strong> – como um caminho agora
aberto, sem mediadores, diretamente para Deus, pelo qual os
regenerados, ou santificados pelo sangue de Cristo, podem oferecer
orações, louvor e serviço para Deus, sem receio no coração já que foram
“purificados da má consciência” (10.22). Óbvio que o véu rasgado e o
novo e vivo caminho agora aberto para Deus não implica em que os
adoradores estão liberados para adorarem como bem entenderem, nem que a
reverência e o temor a Deus deva dar lugar à irreverência e desordem,
como é possível constatar em muitas igrejas que já perderam o senso de
reverência em nome de um evangelismo popular ao gosto do freguês, alguns
até abusando de gírias e extravagâncias na música, na pregação ou na
organização de um lugar para o culto público (alguns cultos há que se
parecem mais um festival de dança, outros se parecem com um um circo,
outros uma boate. Pasmem!). O caminho está aberto para todos os salvos, e
pelo sangue de Cristo o Pai nos recebe sem ira; todavia, o Pai continua
sendo santo e exige santidade daqueles que se aproximam dele para
cultuá-lo (Jo 4.23,24). O autor de Hebreus afirma claramente: “…adoremos
a Deus de modo aceitável, com reverência e temor, pois o nosso ‘Deus é
fogo consumidor’” (Hb 12.28,29, NVI).<br />
<strong>3. Comunhão</strong> –
com um novo povo, não mais por cumprimento de rituais externos impostos
pela Lei, mas pela fé do coração e a santificação pelo sangue de Jesus.
Este povo é a IGREJA, não mencionada explicita e diretamente na Antiga
Aliança, mas fundada por Jesus Cristo no dia de Pentecostes, quando o
Pai derramou o seu Espírito para constituir um novo povo que não estaria
restrito por barreiras étnicas ou sociais, nem por limitação
geográfica, e que receberia de Deus o poder e a vocação para anunciar as
maravilhas do Senhor a todo o mundo – já que Israel falhou em cumprir
sua vocação missionária na Antiga Aliança. “Eu edificarei a minha
igreja”, disse Jesus (Mt 16.18), e após o derramamento do Espírito em
Atos 2, já vemos esta igreja inaugurada, onde os irmãos em Cristo “todos
os dias, continuavam a reunir-se no pátio do templo. Partiam o pão em
suas casas, e juntos participavam das refeições, com alegria e
sinceridade de coração, louvando a Deus e tendo a simpatia de todo o
povo. E o Senhor lhes acrescentava todos os dias os que iam sendo
salvos” (At 2.46,47).<br />
Embora vivamos dias de <strong><em>desigrejamento</em></strong>,
onde se multiplica o número de membros pretendendo viver fora do corpo e
como ovelhas sem pastor, o modelo da igreja primitiva é contrário a
teoria dos desigrejados! Como vimos no texto de Atos supracitado, os
irmãos “continuavam a reunir-se”. Jesus disse que “onde se reunirem dois
ou três em meu nome, ali eu estou no meio deles” (Mt 18.20). As cartas
do Apocalipse não foram enviadas a membros desigrejados, nem à pastores
sem igreja, mas à pastores com igrejas que precisavam de correção ou
consolo e que deviam ser instruídas por eles conforme as orientações de
Cristo. O autor da carta aos Hebreus exorta: “Não deixemos de reunir-nos
como igreja, como é o costume de alguns, mas procuremos encorajar-nos
uns aos outros, ainda mais quando vocês veem que se aproxima o Dia” (Hb
10.25, NVI). Grave isto: a Igreja não “sou eu”. Eu sou membro do corpo. A
Igreja “somos nós”, pois nós somos o corpo (“um só corpo” – Ef 4.4), do
qual Cristo é o cabeça! Devemos considerar um grande privilégio fazer
parte do corpo de Cristo, “ajustado e unido pelo auxílio de todas as
juntas” (Ef 4.16). Como dizia um antigo corinho:<br />
<blockquote>
<h4>
<em>Como é precioso, irmão, está bem junto a ti,</em></h4>
<h4>
<strong><em>E juntos, lado a lado, andarmos com Jesus,</em></strong></h4>
<h4>
<strong><em>E expressarmos o amor que um dia Ele nos deu,</em></strong></h4>
<h4>
<strong><em>Pelo sangue do Calvário sua vida trouxe a nós</em></strong></h4>
</blockquote>
<h3>
III. RESPONSABILIDADES DA NOVA ALIANÇA</h3>
<strong>– O conceito de <em>aliança</em> implica responsabilidade</strong><br />
Creio
que aqui é o momento mais que oportuno para definir o conceito de
aliança, nos termos teológicos como estamos tomando por todo este
trimestre. A origem da palavra “aliança” é a mesma de “acordo” ou
“testamento”, e segundo o Dicionário Ilustrado da Bíblia, aliança é um
“acordo entre duas pessoas ou dois grupos envolvendo promessas de ambas
as partes”, todavia, com uma ressalva:<em> “implica em muito mais do que um mero contrato ou acordo (…), mas uma aliança que abrange todo o ser do indivíduo”</em>
(2). Ou seja, na aliança firmada entre Deus e os homens, há promessas e
responsabilidades de ambas as partes, mas não só um compromisso de
palavras ou troca de favores (se assim podemos dizer), mas o próprio
ser, a própria integridade, o próprio caráter, a própria essência de
Deus e dos homens estão envolvidos no pacto.<br />
Jesus disse que a
quem muito é dado, muito será cobrado, e a quem muito se confiou, muito
mais se lhe pedirá (Lc 12.48). Não nos foram dadas promessas maiores na
Nova Aliança do que aos judeus na Antiga Aliança? Já vimos ao longo
deste trimestre que sim, a Nova Aliança traz promessas superiores. Sendo
assim, como bem diz Paulo aos gentios de Roma, “não se orgulhe, mas
tema” (Rm 11.20). Tão grande é a responsabilidade do crente na Nova
Aliança que o autor de Hebreus diz em demoradas palavras:<br />
<blockquote>
<div style="text-align: left;">
“Porque,
se pecarmos voluntariamente, depois de termos recebido o conhecimento
da verdade, já não resta mais sacrifício pelos pecados, Mas uma certa
expectação horrível de juízo, e ardor de fogo, que há de devorar os
adversários. Quebrantando alguém a lei de Moisés, morre sem
misericórdia, só pela palavra de duas ou três testemunhas. De quanto
maior castigo cuidais vós será julgado merecedor aquele que pisar o
Filho de Deus, e tiver por profano o sangue da aliança com que foi
santificado, e fizer agravo ao Espírito da graça? Porque bem conhecemos
aquele que disse: Minha é a vingança, eu darei a recompensa, diz o
Senhor. E outra vez: O Senhor julgará o seu povo” (Hb 10.26-30).</div>
</blockquote>
E então o autor conclui:<br />
<blockquote>
“Horrenda coisa é cair nas mãos do Deus vivo” (v. 31)</blockquote>
Desde
que cumpramos nossa parte no acordo, Deus está disposto – e é poderoso –
a levar-nos muito mais longe do que levou os antigos patriarcas e
profetas. Todavia, que Deus ache em nós o que achou em Noé: prontidão e
retidão; o que achou em Abraão: fé e obediência; o que achou em Moisés:
renúncia e fidelidade; o que achou em Davi: paixão e quebrantamento; o
que achou em Pedro: ousadia e arrependimento; o que achou em Paulo:
serviço e perseverança.<br />
<strong>– Não existe salvação incondicional nem segurança incondicional para o crente</strong><br />
Nem
a salvação é incondicional, nem as recompensas são incondicionais. Tudo
tem uma condição, e resume-se em pelo menos três pontos no décimo
capítulo de Hebreus:<br />
<ul>
<li><strong>Vigilância,</strong> para não deixar-se apartar do Deus vivo seduzido pelo mundo ou pelos enganos das heresias</li>
<li><strong>Confiança</strong>, para aproximar-se de Deus (na Palavra e na oração)</li>
<li><strong>Perseverança</strong>,
para não recuar da fé outrora abraçada – o que seria trágico para o
crente! Aliás, no décimo capítulo de Hebreus novamente encontramos ao
mesmo tempo uma grandiosa promessa quanto uma contundente advertência e
que devem ser levadas a sério pelo leitor das Escrituras: “Por isso, não
abram mão da confiança que vocês têm; ela será ricamente recompensada.
Vocês precisam perseverar, de modo que, quando tiverem feito a vontade
de Deus, recebam o que ele prometeu; pois em breve, muito em breve
‘Aquele que vem virá, e não demorará. Mas o meu justo viverá pela fé. E,
se retroceder, não me agradarei dele’” (vv.35-38). Embora Teodoro de
Beza (1519-1605), sucessor de João Calvino em Genebra, tenha modificado
sem amparo exegético a última parte deste texto de Hebreus em sua
tradução, para retirar do texto bíblico a clara possibilidade do justo
vir a recuar da fé e não encontrar o prazer do Senhor (Beza como bom
calvinista não admitia esta possibilidade) (3), fato é que é exatamente
isso que o texto está dizendo: o justo precisa perseverar, mas há a
possibilidade de ele, este mesmo justo (o que foi justificado por
Cristo!) vir a deixar de perseverar. A consequência nesse caso já está
anunciada pelo próprio Deus: “não me agradarei dele” (NVI) ou “a minha
alma não tem prazer nele” (ARC). Como bem destaca José Gonçalves no
próprio comentário da Lição, “Não há dúvida de que ele [o autor de
Hebreus] acreditava que um cristão genuíno pode decair da graça, senão,
não teria sentido algum seu duro tom exortativo”. Aliás, sem véu, sem
sombras, sem figuras, o autor de Hebreus diz com clareza, como que sob a
luz do sol ao meio dia: “Cuidem que ninguém se exclua da graça de
Deus…” (12.15, NVI). Deus não brinca nem faz advertências inúteis. <strong>No
caminho para o céu há muitas placas sinalizadoras; ignorá-las ou
atenuar o perigo de suas advertências poderá custar um preço caríssimo
aos viajantes!</strong></li>
</ul>
<strong>CONCLUSÃO</strong><br />
Com
a Lição de hoje encerramos um ciclo de estudos sobre a antiga e a nova
aliança na Carta aos Hebreus. Nossa confiança é que mesmo que alguns
assuntos tenham sido repetidos nestas últimas Lições, tal repetição foi
não só exegeticamente justificada, como também pedagogicamente
necessária para fixar o assunto em nossas mentes. Assunto que, diga-se
de passagem, não é tão simples quanto podia parecer a uma primeira
vista: o sacerdócio de Cristo. O próprio autor de Hebreus admitiu que
este era um assunto difícil (Hb 5.11). A repetição ajuda na compreensão.
Se fosse Paulo ele diria: “Escrever-lhes de novo as mesmas coisas não é
cansativo para mim e é uma segurança para vocês” (Fp 3.1). Sejamos
agradecidos a Deus por todas as bênçãos que Ele já tem derramado sobre
nós e por tantas quantas ainda nos dará, e já que não podemos pagar por
todas estas dádivas, “por meio de Jesus, ofereçamos continuamente a Deus
um sacrifício de louvor, que é fruto de lábios que confessam o seu
nome” (Hb 13.15).<br />
____________<br />
<strong>REFERÊNCIAS</strong><br />
(1) Ronald Gripp Donato. <em>Susanna Wesley e sua influência na vida de John Wesley</em>, Reflexão, p. 123<br />
(2) Ronald F. Youngblood (ed.). <em>Dicionário Ilustrado da Bíblia</em>, Vida Nova, pp. 43,4<br />
(3) Para ler sobre a alteração textual feita por Beza, leia este post que publiquei em minha página no Facebook: <a class="external" href="https://www.facebook.com/photo.php?fbid=1091005037700557&set=a.113215372146200.15002.100003732127838&type=3&theater" rel="nofollow">https://www.facebook.com/photo.php?fbid=1091005037700557&set=a.113215372146200.15002.100003732127838&type=3&theater</a>.
Além do teólogo Robert Shank, que eu cito no post, o teólogo wesleyano
Orton Wiley aponta ao menos outra mudança textual também feita pelo
calvinista Teodoro de Beza em sua tradução de Hebreus, numa tentativa
forçada de adequar o texto à sua teologia perseveracionista. Uma
violência ao texto! Consulte <em>A excelência da Nova Aliança em Cristo: comentário exaustivo da carta aos hebreus</em>, Central Gospel, p. 293.Bíbliahttp://www.blogger.com/profile/15212445724910063704noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9072747560169582710.post-41400289728368507672018-03-02T13:13:00.001-08:002018-03-02T13:13:21.005-08:00O cristão como agente de transformação do BrasilTodo processo de transformação envolve mudar, adequar,
modelar algo para uma forma mais apropriada, mais produtiva, mais
qualificada, melhor. Nesse processo, os agentes somos sempre nós e o
instrumento transformador é o nosso trabalho, que expressa nossas
habilidades, conhecimentos e experiência.<br />
A transformação
do Brasil em todas as áreas da sociedade passa, portanto, pela adoção
de uma perspectiva de Deus sobre as profissões e o trabalho. Assim como
Deus se revelou por meio da Sua criação, trabalho de suas mãos, nós O
revelamos a partir de nosso trabalho, das atividades diárias que
desempenhamos profissionalmente.<br />
<br />
Deus nos criou para executar uma parte específica e fundamental de Seu
plano: fomos criados para cuidar do Seu mundo material e para formar
nações com base nas Suas leis e promessas (Gn. 1:28). Fomos criados para
revelá-LO pelos talentos, dons, capacidades e conhecimentos que Ele nos
dá (Mt. 5: 13-16). A alguns de nós, Deus capacitou na área econômica,
dos negócios, para revelá-LO enquanto Jeová Jiré: Deus Provedor. Outros,
Ele chamou para a área de artes para revelá-LO enquanto Deus da Beleza.
