sexta-feira, 17 de junho de 2016

Jesus veio abolir a Lei de Deus?

Cristo não agradou a muitos em sua época e o resultado disso era algo previsível. Os líderes religiosos, insatisfeitos com a sua presença, acusaram Jesus injustamente ao Império Romano. Os Romanos, ainda que sem muita convicção de tais acusações, jugaram Cristo de forma arbitrária ao ponto de lavarem as mãos. É aquele povo, que louvou a entrada do messias em Jerusalém, terminou o sentenciado a morte ao dizerem: “Crucifica-o”.
O julgamento de Cristo obedeceu a lei desse mundo. Lei que as vezes é cega para com o inocente e realizada com dois pesos e dua medidas para com o injustiçado. Por isso nem sempre a justiça é aplicada de forma correta em nossa sociedade.
Deus, porém, enviou Jesus com a missão de anunciar as boas novas de um reino totalmente diferente, onde a lei é justa para com os seus cidadãos. Em seu primeiro discurso público, por exemplo, falou sobre esse reino e seus súditos. Nesse discurso ele estabeleceu as leis do Reino Deus.
Mas por que Jesus tratou de novas leis, já que o Antigo Testamento é a própria lei de Deus?
Jesus responde a essa pergunta no Livro de Mateus capítulo 5 verso 17 onde diz: “Não penseis que vim destruir a lei ou os profetas; não vim destruir, mas cumprir”.

Jesus não veio ser um rei terreno

Jesus na verdade veio, não com o proposito de revogar a Lei e implantar um novo sistema politico, por isso disse: “Não penseis que vim…”. Deixa claro que ao contrário do que muitos pensavam a sua missão era outra.
A pessoas pensavam que Jesus veio para ser um rei terreno. A esperança que pairava entre os judeus, naquela época, era a de que um novo rei político, como foi Davi, pudesse por fim ao domínio do Império Romano.[1] Os zelotes, por exemplo, achavam que Jesus tinha poder para provocar uma revolução política tão grande que facilmente expulsaria os romanos de Israel.[2]
Ainda que muitos quisessem, Jesus não veio com o propósito de se tornar um rei terreno. Na verdade Cristo recusou, durante a tentação, receber poderes e autoridade para reinar aqui. Além disso, afirmou a Pilatos: “Meu Reino não é deste mundo”.
Ele veio implantar o Reino dos Céus que necessitava de leis como qualquer outro reino. Anunciando tanto os privilégios como as obrigações dos cidadãos do Reino de Deus, porém tudo em conformidade com a Lei já existente. Mas que Lei é essa?

Jesus não veio abolir a Lei moral

A Lei nada mais é do que a vontade de Deus para o homem. Ela mostra ao homem o quão longe ele está de Deus e revela a sua condição pecaminosa. A Lei e os profetas tratada no texto de Mateus 5:17 é a das escrituras judaicas, conhecidas hoje como Antigo Testamento. Podemos dividir a Lei e os profetas em três seções.
A Lei Civil ou Judicial representava a legislação dada à sociedade ou ao estado de Israel. Os crimes contra a propriedade e suas respectivas punições são um bom exemplo. Tinha também a finalidade de regular a sociedade civil do estado teocrático de Israel. Era, porém temporal e necessária para a época à qual foi concedida em um estado teocrático. Como tal, não é aplicável normativamente em nossa sociedade.
A Lei Religiosa ou Cerimonial, representava a legislação levítica do Velho Testamento. Os sacrifícios e todo aquele simbolismo cerimonial eram parte dessa lei. Tinha a finalidade de impressionar aos homens a santidade de Deus e concentrar suas atenções no Messias prometido,  fora do qual não há esperança.  Como tal, foi cumprida com a vinda de Cristo e não se aplica aos nossos dias.
A Lei Moral, representava a vontade de Deus para com o homem, no que diz respeito ao seu comportamento e seus deveres principais. Têm a finalidade de deixar bem claro ao homem os seus deveres, revelando suas carências e auxiliando-o a discernir o bem do mal.  Como tal, é aplicável em todas as épocas e ocasiões e assim foi apresentada por Jesus, que nunca a aboliu.[3]
Mas se Cristo não veio para criar novas leis, qual era o seu proposito específico então?