Outros ainda foram capacitados para lutar por Justiça na área do
direito, da política, ou ainda para disseminar o Deus da Verdade, por
meio das comunicações e da educação. Todos fomos chamados para revelá-LO
de uma forma particular pelo trabalho de nossas mãos, seja dentro seja
fora da instituição Igreja.<br />
<br />
Cristóvão Colombo, Katharina von Bora, Johannes Kepler,
Isaac Newton, Galileu, John Wesley, Adam Smith, Max Weber, entre tantos
outros homens e mulheres cristãos mundialmente conhecidos, exerceram
suas profissões – e se notabilizaram por isso –, focados em revelar a
Deus. Em seu diário, Colombo afirmou ter sido Deus a colocar em sua
mente a missão de navegar para as Índias. Kepler escreveu em 1598 que os
astrônomos seriam os sacerdotes de Deus quanto ao “livro da natureza” e
que deveriam buscar não a glória do seu intelecto, mas acima de tudo a
de Deus. Semelhantemente, Isaac Newton considerava a ciência um “jardim”
que lhe fora dado para cultivar e acreditava que cada descoberta era
comunicada pelo próprio Deus. Adam Smith, por sua vez, construiu uma
teoria econômica com base nos princípios bíblicos: o governo deveria
limitar suas atividades para administrar a justiça, fazer valer os
direitos de propriedade privada e defender a nação contra a agressão.<br />
Mais
recentemente, William Wilberforce, Martin Luther King e Clive Staple
Lewis (C. S. Lewis) revelaram Deus por meio de seu trabalho.
Wilberforce, um político britânico, liderou o movimento abolicionista do
tráfico negreiro, que se disseminou por todo o mundo a partir do século
XIX. Martin Luther King lutou contra a discriminação racial e foi um
dos mais importantes líderes de movimentos pelos direitos civis dos
negros nos Estados Unidos em meados do último século. Por fim, C. S.
Lewis, professor universitário e escritor, utilizou seu talento e seus
conhecimentos literários para traduzir e disseminar a mensagem do
Evangelho em ficções científico-religiosas, conhecidas em todo o mundo.<br />
Assim como eles, nós também podemos e somos chamados a ser
os agentes de Deus para transformar nossa Nação. Há um tempo, porém,
parte expressiva da Igreja cristã perdeu essa perspectiva sobre o
trabalho fora da instituição Igreja (“Teologia do laicato”). Como
resultado, a maioria do povo de Deus tem trabalhado 5 ou 6 dias por
semana para “ganhar dinheiro” e não para revelar e honrar a Deus a
partir de sua profissão. Temos sido uma Igreja sem influência, que vive
num mundo doente, inseguro e injusto, e pouco o tem impactado e o
transformado pela cultura do Reino de Deus.<br />
A
transformação do Brasil ocorrerá e alcançará a proporção necessária e
por nós almejada quando cada um de nós entender e exercer seu trabalho
para revelar Deus e implantar a cultura do Reino em nossa Nação. É <em>sendo</em> o Reino e <em>vivendo</em>
o Reino que testemunharemos a transformação do Brasil em uma Nação
conhecida pela alegria, paz e justiça. Já temos o Manual: a Palavra de
Deus revelada a nós. Resta-nos conhecê-la e praticá-la em relação a
todas as áreas da sociedade.<br />
<br />
Gospel Prime <br />
<br />
Bíbliahttp://www.blogger.com/profile/15212445724910063704noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9072747560169582710.post-66471323599909603632018-02-24T16:24:00.002-08:002018-02-24T16:24:45.321-08:00Diga não a fofoca! Não propague e nem escuteÉ difícil encontrar alguém que nunca tenha brincado de
“telefone sem fio”. E sabemos que a história nunca chega ao final da
forma como foi contada no início da brincadeira. O livro de provérbios é
muito rico em ensino e sabedoria e um tema muito abordado no livro é o
cuidado que devemos ter com a língua. Um órgão tão pequeno e tão letal.<br />
Lembro-me
de uma mulher que conheci ao longo da caminhada e ela costumava dizer:
“Não ouço nenhum tipo de fofoca. Quando alguém chega a mim com a
intenção de falar da vida de outra pessoa, eu corto e não escuto. O que
não diz respeito a mim e eu não posso ajudar, não me interessa e eu não
vou compactuar com fofoca”. E esse pensamento deveria ser regra em nossa
vida.<br />
Muitas pessoas ouvem fofocas e dizem que não
emitiram nenhuma opinião, simplesmente ouviram. Como se isso diminuísse a
responsabilidade delas. Não diminui! Não promova esse tipo de atitude
que desagrada a Deus e traz juízo sobre sua vida. Se os fofoqueiros não
tivessem ninguém que escutasse suas histórias, eles não continuariam com
essa prática do mal.<br />
<br />
Provavelmente você já deve ter escutado o ditado: “Quem fala
mal dos outros para você, com certeza fala mal de você para os outros”.
Evite pessoas fofoqueiras. A palavra de Deus é repleta de instruções
acerca desse assunto. Refreei a sua língua, não faça declarações falsas e
nem seja cúmplice do ímpio, sem lenha a fogueira se apaga, sem o
caluniador morre a contenda e etc. Precisamos buscar sabedoria do alto
para falar. Quem guarda a sua boca, guarda a vida.<br />
Muitos
“cristãos” se reúnem em rodinhas não para promover a comunhão, mas para
se sentirem melhor falando mal dos outros. É como se falar mal do irmão
o fizesse superior. Atentem-se! Não deem ouvidos para picuinhas, disse
me disse, opinião da multidão, concentre-se na palavra de Deus. Blindem
seus ouvidos, ativem os lábios para proferir palavras de vida!<br />
<br />
Seja mensageiro de boas notícias, use a língua para abençoar
o próximo. A melhor maneira de se livrar da fofoca é evitando o
fofoqueiro, evitando rodas de contenda. Quando falamos mal de alguém,
nós relevamos o nosso próprio caráter e exibimos os sentimentos ruins
que nutrimos em nosso coração. A fofoca revela mais sobre quem fala do
que de quem é falado.<br />
A Bíblia nos instrui a não falar
mal uns dos outros. Quando recebemos o mandamento do Senhor de que
devemos amar a Deus sobre todas as coisas e amar ao próximo como a nós
mesmos, não estamos vendo atitudes de fofoca e contenda, pelo contrário.
Se falharmos nisso e promovermos a fofoca, estaremos andando em direção
oposta a que nos foi ordenada por Ele.<br />
O amor nos ensina
sobre respeito, compaixão, amizade, e tantos outros predicados. Mas, o
contrário tem acontecido muito em nosso meio: o desamor. A fofoca é um
ato de desamor, um ato destrutivo de desrespeito e perversidade.
Precisamos examinar o nosso coração e pedir a Deus que nos conduza
debaixo de Sua vontade e bondade. Não seja fofoqueiro, não escute o
fofoqueiro, não sente em rodas de fofoqueiros. Seja propagador de boas
novas, seja vida o que sai da sua boca.<br />
<br />
Gospel Prime <br />
<br />
Bíbliahttp://www.blogger.com/profile/15212445724910063704noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9072747560169582710.post-70769522748090035962018-02-09T03:35:00.001-08:002018-02-09T03:35:21.873-08:00Evangelizar os perdidos dentro das igrejasOlá amigos, nossa jornada ministerial de acompanhar e
discipular casais de namorados cristãos de distintas igrejas têm nos
despertado para tarefa urgente em resgatar perdidos, mesmo dentro de
igrejas.<br />
Na Bíblia já há advertência sobre os nossos tempos. Em 1Timóteo 4:1-2, a Palavra de Deus nos alerta:<br />
O
Espírito diz claramente que nos últimos tempos alguns abandonarão a fé e
seguirão espíritos enganadores e doutrinas de demônios.<br />
<br />
Tais ensinamentos vêm de homens hipócritas e mentirosos, que têm a consciência cauterizada.<br />
Em 2 Timóteo 4:3, os nossos tempos ficam mais notórios quando a Palavra de Deus desenha o cenário atual:<br />
<br />
<em>“Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina;
mas, tendo grande desejo de ouvir coisas agradáveis, ajuntarão para si
mestres segundo os seus próprios desejos,”.</em><br />
O quadro fica mais apocalíptico quando constatamos o cumprimento da Palavra de Deus que nos informa que: <em>“E, por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos esfriará”. Mateus 24:12</em><br />
Refletindo
sobre esses versículos e constatando a realidade dentro de milhares de
igrejas, evangélicos não praticantes se acomodam e se amontoam em
igrejas com líderes que abrem mão de exortar sobre a verdade, de
denunciar o pecado e a chegada do Reino de Deus.<br />
Crentes
religiosos presentes em seus clubes sociais dominicais mais preocupados
em conquistar bênçãos, vencer na vida, resolver problemas que eles mesmo
criam, de realizar seus desejos como se fossem projetos de um Deus que
nem conhecem e cada vez menos participa das decisões de suas vidas.<br />
<br />
Não estranhemos que poucos continuem a caminhada cristã,
outros muito poucos se dediquem a obra Santa. Poucos que estarão como
luzes dentro de um mar de crentes mornos, carnalizados, cheios de
vontades e com vaidade e orgulho latentes, mas com sua carteira
atualizada de membro e pagador em dia de seu dízimo, comparecendo ao
menos na ceia mensal para bater o ponto.<br />
E a nossa
missão? Evangelizar é alcançar perdidos, não só lá fora como também aqui
dentro. Não podemos desistir nem daqueles que não conhecem a verdade
como aqueles que estão presos no lamaçal do pecado, mesmo com um Bíblia
debaixo dos braços.<br />
<em>Portanto ide, fazei discípulos de
todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito
Santo; Ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado;
e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos
séculos. Amém. Mateus 28:19,20</em><br />
<br />
<em>Gospel Prime </em><br />
<br />
<br />
Bíbliahttp://www.blogger.com/profile/15212445724910063704noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9072747560169582710.post-68134578254347845722018-02-02T05:07:00.002-08:002018-02-02T05:07:31.386-08:00Não à uma espiritualidade de ostentaçõesNa semana passada, eu estava no Marrocos e fiquei
impressionado com o que ali é chamado de RIAD. São espécie de hotéis
boutique de luxo, com lindos azulejos, jardins internos e piscinas. Mas,
o que é interessante é que não se vê nada disso de fora, pois pela
tradição islâmica no Marrocos, não se deve ostentar, para que os pobres
não se sintam mal.<br />
Assim, você passando pela frente dos
riads, vê apenas portas velhas e nada que chame a atenção. E pensando
sobre essa dicotomia, pensei duas coisas que já vi no meio cristão
demais, senão vejamos.<br />
A primeira são aquelas pessoas que
adoram ostentar uma espiritualidade superior à dos demais. Buscam orar
de forma diferente, mostrar suas aparentes virtudes e bondades, mas, o
seu interior é feio, sujo. E não frequentemente são pessoas que buscam
colocar fardo em cima dos outros, a partir da sua moralidade dúbia.<br />
<br />
<br />
É o que Jesus chama de sepulcros caiados, em Mateus 23:27,
ao se referir aos escritas e fariseus, de sepulcro caiado. Ou seja, são
podres por dentro, mas com uma aparência de belo (túmulo fétido por
dentro, mas com uma bela pedra pintada de cal branco, ou pedras de
mármores por fora, escondendo sua verdadeira aparência).<br />
Ou seja, nesta primeira hipótese, temos exatamente o contrário dos riads marroquinos.<br />
<br />
<br />
Porém, existe também a segunda situação de pessoas, em
nossas igrejas, que muitas vezes não chamam a atenção e são até vistas
por alguns como pessoas “frias”, mas, que por dentro exalam o bom cheiro
do Evangelho. E o principal: Suas vidas, seus atos cotidianos estão de
acordo com aquilo que pregam.<br />
O próprio Jesus enfatiza
claramente no Evangelho que nossa espiritualidade não deve ser de
ostentações, de chamar a atenção para a nossa pessoa, mas, sim que a
glória seja de Deus em tudo.<br />
Assim, é que Jesus nos diz que quando dermos esmola, que a nossa mão esquerda não saiba o que está fazendo a direita,<br /> de forma que nós prestemos a nossa ajuda em segredo. E Deus que vê o que é feito em segredo, nos recompensará (Mateus 6:3-4).<br />
Ademais,
Jesus nos orienta que quando orarmos, não sejamos como os hipócritas.
Estes gostam de ficar orando em pé nas sinagogas e nas esquinas, a fim
de serem vistos pelos outros. (Mateus 6:5).<br />
<br />
Diante do que escrevo acima, vejo isso como um grande desafio para o
cristão no mundo atual, pois nunca vi um período na minha vida onde o
narcisismo vazio, a vontade de aparecer e de se sobressair foi tão
evidente nas nossas relações e vivências. Que Deus possa estar
trabalhando no nosso interior e que tenhamos a abertura para reconhecer a
altivez dos nossos Bíbliahttp://www.blogger.com/profile/15212445724910063704noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9072747560169582710.post-70219281774216442762018-01-26T12:37:00.001-08:002018-01-26T12:37:18.751-08:00ESTRADA & CAMINHOUm dia, meu amigo Roberto, do Caminho, me ofereceu um CD com uma
mensagem do pastor Caio pregada em Julho de 2004, que ele gravou da
Rádio do Site, se não me engano... <br />
A mensagem me impactou. <br />
Primeiro, por ser a mesma de sempre: absolutamente comprometida com o
Evangelho e com mais nada. Ninguém pode dizer que não há Evangelho no
texto abaixo. Ninguém pode dizer que há qualquer outra coisa para além
do Evangelho, segundo a Palavra. <br />
Em segundo lugar, porque é a mesma de sempre, mas de forma
deliciosamente nova e irrepetida, e com contornos reflexivos
riquíssimos, criativos, poéticos e docemente didáticos. <br />
Então, o Roberto resolveu se dedicar a árdua tarefa de transcrever
todo o áudio, para que outros pudessem receber o benefício da Palavra de
Deus aqui declarada. <br />
Portanto, tenho certeza que se você imprimir esse material e se
debruçar des-apressadamente sobre ele - em oração e reflexão acerca de
si próprio na vida - certamente será abençoado, e terá “seus caminhos
aplainados”, ainda nessa vida. <br />
Enjoy it! <br />
Marcelo <br />
<div align="center">
<span style="color: #333399; font-size: x-small;"><b>ESTRADA & CAMINHO</b></span> </div>
<div align="center">
<img alt="" height="340" src="https://www.caiofabio.com/Arquivo/Image/antigas/Caminho.jpg" style="height: 257px; width: 321px;" width="454" /></div>
<div align="center">
SALMO 84 </div>
<br />
INTRODUÇÃO <br />
<br />
<div align="justify">
Esse é o salmo do peregrino. É o salmo que inspirou
muitas gerações de pessoas na terra de Israel que reuniam-se uma vez no
ano para irem ao templo adorar a Deus. Esse era o salmo do caminhante,
era o salmo da jornada, o salmo da estrada. A medida em que eles iam se
aproximando do templo, as alegrias do coração se manifestavam e o salmo
era falado como uma jornada do caminho, como uma confissão da estrada de
quem queria chegar num lugar da adoração. Nós não somos hoje pessoas do
templo, o templo somos nós, não temos nenhuma devoção por pedras,
colunas... Somos santuário de Deus, somos habitação de Deus no Espírito.
Portanto, a leitura desse salmo já não nos serve como uma inspiração
para quem está indo a um lugar de culto; seria de uma pobreza primitiva
enorme a gente pensar assim. Mas, é sobretudo uma viagem existencial
para esse lugar aonde Deus tem o seu pouso em nós e aonde nós temos o
nosso pouso em Deus, aonde a gente se aninha em Deus no caminho. </div>
<div align="justify">
<br /></div>
<div align="center">
<i><span style="color: #333399;">"Quão amáveis são teus tabernáculos, Senhor dos Exércitos! </span></i></div>
<div align="center">
<i><span style="color: #333399;">A minha alma suspira e desfalece pelos átrios do Senhor; o meu coração e a minha carne exultam pelo Deus vivo! </span></i></div>
<div align="center">
<i><span style="color: #333399;">O pardal encontrou casa, e a andorinha, ninho para si, onde acolha os seus filhotes; </span></i></div>
<div align="center">
<i><span style="color: #333399;">eu, os teus altares, Senhor dos Exércitos, Rei meu e Deus meu! </span></i></div>
<div align="center">
<i><span style="color: #333399;">Bem-aventurados os que habitam em tua casa; louvam-te perpetuamente. </span></i></div>
<div align="center">
<i><span style="color: #333399;">Bem-aventurado o homem cuja
força está em ti, em cujo coração se encontram os caminhos aplanados, o
qual, passando pelo vale árido, faz dele um manancial; de bênçãos o
cobre a primeira chuva. </span></i></div>
<div align="center">
<i><span style="color: #333399;">Vão indo de força em força;
cada um deles aparece diante de Deus em Sião. Senhor, Deus dos
Exércitos, escuta-me a oração; presta ouvidos, ó Deus de Jacó! Olha, ó
Deus, escudo nosso, e contempla o rosto do teu ungido. </span></i></div>
<div align="center">
<i><span style="color: #333399;">Pois um dia nos teus átrios
vale mais que mil; prefiro estar à porta da casa do meu Deus, a
permanecer nas tendas da perversidade. Porque o Senhor Deus é sol e
escudo; o Senhor dá graça e glória; nenhum bem sonega aos que andam
retamente. </span></i></div>
<div align="center">
<i><span style="color: #333399;">Ó Senhor dos Exércitos, feliz o homem que em ti confia."</span></i> </div>
<div align="center">
<br /></div>
<div align="justify">
<b><span style="color: #333399;">A GRANDE QUESTÃO DO CAMINHO, É COMO VOCÊ ANDA NO CAMINHO.</span></b> </div>
<div align="justify">
<br /></div>
<div align="justify">
A gente costuma associar a vida a uma estrada... Há
aqueles jargões cansativos que toda hora nos acomete do tipo: na estrada
da vida. E é, sem dúvida alguma, algo útil para nós, pensar que a vida é
alguma coisa que se assemelha a uma estrada. A imagem da estrada é útil
para entendermos a idéia do caminho. É útil porque aponta numa direção,
numa via, e é útil porque há um caminho na estrada, mas não há uma
estrada no caminho. Ou seja, a imagem da estrada me remete para o fato
de que estou andando na direção de algum lugar, isso me é útil porque na
vida não existe essa opção de não se estar andando. Não existe essa
chance de não ser e de não ir. De outro lado, essa imagem da estrada é
útil para nós porque nos mostra isso. </div>
<div align="justify">
No caminho de Deus que a gente anda, não existe uma
estrada fixa, de modo algum. Na mente da gente, na maioria das vezes,
quando se pensa em andar com Deus, o que se apresenta é uma idéia de uma
estrada fixa. Aí alguém chega e diz assim: "Jesus é o caminho". Aí o
sujeito imagina Jesus como sendo a BR-1 de Deus, um caminho fixo. Aí
você diz: "Como é esse caminho?". Então a pessoa te apresenta o manual
de doutrinas, e você aprende aquelas doutrinas. Chega até o ponto de
pensar que Deus não te ouviu, se você não mencionar a Trindade na
oração: "Pai eu te peço em nome do teu Filho, no poder do Espírito
Santo". Se não usar as três nomenclaturas, Deus ficou chateado. Já vi
gente ser interrompida ou, após uma oração, receber admoestação de
alguém que disse: "Escuta, você não falou em nome de Jesus". Porque se
você não completar o pacote da estrada com todas as sinalizações dela,
parece que você não está indo a lugar nenhum. </div>
<div align="justify">
Nesse sentido, a imagem da estrada não nos ajuda,
porque nós não estamos caminhando num caminho fixo. Ele disse: "Eu sou o
Caminho, a Verdade e a Vida". Não há fixidez, o que há é movimento na
Verdade que conduz a gente na direção da Vida sempre. A estrada física
conforme eu lhes disse é fixa. O caminho espiritual, por seu turno, é
vivo e não é fixo. No caminho espiritual não existe fixidez da estrada,
ou seja, o modo de caminhar e ver a estrada espiritualmente muda o
caminhante e muda a estrada. Numa estrada física, fixa, não interessa
como o caminhante caminha, a estrada é a mesma. Ele pode caminhar de
maneira apressada, ou lenta, agitada, angustiada, calma, contemplativa,
olhando em volta ou de maneira completamente alienada, a estrada é a
mesma... Ele pode botar no automático e deixar ir. No mundo espiritual,
no entanto, não é assim, não existe absolutamente nenhum chão fixo, por
isso é que o justo vive pela fé, pisa no chão da fé e sabe sobretudo
isto: o modo de caminhar e ver a estrada espiritualmente, muda o
caminhante e muda a estrada. A estrada, acerca da qual a gente está
falando hoje, é a existência de cada um de nós. Cada um de nós está numa
estrada. </div>
<div align="justify">
<br /></div>
<div align="justify">
<span style="color: navy;"><b>COMO É QUE A GENTE ESTÁ CAMINHANDO NESSA ESTRADA?</b></span> </div>
<div align="justify">
<br /></div>
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A estrada é chamada à existência, conforme o caminho do caminhante. </div>
<div align="justify">
<br /></div>
<div align="justify">
Isso que é extraordinário, porque a minha estrada não
existe por si só, ela é chamada à existência conforme o meu caminhar. A
estrada é conforme ela é andada, essa que é a verdade! Nesse sentido, a
estrada física-fixa fica pobre para ilustrar o caminho espiritual. A
estrada física não muda com os caminhantes, ela permanece a mesma. Mas a
estrada espiritual é feita pelo andar do caminhante, é produzida pelos
teus pés. Por isso não se pode apenas dizer para alguém: "Olha só, vê
ali, Jesus é o caminho, anda nele". Porque isso não vai significar
absolutamente nada para pessoa, a menos que a pessoa ande e experimente.
Nós, cristãos, temos uma mentalidade religiosa que nos faz pensar em
Jesus como Caminho relacionado a alguma coisa que se assemelha a uma
estrada física e fixa. Mas não é. E aí é que está o engano, e é aí que
as coisas vão ficando pedradas dentro de nós. Por que a gente fica
pensando que pela entrada na igreja, pela via do batismo, pelo
aprendizado dos nossos jargões, dos nossos chavões, pela capacidade que a
gente tem de papagaiar e repetir coisas que a gente ouve, ou
simplesmente, porque nós fomos batizados e temos o nome arrolado num rol
de membros de uma igreja ou participamos de determinadas formas de
culto com certa regularidade e nos dizemos cristãos, nós somos de Jesus.
E não é. Não existe fixidez no caminho de Cristo a menos que você ande
nele. Não é possível você simplesmente dizer: eu sou de Jesus; se você
não anda no Caminho. </div>
<div align="justify">
<br /></div>
<div align="justify">
Essa mentalidade religiosa é que pensa no caminho de
Jesus como se fosse uma estrada e que a gente pode botar o pé nela e
andar do jeito que quiser. No caso da estrada, se a gente for andando,
dado o tempo e o espaço, a gente chega lá. Todavia, o caminho espiritual
não é assim. Você pode ter tido todas as informações que lhe façam
pensar que Jesus é o Caminho, mas se você não andar conforme o Caminho,
você não está no Caminho. E é aí que o bicho pega dentro de nós. O
interessante é que a estrada física, como eu disse, não muda com os
caminhantes, mas a estrada espiritual é feita pelo caminhante. </div>
<div align="justify">
<br /></div>
<div align="justify">
E aí eu queria que você pensasse comigo no seguinte:
Lembra da parábola do bom samaritano? Ela ilustra perfeitamente o que
estou querendo dizer, antes de chegar no salmo. O que a gente tem ali é
um caminho, uma estrada, que ia de Jerusalém para Jericó... mesma
estrada... está fixa lá até hoje. Você pode fazer o caminho romano
antigo dos dias de Jesus até os dias de hoje, ela esta lá, com pedras
daquele tempo, com cenários que não mudaram, uma estrada. Aí Jesus disse
que, naquela estrada aconteceu uma coisa que envolveu cinco pessoas.
Uma mesma estrada, cinco caminhos diferentes, uma mesma estrada que foi
alterada pelo caminhar dos caminhantes. Um mesmo chão que virou chão
diferente de acordo com a diferença da caminhada de cada um. O primeiro
indivíduo que a gente encontra naquela estrada é um homem honesto, que
saiu de casa e foi trabalhar. E no caminho para levantar o sustento para
a vida, uma tragédia o acometeu. E ele foi deixado - largado, caído,
assaltado, ferido, roubado, depravado e privado dos seus bens e do que
tinha - ali abandonado. Caminho de um homem honesto roubado e largado na
estrada. Tem um segundo homem nessa história, nessa estrada, é aquele
que encontra o honesto que vem andando, querendo levantar o sustento
para levar para casa e o assalta. Mesma estrada, um segundo caminho,
caminho de violência, de expropriação, de covardia, de aproveitamento,
de roubo, de engano. Mesma estrada, um homem honesto caído, um
assaltante que se aproveitou da vida dele, e fez o seu próprio caminho.
Aí passa uma terceira figura, um sacerdote, mesma estrada um terceiro
caminho. O sacerdote vem e olha o homem, passa de largo, segue o seu
caminho, caminho da indiferença, o caminho da incapacidade de se
solidarizar, o caminho daquele que tem a sua agenda tão definida, que
não tem espaço para qualquer parada. Esse é, sobretudo, o indivíduo que
achava que a finalidade de cultuar a Deus num lugar sagrado, cumprindo
uma liturgia, lhe era mais importante do que a parada para exercer a
misericórdia com aquele que estava ali deitado. Uma mesma estrada, um
outro caminho. Aí tem um quarto indivíduo que passa na mesma estrada, um
levita. Ele viu o sacerdote passar e não fazer nada, e não fez nada
também. Assumiu o caminho da omissão homicida, largou o indivíduo, fez
que não viu, alienou-se, ligou o botão do auto-engano e se foi,
insensível e impermeável. Aí vem um quinto indivíduo. Mesma estrada, um
quinto caminho. Era um samaritano considerado herege pelos judeus,
abominado pelo sacerdote e pelo levita. Mas ele passa e ele olha, e ele
vê e ele se abaixa, ele socorre, ele cuida, ele pensa as feridas, trata
delas, derrama sobre elas óleo e vinho. Cuida do indivíduo e o leva e o
coloca numa estalagem e diz para o estalajadeiro: "Eu estou deixando
aqui dinheiro, e se não for o suficiente, bota tudo na minha conta,
porque quando eu passar de volta eu vou quitar tudo". A estrada para o
primeiro homem era um meio de vida e ele caiu nela. Para o segundo homem
era um meio de se aproveitar dos recursos do outro, era o caminho do
aproveitamento e do engano. Para o terceiro homem, o sacerdote, era
apenas uma estrada banal, aonde o que quer que acontecesse não lhe dizia
respeito, porque ele era um desses indivíduos que se deslocava de um
ponto para o outro e o que acontece no meio para ele não existe, ele é
indiferente à vida. O outro é omisso, ele sempre olha para quem ele acha
que lhe é superior na hierarquia, e diz: "Se ele não fez, porque que eu
tenho que fazer". E há um aqui, para quem o caminho é o lugar de
misericórdia, é o lugar onde a graça pode se manifestar e aonde o amor
de Deus pode ser encarnado. Uma única estrada com caminhos diferentes.