Jesus não veio descumprir a Lei e os profetas

A própria palavra “cumprir”, no original, nos ajuda a entender isto, pois ela significa “cheio” ou “pleno”. Em termos metafóricos, ganha o sentido de “cumprir” um desejo ou “cumprir” uma obrigação.[4]
Isso me lembra a história de um menino que estava sentado junto ao portão que dava acesso à propriedade de seu pai, quando Napoleão se aproximou com seus homens que queriam cruzar aquela propriedade, porém, o menino o impediu. Zangado, o Imperador gritou com ele: “Menino, eu sou Napoleão Bonaparte, o Imperador. Abra este portão!”. Muito educado, o menino tirou o chapéu, e perguntou? “Eu sei, mas o senhor vai querer que eu desobedeça meu pai? Este portão está fechado, aqui ninguém passa, conforme meu pai determinou!”. Napoleão virou-se para seus generais e disse: “Deem-me mil homens como este, e conquistarei o mundo todo”, e foi-se por outro caminho.
Jesus veio obedecer as ordens de seu Pai aqui na terra, ou seja, cumprir de forma plena a Lei, algo que homem nenhum foi capaz de fazer, ao morrer em nosso lugar na cruz. Somente Jesus poderia cumprir toda a Lei e os Profetas, pois ele é perfeito e nunca pecou.
Conclusão
Jesus disse: “eu vim para cumprir”. Ele foi enviado por Deus com um propósito. Se Cristo não tivesse cumprido a Lei em sacrifício ontem, não teríamos motivos para obedecê-la em gratidão hoje.
Você também foi enviado ao mundo para cumprir um propósito, mas cabe a você seguir a vontade de Deus ou não. Cabe a você cumprir o plano de Deus ou não. Cabe a você viver de forma plena e completa ou vazia e incompleta. Espero que você cumpra a vontade de Cristo em sua vida.
Notas
[1] O povo estava a espera do estabelecimento de um reino messiânico de forma literal como observamos em Daniel 2:34-45 e 7:13,14 e 27. Mateus chama esse domínio de Reino dos Céus, expressão peculiar que aparece cerca de 30 vezes no Evangelho de Mateus. João já utiliza a expressão Reino de Deus referindo se a uma ordem especial de Deus a ser estabelecida na terra, mas também parte aludida ao testemunho cristão, dirigido por Deus, independentemente de qualquer reino no sentido literal da palavra.
[2] Os Zelotes não eram uma seita religiosa da mesma categoria dos Fariseus e dos Essênios. Constituíam um grupo de nacionalistas fanáticos que advogavam a violência como meio de libertarem-se de Roma. No tempo do cerco de Jerusalém, sob o reinado de Tito, constituíam uma das facções dentro da cidade e a distinção causada por eles contribuiu grandemente para a queda da cidade. Estavam talvez ligados com os “Sicários” mencionados em Atos 21:38. Simão, discípulo de Jesus, pertenceu a eles, como o indica o seu nome (Lc 6:15; At 1:13). Cf. Tenney, C.M. O Novo Testamento, p.141.
[3] Ver em: http://www.solanoportela.net/palestras/tres_aspectos.htm
[4] Cf. SCHIPPERS, Dicionário de Teologia do Novo Testamento, p.1671.
[5] Ibid., p.1673. Na verdade, a relação com as escrituras do AT e seu cumprimento é sistematizado no esquema “promessa-cumprimento”, especialmente em textos com valor cristológico. Cf. OBELINNER, “Cumprir/Encher/Plenitude”. Dicionário Bíblico Teológico, p.85.
Gospel Prime

sexta-feira, 3 de junho de 2016

Só o amor de Cristo tira muçulmanos da jihad, diz Saeed Abedini

Saeed Abedini, pastor que passou 3 anos e meio preso por pregar o evangelho no Irã, tem dado testemunhos impressionantes sobre o tempo que passou nas penitenciárias daquele país. Esta semana, afirmou que se os cristãos não alcançarem os muçulmanos com o amor de Jesus Cristo, os radicais irão alcançá-los com a jihad.
O conceito de jihad (guerra santa) é muito debatido no islamismo, pois numa interpretação literal do Alcorão significaria matar todos os infiéis (não muçulmanos). Abedini é iraniano e abandonou o islamismo quando conheceu Jesus. Ele sempre advogou que é “mentira” quando dizem que o Islã é uma religião de paz.
“Se os muçulmanos dizem: somos pacíficos, não acredite. O Alcorão ensina que os muçulmanos devem lutar e matar incrédulos (Jihad) onde quer que eles estejam”, enfatiza.
Lembra ainda que a diretriz é que a lei islâmica (sharia) deve governar todas as sociedades (Sura 2: 190-193). Na época da Páscoa, Abedini lembrou disso em texto publicado após os ataques terroristas contra cristãos no Paquistão.
Embora muitos líderes muçulmanos em todo o mundo tenham condenado constantemente o terrorismo em nome de Alá, para o pastor iraniano, “ISIS, Al Qaeda, Talibã e a República Islâmica do Irã estão praticando o verdadeiro Islamismo, destruindo igrejas e matando cristãos  todos os dias”, escreveu ele.
Ele argumentou que não há nenhuma região do mundo onde as sociedades islâmicas convivam em paz com as pessoas de outras religiões. Abedini relata que se converteu ao cristianismo aos 20 anos de idade, renegando seus lações com o Islã.
Desde então sentiu-se chamado para plantar igrejas no Irã, apesar da perseguição que ele enfrentou. Apesar de todas as dificuldades que enfrentou, continua amando os muçulmanos, a quem deseja ver livres de uma religião e que conheçam o único Deus verdadeiro. Com informações de Christian Post
Gospel Prime