Isso nos ajuda entender e a discernir uma coisa fundamental para nós
hoje: O caminho é chamado à existência pelo modo como eu ando. </div>
<div align="justify">
<br /></div>
<div align="justify">
Nós estamos todos aqui reunidos em Brasília, no Hotel
Fenícia, cada um veio de casa, e eu não sei o que vocês deixaram em
casa. Mas eu sei uma coisa, que ainda que a vida seja completamente
idêntica para nós, nós todos temos diferentes caminhos de vida. Você
olha em volta e você vê pessoas tendo as mesmas oportunidades,
respondendo a elas de modo completamente distinto, e vê pessoas não
tendo oportunidades e respondendo a essas não-oportunidades de modo
também completamente distinto. Anteontem, eu recebi uma carta quando eu
ia chegando aqui. Um rapaz extremamente discreto me deu essa cartinha e
falou: "Por favor leia, mas leia, leia mesmo". Eu já estava atrasado,
entrando, e só dei um sorriso para ele e botei a carta no bolso. E a
carta dele está aqui. Olha só como uma estrada que podia ser miserável
se transforma num caminho de vida, por causa do pé de quem pisa, de como
pisa, de como vê, de como enxerga, de como interpreta e de como chama
coisa a existência para sua própria vida. "Estou lhe escrevendo essa
breve carta a fim de externar o quanto sou grato a Deus pela sua vida,
gostaria muito de um dia poder compartilhar com você de maneira mais
detalhada minha caminhada. Pude saber quem era o meu pai biológico e
conhecê-lo, foi uma experiência libertadora quanto a rejeição que tenho
por parte do meu verdadeiro pai humano. Meu pai tem, o primeiro deles, a
saúde regular apesar da doença e minha mãe nunca pegou uma gripe sequer
por causa do HIV, isso é motivo de alegria. Deus tem feito muito em mim
e o sonho que tenho como oração diante Dele é que eu me veja
pacificado, fazendo de minha própria vida uma mensagem, mesmo que doa,
assim como doeu aos profetas do Antigo Testamento. E assim como sei que
tem doído em você. Mais uma vez muito obrigado Caio". </div>
<div align="justify">
<br /></div>
<div align="justify">
Agora, pense em você. Eu faço atendimento de pessoas,
e às vezes, a vontade que me dá é dar uma surra no cara. Tem pai em
casa, mãe em casa, tudo bem, tudo certo, tudo legal, trabalho, emprego,
saúde... Aí, há complexo para tudo que é lado, quanto mais a vida vai
melhorando, mais complexificadas as pessoas vão ficando, mais cheias de
manias. Lá na minha terra no Amazonas, nas barrancas dos rios, não
existe depressão, o cara tem que cuidar de comer o pão, ralar mandioca,
pescar de sol a sol, não tem tempo para se deprimir. Ou ele sai para
trabalhar ou ele não come. Mas entre nós é diferente. A vida vai ficando
mais complexa, a luxúria começa a habitar a alma, se instala no
espírito como insatisfação crônica, e aí não interessa o que o indivíduo
tem na estrada, a estrada pode ser a favor dele, pode ser ladeira
abaixo, pode ser pastos verdejantes, pode ser como for. Aonde, ele puser
o pé a estrada vai mudar, porque ele chama a existência o seu próprio
caminho. Agora, você tem aqui, um cara com tudo para não estar se
sentindo grato, para estar pedindo aconselhamento. Mas, ele chamou a
existência um outro caminho, apesar da estrada ter sido perversa. A
estrada foi horrível, mas o caminho está sendo lindo. A mesma estrada, a
mesma vida, o mesmo chão, a mesma existência sob o mesmo sol, cercados
pelas mesmas circunstâncias, caminhos diferentes. Porque o caminho está
dentro de mim, o caminho está dentro de você. Isso foi só uma introdução
para a gente chegar no salmo (risos). Só que eu prometo que eu serei
mais rápido do que nunca. </div>
<div align="center">
<br /></div>
<div align="center">
****</div>
<div align="justify">
<br /></div>
<div align="justify">
Quando a gente olha para o Salmo 84, vê que ele nos
dá esse referencial, de como é que a gente - andando na estrada,
qualquer estrada, na estrada comum, na estrada de todos - pode ir
tecendo nosso próprio caminho. </div>
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<br /></div>
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<b><span style="color: #333399;">COMO FAZER NOSSO CAMINHO NA ESTRADA?</span></b> </div>
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<br /></div>
<div align="justify">
1- Em primeiro lugar, ele diz que isso acontece
quando eu carrego meu ser enternecido Ter um ser enternecido é a
primeira coisa. Gente amargurada, vai pisar em chão de amargura,
qualquer que seja o caminho. O salmo fala de um coração enternecido.
"Quão amáveis são teus tabernáculos, a minha alma suspira e desfalece",
ele está apaixonado, "o meu coração e minha carne exultam pelo Deus
vivo". O que você tem aqui, existencialmente falando, é um ser
enternecido por Deus. </div>
<div align="justify">
<br /></div>
<div align="justify">
2- E, em segundo lugar, o salmo ensina que qualquer
que seja a estrada pode virar caminho bom e caminho de Deus, se eu ando
com a segurança de quem, se sabe, sendo capaz de encontrar pouso,
refúgio, agasalho, apenas em Deus. Essa carta, que eu li hoje aqui, é de
um indivíduo, que com doze anos disse que foi visitado por uma
plenitude que ele não sabia nem qual era. Depois falou em línguas, ele
disse: "O menor dos dons, e eu não achava que nem era crente o
suficiente para receber aquilo, por causa da mentalidade de causa e
efeito, de legalismo". Mas Deus violou o legalismo da criança, e
derramou a graça dele sobre ela, razão pela qual hoje aos 24 anos de
idade, a estrada é perversa, mas o caminho dele é bom. Olha só o que diz
o verso </div>
<div align="justify">
<br /></div>
<div align="justify">
3: "O pardal encontrou casa, e a andorinha ninho para
si, eu encontrei os teus altares Senhor dos Exércitos". Essa segurança
de quem pousa no ninho de Deus, Deus é meu pouso. Boa parte da razão
pelo qual a estrada se torna insuportável, é porque a gente vive
fantasiando, e criando e projetando, e imaginando e elocubrando coisas e
cenários e situações que não são reais. E a gente faz sempre isso para o
lado de fora, a vida só nos é boa se ela for pintada com um cenário
exterior que nos agrade. E quando isso acontece na maioria das vezes, a
gente vem a descobrir que o mundo pode estar pintado de paraísos, se
você não carregar no peito o caminho da vida, tudo vai perecer e
desvanecer diante de você. O coração encontra significado no caminho
quando ele diz para si mesmo:"Eu não tenho bem nenhum senão a Ti Senhor.
Tu és meu pouso". Quando Deus é meu pouso, quando Nele eu tenho meu
tesouro, o meu refugio, o meu ninho, o meu agasalho, aí nada me faltará.
Quando eu acho que as coisas que me faltam, me precisam ser dadas para
que eu me sinta satisfeito, eu posso ter todas as coisas e jamais
estarei satisfeito. No entanto, no dia em que meu coração estiver
enternecido por Deus e que todo meu sentido de segurança, de agasalho,
de carinho, de conforto, de aconchego estiver Nele, não importa qual
seja a estrada, vai virar um caminho de vida. </div>
<div align="justify">
<br /></div>
<div align="justify">
4 - Mais do que isso, o salmo diz que a estrada se
transforma num caminho de vida quando eu carrego dentro de mim um louvor
existencial na casa do meu ser. Olha só que diz o verso 4:
"Bem-aventurado Senhor os que habitam em tua casa, louvam-te
perpetuamente". Lá no Velho Testamento, eu disse que era um caminho na
direção do templo, hoje o templo está aqui. E é um chamado para um
caminhar existencial de contentamento, aonde a gente olha a vida com
outros olhos e aí qualquer estrada vai virar caminho de vida. </div>
<div align="justify">
<br /></div>
<div align="justify">
5 - E além disso, qualquer estrada vira caminho de
vida, quando eu levo em mim a atitude de quem transforma vales áridos em
mananciais. Olha os versos 5 e 6: "Bem-aventurado o homem cuja força
está em ti, em cujo coração se encontram os caminhos aplanados, o qual
passando pelo vale árido faz dele um manancial, de bençãos o cobre a
primeira chuva". Esse vale árido, lá no texto hebraico é chamado de vale
de Baca, uma das alusões a ele está lá no livro de Juízes, quando se
diz que o povo chorou em Boquim, depois que tinham pecado contra Deus e o
anjo do Senhor veio e falou com eles face a face e eles choraram muito e
chamaram aquele lugar de Boquim. É daí que vem a derivação para o Baca.
Ele diz que bem-aventurado é aquele que passando pelo vale de Baca faz
dele um manancial. ‘Vale de Baca’ era o vale de lágrimas, é o lugar
aonde os chorões cresciam e crescem. Até hoje das imediações de
Jerusalém, quando você chega no vale de Efraim, você ainda vê uma
quantidade enorme de salgueiros e de chorões e também de árvores que
derramam uma resina, daí o nome ter sido vale das lágrimas também, tanto
por causa da ocorrência no livro de Juízes, como também por causa desse
significado vegetal de um lugar aonde as plantas choram. O caminho para
o templo passa por ali, que é também vale dos gigantes, vale de Efraim.
E se diz: Bem-aventurado é homem que passando pelo vale de Baca, o vale
árido, faz dele um manancial, de bençãos o cobre as primeiras chuvas.
Mesma estrada, mas o caminho pode ser diferente. Estou dizendo isto
porque eu fico chocado com o fato de que todos os dias eu ouço gente
dizendo que é de Jesus e que está no caminho, mas você olha para vida do
indivíduo... E isso não tem nada haver com ter, com possuir, com
adquirir, com crescer do ponto de vista material. Tudo isso é ‘bobajada’
que vem sendo ensinada por nós e para nós nas ultimas décadas. Todo
essas coisas tem o seu lugar mínimo e Jesus disse que se nós nos
atrelarmos muito a elas, corremos o risco de perder a alma e o coração.
Elas estão ao nosso serviço e não nós serviço delas, e muito menos
tendo-as como bens do nosso ser. Fazer isso é caminho de destruição, mas
eu fico vendo as pessoas dizendo: eu tenho Jesus, eu sou alguém que crê
nele. Mas como alguém disse hoje de manhã na hora do almoço: mas a
gente não vê os resultados, não aparece nenhum resultado. Andar no
caminho tem que produzir resultado. Se eu não puder ser de Jesus e na
hora de passar no vale árido, no vale de Baca, no vale de lágrimas,
transforma-lo num manancial, que fé é essa que me anima? Que caminho é
este? Se eu não puder enfrentar a dor, a perda, a lágrima, com um
bálsamo da Graça de Deus. Se eu não puder ter dentro do coração: a
visão, a imagem, a fé, a certeza, a esperança de que eu posso cavar
poços no deserto, porque Deus na sua Graça vai enchê-los, vai chover
sobre eles, a minha estrada vai ser sempre uma estrada de morte, de
amargura, de frustração, de decepção, de perda, nunca será caminho de
vida, jamais. </div>
<div align="justify">
<br /></div>
<div align="justify">
6 - A estrada vira caminho de vida também, quando eu
levo em mim a consciência da mutualidade como mandamento da jornada. Ou
seja, eu não estou andando só, eu preciso de você, e você de mim, é
nessa troca que a gente vai. Subitamente o texto passa a ser plural no
verso 7, e diz: "Vão indo de força em força, cada um deles aparece
diante de Deus em Sião". É um ajudando o outro. Nesse caminho,
infelizmente, o que a gente mais encontra é um passando a perna no
outro, julgando o outro, medindo o outro, avaliando o outro, por isso
que não é caminho, é só estrada. O que a gente precisa admitir é que a
maioria de nós não está no caminho, a gente está na estrada da religião,
e na estrada da religião é assim olho aberto. Conforme Jesus disse:
símplices como as pombas e prudentes como as serpentes, porque tem
fariseu na reta. Religião não te oferece um caminho, te oferece uma
estrada e é bom você ser esperto. Agora nós estamos falando de caminho, e
no caminho “um ao outro ajudou e ao seu próximo disse: Sê forte!” No
caminho um levanta o outro. No caminho a gente não quer saber quem é o
indivíduo caído, a gente só quer saber que ele está caído. No caminho o
samaritano é o herói da história do amor fraternal. E ele não faz
perguntas. No caminho não existe discussão religiosa, no caminho ninguém
diz: "Você aceita Jesus antes de eu lhe fazer este bem?". No caminho
ninguém diz: "Os assaltantes o assaltaram porque você não estava com o
anjo do Senhor acampado ao seu redor". No caminho ninguém diz: "Olha se
você fizesse a confissão positiva e dissesse: Eu declaro bandido, tu
estás amarrado. Ele não teria te assaltado". No caminho a gente levanta,
a gente se dobra, a gente cuida, a gente não faz perguntas, a gente
carrega, a gente leva. No caminho não tem proselitismo, não tem prosa,
não tem conversa fiada, tem ação, tem amor, tem misericórdia, tem graça,
tem vida, tem gesto. A maioria de nós está na estrada da religião
cristã, poucos de nós estamos andando no caminho de Jesus, e é só quando
nos dermos conta disso que temos alguma chance de ser salvo da estrada,
para poder, no chão da vida, ver o caminho mudar debaixo de nossos pés.
Porque é o caminho da fé que chama o próprio caminho da vida à
existência para nós. </div>
<div align="justify">
<br /></div>
<div align="justify">
7 - E ainda, a estrada vira caminho, quando a gente
leva consigo a certeza, de que há o Deus de poder na nossa vida e de
graça nesse caminho. Os versos 8 e 9 fazem essa evocação dessas duas
realidades de Deus: Senhor Deus dos Exércitos, dos Exércitos, do poder,
escuta minha oração, presta ouvidos, ó Deus de Jacó - do cara ambíguo, o
Deus do ‘vermezinho’, o Deus do homem que tem luz e que tem sombras, o
indivíduo que carrega todas as dualidades da vida. No caminho, eu sei
que eu conto com essa assistência: há poder e há graça. Isso não é
retórica, isso é fato. E bem-aventurado é aquele que crê nisso e toma
posse disso. </div>
<div align="justify">
<br /></div>
<div align="justify">
8 - E a estrada seja ela qual for, vira caminho de
vida, se eu ando com a consciência de que o que vale na vida não é
quantidade, mas é qualidade. Eu achei tão bonitinho quando ele disse:
"Passei aqui no concurso público e agora eu posso manter a mim mesmo".
“Manter a mim mesmo!” Nós estamos tão empedernidos que a gente não
consegue mais nem ter a sensibilidade de discernir a benção que
significa manter a si mesmo. Comer o pão com dignidade, beber com
dignidade. A gente acha que se for de Deus uma mansão nos aguarda no
lago. Se você tiver aleluia! Convide os irmãos, me chame para ir lá eu
vou com muita alegria. Mas pelo amor de Deus, não faça disso seu sonho
de consumo. Paulo disse: "Tendo com que comer e beber, e vestir, e viver
com dignidade, sejamos gratos". Bela essa singeleza: Deus me deu os
meios de poder manter a mim mesmo. Essa gratidão muda todo o cenário no
caminho. Quem não consegue olhar para vida com contentamento, jamais vai
se contentar com coisa alguma na vida. "Eu aprendi a viver contente em
toda e qualquer situação, tanto sei estar humilhado como ser honrado,
tenho experiência de tudo, tanto de abundância quanto de escassez. Tudo
posso Naquele que me fortalece". O que este cara está dizendo, é que
tanto faz a cara da estrada, ele faz o caminho com contentamento no
coração. O verso 10 nos diz isso: "Pois um dia nos teus átrios, vale
mais do que mil". Qualidade vale mais do que quantidade. Prefiro estar a
porta da casa do meu Deus, a permanecer nas tendas da perversidade. </div>
<div align="justify">
<br /></div>
<div align="justify">
9 - E por último, a estrada se transforma no bom
caminho quando eu ando com a certeza de que Deus é a luz do meu caminho,
é o escudo, é a proteção da minha jornada. E que Nele eu posso confiar
sem duvidar, porque Ele não sonega sua graça a mim, nem a ninguém. E a
provisão de Deus para mim é sempre: bem. Olha só os versos 11 e 12:
"Porque o Senhor Deus é sol". Sol, o Senhor Deus é sol. Você vai andar
nesse caminho seja qual for a estrada, pode ter certeza alguns vão
dizer: não estou vendo nada. Mas se você estiver andando no caminho
conforme aquele que faz o seu caminho pisando no chão da graça e da
misericórdia, esse vai dizer: "O Senhor Deus é sol e escudo, o Senhor dá
graça e glória, nenhum bem sonega aos que andam retamente. Ó Senhor dos
Exércitos, feliz o homem que em Ti confia". </div>
<div align="justify">
<br /></div>
<div align="justify">
<b><span style="color: #333399;">CONCLUSÃO </span></b></div>
<div align="justify">
<br /></div>
<div align="justify">
Eu falei tudo isso apenas para falar o que vou dizer
agora, e se você não ouvir o que eu vou dizer agora, não interessa o
quanto você ouviu do que eu disse antes. <b>O que eu quero te dizer com o meu coração mais amigo, mais irmão, é que a maioria de nós, apenas existe na estrada da religião</b>.
Para maioria de nós, Jesus é o líder da religião cristã. Por isso a
gente não devia nem ficar chateado quando ele é colocado naquela lista
dos 100 mais. Eu vejo os crentes chateados: botaram Jesus na lista dos
100 mais, das 100 maiores personalidades da civilização humana. Eu digo:
bem feito, vocês é que fizeram dele o líder do cristianismo. Então ele é
colega de Maomé, de Buda, de Confúcio, de Zoroastro, de Kardec, ou de
qualquer outro líder que apareça por aí. Esse é o Jesus da estrada, esse
é o Jesus que a gente oferece num catecismo, que a gente dá num
livrinho de discipulado. (Acho engraçado essa história de discipulado. O
que que você está fazendo? "Discipulado". O que é isso? "Eu me reúno de
segunda, quarta e sexta, com uma irmãzinha que abre aquele manual que o
pastor escreveu, mal escrito. Na maioria das vezes, ele não sabe nem o
que está acontecendo, ele copiou de algum americano, que é mestre em
fazer receita. Porque os Estados Unidos foram os que desenvolveram essa
fé de liquidificador, de manual eletrônico: quatros passos para
salvação, doze para prosperidade, sete para pacificação, é tudo assim. É
a fé da estrada. "Curva perigosa". "Chão derrapante". "Posto de
gasolina a 30 km": é o congresso para qual o indivíduo vai. "Fast-food" é
o culto. "Shopping a direita": são algumas igrejas que só vendem
fetiche. Aí o cara fica pensando que isso é andar com Jesus.
Discipulado... Onde é que se já viu discipulado ser 12 lições, 24, 320.
Jesus disse “segue-me pela vida”, gente. Discipulado é aprendendo,
quebrando a cara, arrebentando dente, levantando, socorrendo o caído que
não tem nome, sendo socorrido na hora que você não esperou que ia cair.
É aprendendo...) O Caminho gera Verdade, e a Verdade acontece na Vida.
Não é nenhum outro manual. O caminho de Jesus é na vida. Discípulos de
Jesus são formados não em cursos, mas no curso da existência. </div>
<div align="justify">
<br /></div>
<div align="justify">
A maioria de nós ainda está na estrada da religião. O
convite de Jesus é para você vir para o caminho da vida. E aí você vai
descobrir que a estrada é mesma, que a vida é perversa, que a existência
é absurda, que há todas as razões para ser nauseante e insuportável;
que não há justiça mesmo, que as injustiças grassam, que o trabalhador
pode sair para trabalhar e ser assaltado, o assaltante pode estar o
tempo todo de olho simplesmente para ver a melhor hora de te tomar tudo.
É o caminho dele, na estrada que é tua. O sacerdote pode passar e
dizer: ‘Esse aí já não tem mais o que dar, se ele estivesse pelo menos
rico, eu iria ajudar para ver se ele dava uma oferta lá na sinagoga.’ Aí
vem o levita, "Eu sou discípulo do sacerdote", ele diz. "O sacerdote
não fez nada, eu não vou fazer nada também, esse aqui não é o meu
caminho". Ele pode até espiritualizar: "Não é a minha vocação". Está
tudo tão esquizofrenizado, que o cara diz: "Não, o Senhor me chamou para
interceder, eu vou andando pelo caminho, intercedendo por ele, que o
Senhor mande alguém que cuide dele". Ai a gente fica achando, que nós
somos os bons desta vida. E Deus ironicamente, Jesus de maneira irônica e
caustica, elegeu para ser o herói do caminho, o anti-herói da nossa
estrada. O samaritano, o herege, é o anti-herói da estrada da religião, e
é o herói do caminho da vida. Hoje o que eu queria é que você fizesse
uma decisão: se você quer continuar a ser um cara da estrada ou se você
quer ser do caminho. Não há nenhuma promessa de que o mundo vai mudar,
Jesus disse: "No mundo tereis aflições". A profecia está feita. "Mas
tende bom ânimo, eu venci mundo". </div>
<div align="justify">
<br /></div>
<div align="justify">
O milagre é que a estrada pode ser a mesma, mas o
caminho será diferente. Porque você vai chamar o caminho à existência,
conforme você pisa no chão da vida. Acaba aqui também a lamúria, o
queixume. "Ai meu Deus porque que a vida foi tão madrasta para mim,
quanta injustiça que eu sofro, logo eu que sou essa mulher devota, e
santificada, que me preservo para o Senhor e só encontro canalha". </div>
<div align="justify">
<br /></div>
<div align="justify">
Minha querida na estrada está cheio de canalha. Por
que você não chama a existência o seu caminho, pisando de outra forma,
olhando de outro modo, discernindo por outra perspectiva, entendo a si
mesmo e aquilo que significa valor para você de outra forma? Hoje eu
queria em nome do Senhor Jesus, convidar você a dizer: "Senhor, a
estrada é comum para todos nós, ajuda-me a fazer o caminha da vida. E eu
não quero ser um indivíduo da estrada religião que é física e é fixa.
Eu quero caminhar no caminho da vida e da verdade em Jesus". Porque o
caminho muda, conforme eu mudo no caminho, e o meu caminho vai mudar,
conforme eu olho o caminho mudado. Bem-aventurado é o homem que passa
vale árido e faz dele um manancial. Ele carrega no coração os caminhos
aplanados. O caminho só muda do lado de fora, quando ele muda do lado de
dentro. Não existe nenhum caminho do lado de fora que vai lhe ser bom, a
menos que você carregue um bom caminho no coração. </div>
<div align="justify">
<br /></div>
<div align="justify">
Esqueça a Jesus como estrada doutrinária e fixa. Ande
no caminho vivo, onde o que vale é o seu modo de caminhar. Como é que
você tem caminhado? O que vale é o seu modo de caminhar. É só o que
vale, meu querido, é o seu modo de caminhar. </div>
<div align="justify">
<br /></div>
<div align="justify">
A gente fica pensando que o que faz diferença é o QI.
Nós somos muito bobos. Os seres mais maravilhosos que eu conheço chegam
a ser quase estúpidos do ponto de vista do QI. São os Forrest Gump que
estão por aí, que podem simplesmente dizer: olha, eu não sei muita
coisa, mas eu sei o que é amar. O que importa é o seu modo de caminhar. A
gente fica invejando o caminho dos perversos, dos malfeitores, fica com
dor de cotovelo porque o cara é ladrão. "Ó Senhor porque Tu não me
visita com a prosperidade do fulano". Você sabe quem é o fulano? Ele é o
assaltante da estrada, meu amigo. Nessa estrada se você não tiver
opção, se você não puder ser o bom Samaritano, peça a Deus para ser o
roubado. Sério! Se você não puder ser o bom Samaritano, só não seja o
bom Samaritano se você for o roubado. Porque ainda está em mil vezes
melhor situação do que o sacerdote, o levita e o ladrão. Mas tem gente
pedindo a Deus a benção de ser o ladrão. Quando eu fico vendo, de quem
que as pessoas tem inveja, elas tem inveja do ladrão, do ladrão
religioso, do ladrão político, do ladrão em vários lugares, em várias
situações da vida. Ladrão existencial. Porque o modo do caminho que você
ambiciona é o modo da morte. Tem gente que ambiciona o caminho do
sacerdote, é aquele cara tão imponente. O sonho de consumo de alguns
pastores é andarem cercados de 5 seguranças. "Olha que maravilha, tenho
um carro blindado". Você pode imaginar um negócio desse, um homem de
Deus que sonha em ter um carro blindado. O que eu já vi e ouvi de
pastores dizendo assim: "O Senhor tem nos abençoado muito, a nossa
igreja cresceu muito, cresceu tanto que inclusive eu tive que contratar 5
seguranças". O sonho dessa cara é ser o sacerdote. Que caminho é esse?
Ou o do levita, o egoísta, só pensa na sobrevivência e na alto
preservação, o negócio dele é: não me tocou tá bom, to nem aí, to nem
aí, to nem aí. </div>
<div align="justify">
<br /></div>
<div align="justify">
Nessa estrada só tem dois caminhos de vida, ou do
cara que quase foi morto porque estava andando no caminho da dignidade,
ou do outro que não teve medo de ser morto porque estava andando no
caminho da misericórdia. Isso muda tudo, altera tudo gente, você passar a
olhar a vida assim. Teu pai não vai mudar, nem a tua mãe
necessariamente, nem os vizinhos, nem a escola, nem o trabalho, mas você
vai mudar, e o seu caminho vai mudar de maneira assustadora. </div>
<div align="justify">
<br /></div>
<div align="justify">
Eu passei por muita coisa difícil nos últimos 7 anos,
eu podia ter ficado completamente amargo, ter adoecido,
irrecuperavelmente triste. Mas eu encontrei os teus altares Senhor dos
Exércitos, Rei meu e Deus meu. </div>
<div align="justify">
Faz 3 meses que eu perdi um filho... amado! Estou
morrendo de saudade dele... estou aqui com perfume dele... esse
cheirinho aqui é dele... do perfume dele. </div>
<div align="justify">
Mas a vida tá bonita! </div>
<div align="justify">
Porque o caminho não é a estrada que faz, você é que
faz. Na estrada pode acontecer tudo, mas tudo que aconteça não será
nada, se não acontecer contigo, ou se você processar como vida, e não
como morte. </div>
<div align="justify">
O caminho de Deus é caminho de graça, de
misericórdia, quem olha a vida com graça e com misericórdia, jamais
ficará amargo. Sempre vai entender que por trás de qualquer tranco, tem
bondade, tem um bem guardado, tem um tesouro oculto, tem no mínimo uma
palavra que diz: "o que eu faço tu não sabes agora, compreendê-lo-ás
depois". </div>
<div align="justify">
Aí você começa a descobrir que seu coração vai
melhorando, que a sua visão vai ficando mais clara, que o que tem valor
salta, que o que não tem valor fenece. Aí você começa a descobrir que
você não precisa de nada além de um ninho, e que esse ninho está em
Deus. Suas inseguranças vão diminuindo, os lugares estranhos vão ficando
diferentes. Até aquilo que você abomina, na hora que o caminho muda
dentro de você, a estrada fica diferente fora de você. Até aquilo que
antes lhe parecia completamente intolerável e insuportável, perde o
significado de intolerabilidade. Quando o caminho mudou em ti e você
pela fé pisou com atitude de gratidão e de contentamento no chão para
ver que o caminho esta sendo feito pela gratidão e nem a estrada ruim
resiste a chegada desse novo caminho. Agora isto acontece com Jesus
enquanto a gente vive. Para que isso aconteça, você não pode ter medo de
viver, você vai ter que viver! E viver pela fé, e viver
desassombradamente e viver como quem contabiliza todas as coisas como
lucro. Lucro. Tudo é lucro no caminho, meu querido. </div>
<div align="justify">
<br /></div>
<div align="justify">
Se você ouviu e entendeu, e se o Espírito Santo falou
com você e você hoje diz para si mesmo: "Ó Deus, me perdoa! A vida está
tão feia, porque meus olhos são feios. A estrada está tão maligna,
porque meus olhos estão impregnados de treva. Mas, eu aprendi hoje que o
importante não é a estrada, o importante é como eu caminho. Ajuda-me a
caminhar no caminho da vida, da gratidão, do contentamento, da fé, da
misericórdia, da graça, e não deixe que eu fique impressionado com
nenhuma estrada. Por que o importante é o modo como a gente caminha". </div>
<div align="justify">
<br /></div>
<div align="justify">
Daqui a uns anos a gente vai olhar para trás, e o que
vai ficar não é a inteligência, nem a burrice, não é a riqueza e nem a
pobreza, não é afluência e nem a escassez; a única coisa que vai ficar é
o modo como você caminhou. João Batista teve a sua cabeça cortada e
oferecida num banquete num prato para satisfazer a volúpia provocada por
uma dança. Aparentemente um trágico fim, mas o modo do caminho dele,
fez Jesus dizer: “Em verdade vos digo que dos nascidos de mulher ninguém
foi como João”. </div>
<div align="justify">
<br /></div>
<div align="justify">
O que importa, meu querido, não é o que te façam; o
que importa é o que você faz de você mesmo na presença de Deus. É o modo
como você caminha. E se você hoje, recebeu o chamado do Espírito de
Deus no fundo do seu ser, para não ficar mais impressionado com a
estrada, vai fazer um compromisso de um caminhar diferente, pela fé,
sabendo que o que importa é o modo do caminhar. E que se a gente
caminha, conforme o caminho, cada passo chama a existência uma coisa
nova e boa. Não importa qual seja a estrada, o caminho será de vida. </div>
<div align="justify">
<br /></div>
<div align="justify">
Se você ficou convencido disso e quer hoje, fazer a
oração daqueles que pedem a Deus para desintoxicá-los da estrada, das
exterioridades, da religião, das comparações, das invejas, das ambições
malignas, das frustrações que projetam o tempo todo para nós alvos
inalcançáveis, enquanto o individuo deixa de aproveitar o pão nosso de
cada dia, e a alegria de hoje, e a celebração de Deus hoje. Sabendo que
grande não foi Nabucodonozor, maior do que ele foi João Batista, que
comia gafanhoto, bebia mel silvestre e vestia roupa de camelo. </div>
<div align="justify">
<br /></div>
<div align="justify">
Você tem que decidir se você quer uma estrada
pavimentada, uma highway para os homens ou se você quer andar no caminho
de Deus, onde a alma anda sempre rica não importa o que aconteça. Se
você tomou essa decisão, isso vai revolucionar sua vida, vai mexer com
todo sua existência. Se você olhar assim, apreciar assim, contemplar
assim e souber que a vida vai em cada passo, está no modo, está no
"como" da caminhada, aí bem-aventurado você será! </div>
<div align="justify">
<br /></div>
<div align="justify">
Caio Fábio </div>
Bíbliahttp://www.blogger.com/profile/15212445724910063704noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9072747560169582710.post-538583833911318472018-01-19T10:18:00.004-08:002018-01-19T10:18:54.670-08:00O bem que os relacionamentos nos fazem<br />
Gospel Prime<br />
<br />
Quando, através de uma ligação telefônica ou mesmo numa
conversa teclada via Whattsapp ou Facebook ou qualquer outro tipo de
mediador de comunicação social, a gente sorri, falando com um amigo um
colega, com o chefe, o pastor ou qualquer outra pessoa com quem temos
relacionamento (de amizade ou de qualquer outra natureza), o fenômeno de
alegria que se dá eu o denomino como “inspirado”, pois o que a pessoa
disse ou a forma como ela assentiu a uma colocação minha, me inspirou
alegria.<br />
Já o sorriso que damos quando num dialogo
presencial, eu o chamo de “provocado”, pois, para além da inspiração da
alegria advinda do diálogo, outros fatores contribuíram para que essa
alegria ganhasse uma consistência maior, seja um toque, o som emito pela
voz amiga que ressoou de forma positiva em mim, seja pelo cheiro, pelo
modo como a pessoa se expressou performaticamente permitindo meu
subconsciente notar que sou bem vindo no lugar ou junto à ela.<br />
<br />
Um estudo que já vem sendo feito pela faculdade de Harvard, E.U.A, há 70
anos, atualmente coordenado pelo psiquiatra Robert J. Waldnger, tem
estudado 724 pessoas para descobrir quais fatores sociais mais
influenciam na longevidade, felicidade e resiliência. Até aqui o estudo
concluiu que esses três fatores são influenciados pelos relacionamentos,
seja de forma positiva ou negativa.<br />
<br />
Segundo o coordenador da pesquisa, três lições já puderam
ser tiradas do estudo com relação aos relacionamentos: 1) conexões
sociais fazem bem aos seres humanos, enquanto a solidão mata; 2) A
qualidade das relações é mais importante do que a quantidade; 3)
Relacionamentos felizes e duradouros protegem a saúde física e mental.<br />
Uma
pesquisa também feita pelos americanos deu conta de que pessoas que
mantem relacionamentos na acepção positiva do termo, vivem entre sete e
14 anos a mais.<br />
Saber que precisamos ter bons relacionamentos já está mais
do que claro, mas a grande questão é como fazer isso sendo que tanto nós
como os outros somos tão difíceis de lidar? Jesus, ao ensinar os
discípulos a orar, em Mateus 6 versículos de 9 a 15, deixa bem claro que
a vida acontece a partir dos relacionamentos entre ser humano e Deus e
entre ser humano e ser humano. Ao mencionar que o perdão deve ser dado
aos homens e pedido a Deus, Jesus estava ressaltando nossa falibilidade
tanto diante de Deus quanto para com nossos semelhantes.<br />
<br />
Perdoar
é fundamental para a manutenção dos relacionamentos sejam eles
estreitos ou não, pois a falta de perdão nos amargura, nos entristece,
nos enfraquece. Perdoar significa não cobrar uma “dívida moral” que
alguém passa a nos dever a partir do momento que nos ofende. Se a gente
não perdoa, estamos nos predispondo a somar juros sobre aquela “dívida”
que o nosso ofensor contraiu conosco. O saldo da falta de perdão não é
positivo em nenhum dos aspectos, pois diminuiu nossa rede de
relacionamento, temporária ou permanentemente.<br />
Há, em
nosso rol de relacionamentos, pessoas tão agradáveis, mas há quem seja
desagradável também. Se lidamos com os desagradáveis sob a égide do
perdão, estando dispostos a perdoá-los, não por sermos melhores, mas por
termos a capacidade de cometermos os mesmos erros que eles, viveremos a
vida com maior qualidade.<br />
Ao dizer que éramos para
perdoar os homens antes de pedir perdão à Deus, Jesus estava dizendo que
não devemos reduzir nosso rol de amigos a cada vez que um deles nos
ofende, pois, nossas possibilidades de viver a vida de forma mais
intensa e com mais oportunidades, vão diminuindo. No ato de exercer o
perdão sou tratado nas minhas falhas, pois vou perceber o mal-estar que
causo nos outros ao falhar com eles, ao ofendê-los. Se eu não perdoo,
não sou perdoado por Deus (Mt 6.15), pois estarei deixando de progredir
como ser humano, tornando meu orgulho um prisioneiro da liberdade que a
boa vivencia traz.<br />
<br />
<br />
Bíbliahttp://www.blogger.com/profile/15212445724910063704noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9072747560169582710.post-81657824568055216162018-01-12T10:47:00.002-08:002018-01-12T10:47:53.277-08:00O bem que os relacionamentos nos fazemQuando, através de uma ligação telefônica ou mesmo numa
conversa teclada via Whattsapp ou Facebook ou qualquer outro tipo de
mediador de comunicação social, a gente sorri, falando com um amigo um
colega, com o chefe, o pastor ou qualquer outra pessoa com quem temos
relacionamento (de amizade ou de qualquer outra natureza), o fenômeno de
alegria que se dá eu o denomino como “inspirado”, pois o que a pessoa
disse ou a forma como ela assentiu a uma colocação minha, me inspirou
alegria.<br />
Já o sorriso que damos quando num dialogo
presencial, eu o chamo de “provocado”, pois, para além da inspiração da
alegria advinda do diálogo, outros fatores contribuíram para que essa
alegria ganhasse uma consistência maior, seja um toque, o som emito pela
voz amiga que ressoou de forma positiva em mim, seja pelo cheiro, pelo
modo como a pessoa se expressou performaticamente permitindo meu
subconsciente notar que sou bem vindo no lugar ou junto à ela.<br />
<br />
Um estudo que já vem sendo feito pela faculdade de Harvard, E.U.A, há 70
anos, atualmente coordenado pelo psiquiatra Robert J. Waldnger, tem
estudado 724 pessoas para descobrir quais fatores sociais mais
influenciam na longevidade, felicidade e resiliência. Até aqui o estudo
concluiu que esses três fatores são influenciados pelos relacionamentos,
seja de forma positiva ou negativa.<br />
<br />
Segundo o coordenador da pesquisa, três lições já puderam
ser tiradas do estudo com relação aos relacionamentos: 1) conexões
sociais fazem bem aos seres humanos, enquanto a solidão mata; 2) A
qualidade das relações é mais importante do que a quantidade; 3)
Relacionamentos felizes e duradouros protegem a saúde física e mental.<br />
Uma
pesquisa também feita pelos americanos deu conta de que pessoas que
mantem relacionamentos na acepção positiva do termo, vivem entre sete e
14 anos a mais.<br />
<br />
Saber que precisamos ter bons relacionamentos já está mais
do que claro, mas a grande questão é como fazer isso sendo que tanto nós
como os outros somos tão difíceis de lidar? Jesus, ao ensinar os
discípulos a orar, em Mateus 6 versículos de 9 a 15, deixa bem claro que
a vida acontece a partir dos relacionamentos entre ser humano e Deus e
entre ser humano e ser humano. Ao mencionar que o perdão deve ser dado
aos homens e pedido a Deus, Jesus estava ressaltando nossa falibilidade
tanto diante de Deus quanto para com nossos semelhantes.<br />
Perdoar
é fundamental para a manutenção dos relacionamentos sejam eles
estreitos ou não, pois a falta de perdão nos amargura, nos entristece,
nos enfraquece. Perdoar significa não cobrar uma “dívida moral” que
alguém passa a nos dever a partir do momento que nos ofende. Se a gente
não perdoa, estamos nos predispondo a somar juros sobre aquela “dívida”
que o nosso ofensor contraiu conosco. O saldo da falta de perdão não é
positivo em nenhum dos aspectos, pois diminuiu nossa rede de
relacionamento, temporária ou permanentemente.<br />
Há, em
nosso rol de relacionamentos, pessoas tão agradáveis, mas há quem seja
desagradável também. Se lidamos com os desagradáveis sob a égide do
perdão, estando dispostos a perdoá-los, não por sermos melhores, mas por
termos a capacidade de cometermos os mesmos erros que eles, viveremos a
vida com maior qualidade.<br />
Ao dizer que éramos para
perdoar os homens antes de pedir perdão à Deus, Jesus estava dizendo que
não devemos reduzir nosso rol de amigos a cada vez que um deles nos
ofende, pois, nossas possibilidades de viver a vida de forma mais
intensa e com mais oportunidades, vão diminuindo. No ato de exercer o
perdão sou tratado nas minhas falhas, pois vou perceber o mal-estar que
causo nos outros ao falhar com eles, ao ofendê-los. Se eu não perdoo,
não sou perdoado por Deus (Mt 6.15), pois estarei deixando de progredir
como ser humano, tornando meu orgulho um prisioneiro da liberdade que a
boa vivencia traz.<br />
Qual a conexão disso tudo que eu disse com o que eu falei ao iniciar
esse texto? É que Deus não nos fez para nos distanciarmos uns dos
outros, seja por falta de perdão ou pelo mero comodismo que as redes
sociais nos proporcionam. Viva mais perto dos familiares, dos pais, dos
amigos ou dos irmãos de igreja. Sobretudo, viva mais perto de Deus.<br />
<br />
Gospel Prime <br />
<br />
Bíbliahttp://www.blogger.com/profile/15212445724910063704noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9072747560169582710.post-77363949167272243212018-01-05T09:34:00.002-08:002018-01-05T09:34:32.353-08:00A excelência de CristoCom a graça de Deus chegamos ao início de mais um ano letivo na
Escola Bíblica Dominical. Aliás, feliz ano novo pra você! Começaremos o
trimestre com o estudo da carta aos Hebreus, cuja Lição (CPAD) é
comentada pelo gabaritado pastor José Gonçalves. Desde já convidamos
todos a lerem na íntegra a Carta aos Hebreus, antes mesmo da primeira
aula no próximo domingo, para que tenham uma visão geral dos assuntos
tratados nesta Carta e percebam quais as instruções dadas pelo Espírito
de Deus através deste livro. A carta foi escrita originalmente aos
“hebreus” (forma antiga de se referir aos “judeus”), mas diz respeito
também a nós, já que estamos na mesma jornada da salvação que eles,
correndo os mesmos riscos, sofrendo as mesmas tentações e tendo as
mesmas necessidades de sermos exortados à perseverança como aqueles
primeiros irmãos. Bom estudo!<br />
<h3>
I. AUTORIA, DESTINATÁRIO E PROPÓSITO</h3>
<strong>AUTORIA:</strong>
numa análise superficial do texto em português, é possível traçar
muitas semelhanças entre o texto de Hebreus e as cartas de Paulo.
Todavia, num aprofundamento exegético, sobretudo a partir do texto
grego, as diferenças tornam-se consideráveis. Eruditos tanto de linha
liberal quanto conservadora já concluíram que há polimento e erudição no
texto da carta aos Hebreus que não se comparam a forma comum de Paulo
escrever, embora este fosse um exímio conhecedor das letras humanas em
seu tempo. <strong>De qualquer modo, é muito provável que o autor desta
carta tenha sido alguém muito próximo ao apóstolo Paulo e que tenha
aprendido dele muitos temas da fé cristã além da forma contundente de
argumentar. É perfeitamente possível dizer que há traços paulinos nesta
carta anônima</strong>. Mas há uma evidência interna muito forte para rejeitarmos a autoria paulina desta carta. Nas palavras de Lutero: <em>“o
fato de essa Epístola aos Hebreus não ser de S. Paulo ou de algum outro
apóstolo, fica demonstrado por constar no segundo capítulo [2.3]: ‘Esta
doutrina veio a nós e ficou por meio daqueles que a ouviram
pessoalmente do Senhor’. Isso deixa claro que ele está falando dos
apóstolos, talvez muito tempo depois. Pois em Gálatas 1, S. Paulo dá o
vigoroso depoimento de que ele teria seu evangelho não de pessoa humana,
nem por meio de pessoas humanas, mas do próprio Deus”</em> (1)<em>.</em>
Apesar de desde o final do segundo século a carta aos Hebreus ter sido
citada por Pantenus, como sendo de autoria do apóstolo Paulo, e de haver
muitos teólogos cristãos ao longo dos séculos, inclusive mais
recentemente que defendam uma autoria paulina (inclusive o comentarista
pentecostal Severino Pedro da Silva), bem ressalta o exegeta José
Gonçalves, comentarista da Lição: <strong><em>“Hoje, há praticamente uma unanimidade entre os biblistas de o apóstolo Paulo não foi o autor da carta aos Hebreus”</em></strong> (2). Como dizia Orígenes, um dos Pais da Igreja no oriente, terceiro século, <em>“Quem escreveu a carta? Deus sabe de verdade”</em>. <strong>Todavia,
ainda que não reconheçamos o redator humano, sabemos com toda certeza
quem é o Autor divino deste livro, e isto realmente é o que nos importa!</strong><br />
<strong>CONTEÚDO:</strong>
Sobre o conteúdo do livro, Martinho Lutero, para quem Apolo teria sido o
provável autor desta carta, considerava que existia nele algum <em>“osso duro de roer”</em>, e que também havia nela algumas fragilidades de <em>“palha”</em>,
embora reconhecesse, dado o antigo uso dela na Igreja, uma autoridade
digna de colocar esta Carta no cânon sagrado, embora, segundo ele, não
pudesse gozar de igualdade com os demais livros. Dizia ele: <em>“não se pode equipará-la às epístolas apostólicas em todos os aspectos”</em>. O reformador alemão, todavia, também observa de modo mui pertinente que <em>“a Epístola aos Hebreus (…) sozinha é suficiente para interpretar todas as figuras [nos livros de] Moisés”</em> (3)<em>.</em>
De fato, há abundante citação do Pentateuco na Carta aos Hebreus. E não
podia ser diferente, já que o autor pretende estabelecer uma comparação
entre a antiga aliança e os elementos que a constituíam com a nova
aliança, demonstrando que Cristo é não só o cumprimento das figuras
veterotestamentárias, mas é o “o Mediador de uma nova aliança” (Hb
12.24), e que Cristo “alcançou ele ministério tanto mais excelente,
quanto é mediador de uma melhor aliança” (Hb 8.6), e que é superior à
Moisés, aos sacerdotes e aos profetas, dentre os quais está Moisés
também.<br />
Não obstante, <strong>é preciso deixar claro que nós vamos
muito além de Lutero na aceitação da inspiração plenária e verbal, da
inerrância e infalibilidade da Carta aos Hebreus:</strong> para nós,
pode haver “osso duro de roer” nela como em qualquer outro livro, já que
nós leitores somos limitados na compreensão do texto bíblico; mas não
aceitamos que exista nem nesse nem em qualquer outro livro nada que se
possa chamar de “palha”, “graveto” ou “capim”, nem acreditamos que haja
inferioridade nesta carta em relação as demais do Novo Testamento, ou
ainda, como supôs Lutero, alguma contradição entre algum ensino da carta
aos Hebreus e os ensinos de Paulo. Aceitamos Hebreus como Palavra de
Deus, “igualmente as outras Escrituras” (2Pe 3.16). Como dizia John
Wesley, referindo-se a Bíblia como um todo, <em>“Se há algum erro na
Bíblia, então pode haver mil erros. Se há alguma falsidade sequer
naquele livro, ele não proveio da verdade”.</em> Ou ainda melhor nas
palavras de Paulo: “Toda a Escritura é divinamente inspirada, e
proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em
justiça” (2Tm 3.16).<em> </em>Hebreus é Palavra de Deus!<br />
<strong>DESTINATÁRIO:</strong>
uma comunidade judaica convertida ao Cristianismo, mas de uma
localidade não especificada, quase que certamente entre os anos 64 e 70
d.C., antes da destruição do templo em Jerusalém (que o texto sugere
ainda estar de pé, com sacrifícios ocorrendo ali – Hb 10.11). Por
extensão, esta carta dirige-se a todos os cristãos dentre os judeus, que
estavam sofrendo tentações diversas para voltar ao judaísmo, abrindo
mão da fé em Cristo como Salvador e Senhor. Neste sentido, é uma carta
que muito se assemelha à de Paulo aos gálatas, quando este apóstolo
advertia os crentes da Galácia sobre os perigos de dissolver a fé cristã
dentro de dogmas e tradições já superados na nova aliança. As
influências são as mesmas: judeus não convertidos, inimigos da cruz de
Cristo, querendo anular o cristianismo crescente do primeiro século. Com
uma distinção: enquanto os gálatas pareciam não correr o risco da
apostasia (pelo menos não conscientemente), mas do <strong>sincretismo</strong>,
misturando práticas judaizantes caducadas na cruz de Cristo (como
circuncisão, guarda do sábado e abstinência de alimentos) com a fé em
Cristo e práticas do cristianismo, os destinatários da Carta aos Hebreus
estavam correndo um perigo ainda maior: desertarem totalmente da fé em
Cristo para um retorno à antiga religião. Ou seja, <strong>apostasia</strong>
era o grande problema dessa comunidade cristã. Aos gálatas, Paulo diz:
“Separados estais de Cristo, vós os que vos justificais pela lei; da
graça tendes caído” (Gl 5.4); aos Hebreus é dito: “Tendo cuidado de que
ninguém se prive da graça de Deus…” (Hb 12.15).<br />
<strong>PROPÓSITO: </strong>ressaltar
a superioridade de Cristo, da fé e da nova aliança, bem como trazer um
chamado à perseverança em Cristo, com duras advertências aos que
abandonarem esta fé ou maravilhosas promessas aos que permanecerem nela,
resistindo “até o sangue” (Hb 12.4) contra os ataques dos adversários.<br />
Lendo a Carta aos Hebreus, você perceberá que alguns temas são muito recorrentes em seus treze capítulos: <strong>CRISTO, SACERDÓCIO, FÉ, PERSEVERANÇA, APOSTASIA, CONFIANÇA, PROMESSA, RECOMPENSA</strong>. O tema geral deste trimestre, portanto, não poderia ser melhor do que o que foi escolhido: <em><a href="https://artigos.gospelprime.com.br/a-supremacia-de-cristo/">A supremacia de Cristo: fé, esperança e ânimo na Carta aos Hebreus</a>.</em><br />
<h3>
II. CRISTO – A PALAVRA SUPERIOR À DOS PROFETAS</h3>
No
primeiro versículo desta carta, o autor aponta para a revelação final
de Deus através de seu próprio Filho. Está escrito: “Havendo Deus
antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos
profetas, a nós falou-nos nestes últimos dias pelo Filho”. Duas
considerações precisam ser feitas sobre este texto:<br />
<strong>1.</strong>
Este texto introduz todo o trabalho do autor ao longo da carta, cujo
objetivo é apontar para Cristo e para a fé cristã como superiores ao
judaísmo e à Lei mosaica. Este objetivo deve ser mantido em mente
durante todo o trimestre em que estaremos estudando capítulo a capítulo a
Carta aos Hebreus.<br />
<strong>2.</strong> Este texto, tomado por
muitos teólogos adversários da crença na contemporaneidade dos dons
espirituais e das revelações especiais de Deus aos homens, não está
sugerindo uma cessação nas revelações divinas após o primeiro advento de
Cristo – esta ideia sequer tangencia a carta aos Hebreus. Como pontua
Richard Taylor, encontramos neste primeiro versículo <em>“a revelação
completa e culminante. Jesus Cristo é a Palavra final e completa de Deus
ao homem; tudo o que veio antes dele é parcial e preparatório, e tudo
que veio depois é a ampliação e clarificação dessas palavras”</em> (4).
Deus continua se revelando aos homens hoje de modo especial, como se
revelou aos cristãos no primeiro século, mesmo depois de Jesus já ter
voltado para o Pai. Mas <strong>estas revelações não são para
complementar, nem para ganhar status de revelação canônica e vir a se
tornar regra de fé e prática para a igreja</strong>, mas para demonstrar
a comunhão viva que desfrutamos com Deus, que não ficou mudo após a
redação da última letra do Novo Testamento.<br />
O teólogo continuísta presbiteriano Don Codling, em seu belo tratado <em>Sola Scriptura e dons de revelação</em>,
que foi originalmente seu trabalho de Dissertação de mestrado defendido
no Westminster Seminary, discorre com precisão sobre este assunto
dominante na Carta aos Hebreus:<br />
<em>“claramente, a questão desses versículos</em> [Hb 1.1-2] <em>não
se relaciona com o método particular em que a revelação foi recebida.
Pedro teve uma visão (Atos 10:9ss); Paulo ouviu uma voz do céu (At 9.4),
e recebeu uma revelação em sonho (At 16.9); ainda havia profetas que
individualmente recebiam e falavam a Palavra. <strong>O contraste nesses
primeiros versículos de Hebreus é entre a revelação antecedente a
Cristo, e a excelência, a plenitude, e a revelação em Cristo.</strong> (…) O argumento de Hebreus é dirigido contra um retorno ao judaísmo dentro do cristianismo, como o próprio escritor enfatiza, <strong>apontando
o judaísmo como o estado inferior, a condição incompleta. O contraste
não é para ser tomado como o tempo de Cristo e seus apóstolos em
oposição a todos os momentos antes e depois. O contraste é entre a era
da realização inaugurada por Cristo e a era da promessa antes da vinda
de Cristo”</strong></em> (5)<br />
Em seguida, Codling corrige o
posicionamento teológico cessacionista, demonstrando que este texto não
serve ao propósito de negar revelações especiais de Deus pós-Cristo ou
pós-Canon sagrado. Ele diz:<br />
<em>“a conclusão de que na era de plenitude </em>[a era em que vivemos]<em>
não haverá mais revelação após o final do período apostólico, deturpa a
passagem do seu contexto, e estabelece um novo dispensacionalismo com
uma dispensação apostólica e outra pós-apostólica no lugar do novo
período da aliança. Uma revelação contínua não implica necessariamente
uma progressão para além de Cristo (…). O falar de Deus através de seu
Filho foi a inauguração, e não o fim dos últimos dias. Dessa revelação
plena se estabelecem os limites para qualquer revelação subsequente. <strong>Qualquer
contínua revelação verdadeira será especificamente cristã, isto é, irá
olhar para trás, para o advento de Cristo na carne. Outra consequência
dessa passagem é uma afirmação, como a de Marcião, de que se possui
revelação superior àquela que veio em Cristo seria falsa. A finalidade
da revelação em Cristo coloca outras restrições sobre qualquer revelação
posterior (…), mas isso não nega a possibilidade de uma contínua
revelação</strong>”</em> (6)<br />
Portanto, que fique claro: o advento
de Cristo é o ponto mais elevado da revelação de Deus aos homens, mas
isso não significa que Deus não se revela aos homens por outros modos
especiais além do texto bíblico, e sim que toda revelação deve ser por
Cristo, em Cristo e para Cristo, sendo as Escrituras Sagradas o
instrumento aferidor de toda revelação atual. Jesus disse que o Espírito
Santo, que distribui dons na Igreja, “me glorificará, porque receberá
do que é meu e vos anunciará” (Jo 16.14). Vivemos nos últimos dias, os
dias de que o próprio Pai falou com promessa: “derramarei meu Espírito
sobre toda carne… os jovens terão visões, e os velhos sonharão…” (Joel
2.28,29). Paulo disse que o Espírito Santo concede à igreja dons
revelacionais, como os dons de profecia, palavra de sabedoria e palavra
de conhecimento (1Co 12.8-10). Inclusive há uma ordem bíblica para se
buscar esses dons! (1Co 12.31; 14.1). E a Palavra de Deus não pode
falhar! Logo, tal bendita promessa é para nós também (At 2.39), e não há
qualquer disparidade entre a crença na revelação excelente de Deus que
temos em Cristo e as revelações especiais para necessidades específicas
que o Espírito Santo dá à Igreja de Cristo, que servem-nos para
exortação, edificação e consolo (1Co 14.3). Estas sempre submetidas
àquela!<br />
<h3>
III. CRISTO – SUPERIOR AOS ANJOS</h3>
Diferentemente de
todas as demais cartas, cujo autor e destinatários são identificados
logo nos primeiros versículos, em típica saudação, a Carta aos Hebreus
“vai direto ao ponto”. Como alguém que não tem tempo a perder, ou como
um médico que precisa atender urgentemente o seu paciente na sala de
cirurgia, o autor da Carta aos Hebreus inicia sua carta já apontando
para a supremacia de Cristo. Só no capítulo de abertura, vemos o autor
colocando a superioridade de Cristo:<br />
<strong>a) em relação aos profetas do A.T.</strong>
(vv. 1-2). E aqui, entenda-se “profetas” não como uma referência aos
que profetizavam (Samuel, Elias, Jeremias, etc.), mas a todos os
autores/escritos do Antigo Testamento, que eram chamados de profetas
(incluindo Esdras, Neemias, Davi, e seus respectivos livros históricos
ou poéticos).<br />
<strong>b) em relação aos anjos</strong> (vv. 2-9, 13-14)<br />
<strong>c) e em relação ao cosmos</strong> (vv. 10-12).<br />
<strong>Perceba: Cristo é superior aos homens, aos anjos e à natureza</strong>.
Isto porque ele é mais que homem, e mais que um espírito iluminado, ele
é o “Filho” eterno de Deus (vv.2,3,5), o Filho que reina majestoso
(v.8,9), e o Filho co-autor da criação (v. 10). Nos demais capítulos de
Hebreus, que estaremos estudando em sequência neste trimestre, veremos
outros aspectos desta superioridade de Cristo. Sem dúvida, a carta aos
Hebreus é um bom tratado cristológico, com foco no sacerdócio de Cristo.<br />
É
obscuro para nós a crença dos antigos judeus sobre os anjos, e há muito
mais tradição extra-bíblica do que subsídio bíblico para amparar
algumas crenças antigas. Mas há evidências bíblicas de que os anjos eram
tidos em grande estima, sendo até mesmo cultuados (Cl 2.18). Os anjos
são apresentados na Bíblia em algumas classes: anjos (Lc 1.28), serafins
(Is 6.2,6), querubins (Gn 3.24) e arcanjos (1Ts 4.16; Jd 1.9). O autor
da Carta aos Hebreus, porém, é enfático: Cristo é superior a todos eles!
É uma boa forma de introduzir o assunto que será desenvolvido no
decorrer da epístola, já provando não ser razoável os cristãos judeus
abandonarem a fé em Cristo, superior aos homens e aos anjos, para voltar
àquela antiga religião, de uma revelação inferior e parcial sobre Deus.
Se os judeus queriam o espetáculo dos anjos, o autor da carta aos
hebreus diz que Cristo é espetacularmente mais fascinante, em tudo o que
ele é, em tudo o que ele fez e em tudo o que ele prometeu!<br />
O
texto de Hebreus redireciona corretamente nosso olhar para Aquele que
deve ser o foco da nossa vida e do nosso culto: “Olhando para Jesus,
autor e consumador da fé” (Hb 12.2). E como Jesus, devemos suportar o
desprezo e a afronta daqueles que resistem à fé, visto que há um gozo
eterno proposto para nós no descanso celestial.<br />
<strong>CONCLUSÃO</strong><br />
Já
para iniciarmos digerindo bem a carta aos Hebreus, encerro este estudo
de hoje chamando você a refletir sobre dois erros cometidos pelos
crentes judeus que favoreceram um esfriamento da fé em Cristo e um
retorno ao judaísmo:<br />
<ol>
<li><strong>Não cresceram no conhecimento do Senhor Jesus</strong> (Hb 5.11-14). Estacionaram no jardim de infância, e se tornaram vulneráveis aos que pareciam ter mais conhecimento da Lei.</li>
<li><strong>Estavam deixando de congregar com seus irmãos na fé, ausentando-se dos cultos e da comunhão</strong>
(Hb 10.24,25). Assim, deixaram de se fortalecer mutuamente e, distantes
do redil, se fizeram presas fáceis dos lobos que buscavam tragá-los.</li>
</ol>
Meninos
na fé e desigrejados, aqueles crentes passaram a pensar que Cristo já
não era tão fascinante quanto haviam aprendido inicialmente. Pior:
estavam sendo seduzidos por ensinos estranhos à negarem Cristo (Hb 13.9)
e até escarnecerem de seu sacrifício (Hb 10.29). Estes são os mesmos
riscos que correm hoje os crentes que não buscam progredir na doutrina e
que se privam do convívio com seus irmãos na fé. Quantos há que não têm
o menor interesse pela Escola Dominical, que é um verdadeiro centro de
formação do caráter cristão? Quantos há que entram ano e sai ano e não
adotam um plano de leitura anual da Bíblia, e até passam dias e dias sem
meditar a sós com Deus no santo livro para se fortalecerem na fé? Eis
aí a urgente necessidade do estudo renovado da Carta aos Hebreus!
Afinal, não vivemos nós o tempo em que cristãos têm desprezado o
conhecimento e a comunhão? Tempos de apatia espiritual e mornidão?
Precisamos fazer o que o autor deste livro nos recomenda: “tornai a
levantar as mãos cansadas, e os joelhos desconjuntados, e fazei veredas
direitas para os vossos pés, para que o que manqueja não se desvie
inteiramente, antes seja sarado” (Hb 12.12,13). Divulguem a Escola
Dominical, insista com seu pastor e com os membros de sua igreja! Movam
campanhas, doem revistas da EBD, vão às casas de seus alunos, “força-os a
entrar” (Lc 14.23), e que nossas classes dominicais se encham de
meninos, jovens e adultos, para aprenderem a santa Palavra do Senhor!<br />
Enquanto estudamos estas lições dominicais, oremos como Habacuque: <strong><em>Aviva, Senhor, a tua obra!</em></strong><br />
REFERÊNCIAS:<br />
(1) Martinho Lutero. <em>Bíblia de Estudo da Reforma</em>, SBB, p. 2091 (introdução ao livro de Hebreus)<br />
(2) José Gonçalves.<em> A supremacia de Cristo: fé, esperança e ânimo na carta aos Hebreus</em>, CPAD, p. 14<br />
(3) Martinho Lutero. Op. cit., p. 2090.<br />
(4) Richard Taylor. <em>Comentário Bíblico Beacon</em>, vol. 10, CPAD, p. 26<br />
(5) Don Codling. <em>Sola Scriptura e os dons de revelação: como lidar com a atual manifestação do dom de profecia?</em>, Carisma, p. 133<br />
(6) Don Codling. Op. cit, p. 134Bíbliahttp://www.blogger.com/profile/15212445724910063704noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9072747560169582710.post-44683198464286940502017-12-29T04:08:00.000-08:002017-12-29T04:08:02.771-08:00Ano Novo: Um tempo de reflexão<em>Irmãos, quanto a mim, não julgo que o haja alcançado;
mas uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que atrás ficam, e
avançando para as que estão diante de mim, Prossigo para o alvo, pelo
prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus. Filipenses 3:13-14</em><br />
O
Ano Novo é um chamado para refletir. Uma pausa na correria do final de
ano para se avaliar o que foi feito do ano que se finda.<br />
<br />
É a somatória dos sucessos e insucessos; das vitórias e das derrotas
acumuladas durante o ano; das tristezas e alegrias; do bem que fizemos;
do mal que evitamos fazer…<br />
<br />
Das omissões ou das participações; do testemunho que demos
ou da falta dele; do quanto oramos ou deixamos de orar; do quanto
investimos na obra de Deus (missões) ou do quanto deixamos de investir;
do quanto amamos ou deixamos de amar, enfim o quanto vivemos ou deixamos
de viver.<br />
O apóstolo Paulo no seu texto de Filipenses
3:13-14 faz uma, poderíamos dizer, retrospectiva não simplesmente do
ano que se encerra, mas sim de sua vida na face da terra.<br />
O assunto do capítulo 3 de Filipenses é a exortação contra
os maus obreiros e judaizantes (Fl. 3:2); contra os inimigos da cruz de
Cristo (Fl. 3:18,19); contrastado com a excelência de Cristo (Fl. 3:8) e
a maturidade cristã (Fl. 3:15,16).<br />
É nesse contexto de
defesa da fé genuína e da pureza da vida cristã que o apóstolo fala de
seus anseios em conhecer intimamente seu Salvador (Fl. 3:8-12). E os
versículos 13 e 14 do capítulo 3 seria, então, uma reflexão sobre a vida
do apóstolo Paulo no Senhor.<br />
Daqui, também, podemos tirar, para nós, algumas verdades eternas. São elas:<br />
<strong>Devemos zerar a conta</strong>
“esquecendo-me das coisas que atrás ficam”, isto é o que eu fiz no
passado seja certo ou errado, bom ou ruim ficou para trás, a vitória de
ontem não garante a batalha de hoje e a derrota de ontem não me fará um
derrotado hoje.<br />
<br />
Gospel Prime <br />
<br />
Bíbliahttp://www.blogger.com/profile/15212445724910063704noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9072747560169582710.post-81942733932341318572017-12-22T12:19:00.002-08:002017-12-22T12:19:50.568-08:00<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjZFWI6xvDLMdEr78AmdkN4rWWclZyl245Yh0kijSmpMePrvEkw8xwK_kb4rVa8eBDfPPr3blQ-1hqPJdqrvOanS7Ibic7WIG4hnstFUPonkSktgMPsis75UDJNdfu7h6omgKSO4YUZy_12/s1600/Sem-T%25C3%25ADtulo-1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="425" data-original-width="573" height="237" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjZFWI6xvDLMdEr78AmdkN4rWWclZyl245Yh0kijSmpMePrvEkw8xwK_kb4rVa8eBDfPPr3blQ-1hqPJdqrvOanS7Ibic7WIG4hnstFUPonkSktgMPsis75UDJNdfu7h6omgKSO4YUZy_12/s320/Sem-T%25C3%25ADtulo-1.jpg" width="320" /></a></div>
<br />Bíbliahttp://www.blogger.com/profile/15212445724910063704noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9072747560169582710.post-13423462709977751082017-12-15T09:42:00.004-08:002017-12-15T09:42:50.962-08:0010 erros comuns da música gospel brasileira<strong>1 – Abuso de uma linguagem sentimental de autocomiseração</strong>, mais focada nas frustrações pessoais do que na beleza da glória de Deus.<br />
Que diz a Bíblia: <em>“Celebrai
com júbilo ao SENHOR, todas as terras. Servi ao Senhor com alegria; e
entrai diante dele com canto” (Sl 100.1,2); “Adorai ao Senhor na beleza
da santidade; tremei diante dele toda a terra” </em>(Sl 96.9)<br />
<strong>2 – Letra focada no adorador</strong> e não Naquele que é digno de ser adorado.<br />
Que diz a Bíblia:<em> “Ao Senhor teu Deus adorarás”</em> (Mt 4.10)<br />
<strong>3 – Ritmos extravagantes</strong> que não coadunam com a moderação cristã, que copiam os <em>hits</em> de sucesso da música secular, e que ainda confundem irreverência e entretenimento com alegria do Espírito.<br />
Que diz a Bíblia: <em>“Mas o fruto do Espírito é… mansidão e domínio próprio” </em>(Gl 5.22)<br />
<strong>4 – Pobreza na poesia</strong>
e apelo para coloquialismos que beiram a linguagem vulgar. Nalguns
hinos por aí, Deus já está cantando assim: “…pra seu nariz não empinar”
ou “não adianta se espernear”. Onde fica a criatividade do Espírito e a
beleza do louvor cristão sobre aqueles que compõem?<br />
Que diz a Bíblia: <em>“Com
o coração vibrando de boas palavras recito os meus versos em honra do
Rei; seja a minha língua como a pena de um hábil escritor”</em> (Sl 45.1)<br />
<strong>5 – Inversão dos papéis:</strong> Deus cantando para os homens ao invés de homens cantando para Deus.<br />
Que diz a Bíblia: <em>“Não a nós, SENHOR, não a nós, mas ao teu nome dá glória, por amor da tua benignidade e da tua verdade”</em> (Sl 115.1)<br />
<strong>6 – Abundante repetição de temas</strong>
comuns como “sou adorador”, “varão de fogo”, “você vai dar a volta por
cima”, “olha eu aqui, olha você aí”, “eu vou profetizar na sua vida”.<br />
Que diz a Bíblia: <em>“Louvai ao SENHOR. Cantai ao SENHOR um cântico novo, e o seu louvor na congregação dos santos” </em>(Sl 149.1)<br />
<strong>7 – Banalização do dom de profecia</strong> na música: “eu vou profetizar na sua vida”, “profetize agora”, “eu libero uma palavra de ordem para você”.<br />
Que diz a Bíblia: <em>“Viram
vaidade e adivinhação mentirosa os que dizem: O Senhor disse; quando o
Senhor não os enviou; e fazem que se espere o cumprimento da palavra” </em>(Ez 13.6)<br />
<strong>8 – Abuso de promessas de vitória imediata</strong>,
que oferecem uma falsa expectativa contrária à perseverança e paciência
exigidas do cristão: “É hoje”, “chegou sua hora”, “De hoje não passa”,
“tome posse e receba agora a sua vitória”.<br />
Que diz a Bíblia: <em>“Alegrai-vos na esperança, sede pacientes na tribulação, perseverai na oração”</em> (Rm 12.12)<br />
<strong>9 – Estímulo ao revanchismo</strong>
ao invés do perdão e da tolerância: “Seus inimigos vão ver…”, “Deus vai
abrir a cova…”, “Se não sair, você vai passar por cima”.<br />
Que diz a Bíblia: <em>“A ninguém torneis mal por mal (…) Se for possível, quanto estiver em vós, tende paz com todos os homens”</em> (Rm 12.17-19)<br />
<strong>10 – Falta de correção doutrinária.</strong>
Muitos compositores confiando apenas na “inspiração”, mas não
procedendo a correção doutrinário, acabam entregando aos cantores – que
também não procedem a correção doutrinária – músicas com sérios
equívocos como: “O inferno estava em festa quando Jesus morreu”, “estou
pagando o preço para ir morar no céu”, “Silas, para de reclamar”, e
outros.<br />
Que diz a Bíblia: <em> “Se alguém falar, fale segundo as palavras de Deus”</em> (1Pe 4.11).<br />
<br />
Bíbliahttp://www.blogger.com/profile/15212445724910063704noreply@blogger.com0