sexta-feira, 23 de março de 2012

PROCRASTINAÇÃO, O QUE É?

Procrastinar é muitas coisas, algumas conectadas a outras, e, em algumas pessoas, coisas apenas tópicas. Mas em todo procrastinador, não importando as causas psicológicas da procrastinação, o resultado é o mesmo: o atraso, o stress e a aflição; se não a aflição do próprio apenas [...], mas, com certeza, a dos que o observam ou o esperam...

Para pessoas diferentes a procrastinação pode ter razões diversas, mas o resultado não muda; conforme já disse.

Assim, com todas as ressalvas relativas à personalidade de cada procrastinador, procrastinação é...

[...] adiar até não dar mais; deixar cronicamente pra depois da hora; sempre fazer no stress e no atraso; viciar-se contra o tempo...; odiar que o tempo passe e lutar contra ele —; é também desordem mental seletiva; é preguiça organizacional também seletiva; é uma indisposição contra a ordem simples de que duas coisas não podem ocupar o mesmo lugar/tempo no tempo/espaço; é privilegiar a gratificação contra a obrigação; é julgar que tudo e todos possam esperar só um pouco...; é confusão de valores quanto ao que seja objetivamente prioritário; é preguiça seletiva; é medo do fazer; é vício de angustia operacional; é necessidade de criar para si uma hiper-ocupação pela via do atraso; é um rito psicológico; é um orgulhoso modo de ser e não mudar; é caso de importâncias minimalistas e que não possuem macro importâncias; é um agir sempre em detrimento de outra coisa pré-definida; é uma calma inconscientemente mórbida; é um inconsciente processo de esquecimento do tempo; é descaso com a hora, como rebeldia; é um ato de enfrentamento da autoridade e do instituído; é um direito egoísta de ser indo...; é um olhar difuso e inobjetivo; é o privilegiar das minucias e que nunca enxerga os cenários maiores; ou, quando se associa a preguiça, o que nem sempre é o caso, é como ter um leão na Rua dos Deveres e dos Compromissos!

Como disse [...], a procrastinação não é a mesma coisa para cada pessoa, mas, em cada caso de procrastinação, você encontrará alguns dos aspectos acima listados, ou até alguns deles em combinação.

Em geral o procrastinador é um ser que se viciou mentalmente no descaso com o tempo; e que sempre acha que o tempo/cronos tem que ser seu servo.

Outro dia escrevi que o homem tem que ser senhor do tempo, mas com isto não me referia a ser indiferente com o Cronos da existência, mas apenas em relação ao que nos seja imposto como obrigações das vaidades mundanas de cumprir os tempos como etapas existenciais sem as quais se creia que se está perdendo tempo/qualidade/existencial.

Todavia, no que tange ao Cronos da existência, eu, que vivo entre humanos e não numa ilha deserta, que tenho responsabilidades e obrigações, tenho que me fazer senhor do tempo pela ordem, pelas prioridades e pela organização. Sim, pois, paradoxalmente, do contrário, me torno escravo do tempo pelo descaso da procrastinação. E não apenas me torno escravo do tempo, mas escravizo outros à minha não reverencia para com o passar do tempo em cada dia.

Ora, cada dia já tem o seu próprio mal; mas para aquele que procrastina cada dia pode inventar muitos males que não existem; e isso apenas porque o descaso com o tempo cria o diabo das acumulações.

Um procrastinador é um acumulador de tarefas; ou é um desperdiçador de oportunidades kairóticas de tempo [tempo/oportunidade]; ou é um esbanjador relapso de vida e existência; sendo, por isto, também um desperdiçador de dons e de possibilidades de ser para si e para os outros.

Na existência do procrastinador cabe muito do que não precisa e pouco do que é importante, dia após dias.

A procrastinação também tem um poder corrosivo nas relações, especialmente para os que a assistem impotentes; posto que cansem e se exasperem; ou, em alguns casos, tornem-se co-dependentes do vício do outro; ou, ainda, aflitamente carentes de reorganizarem suas vidas em função de tal disfunção sócio/atemporal daquele com quem convive.

Não é preciso dizer que no ambiente de trabalho o procrastinador fica logo desempregado; embora alguns não sejam logo percebidos, especialmente no serviço público, quando, então, não podendo perder o emprego, passam a não ser utilizados ou demandados, a fim de que os demais não morram de irritação.

O maior ambiente de expressão do procrastinador é a família nuclear, vindo a seguir a família extensiva e os amigos.

A sorte do procrastinador familiar é quando a cultura da procrastinação é uma marca de todos; e, por vezes, até por gerações.

Mas já assisti romances acabarem por causa da procrastinação; ou casamentos também; como já ouvi cônjuges me dizerem que por vezes desejavam terminar o casamento em razão de que o outro não se curava jamais de tal vício de atemporalidade funcional e objetiva.

Procrastinação é uma amputação mental de funcionalidades; e, por isto, é coisa muito séria!

Ora, nem todo procrastinador é egoísta, mas o ato ou as ações de procrastinação são sempre implicam no egoísmo prático em sociedade; posto que se trate, ainda que inconscientemente, o tempo dos outros como inexistente.

Procrastinar, portanto, é perder a reverencia para com o tempo; o que é uma falta de consideração grande para com o próximo, para consigo mesmo, e, também, para com as dádivas de ser que acontecem entre o acordar e o adormecer.

A cura para a procrastinação vem de reconhecê-la sem auto-justificação; e, a seguir, enfrentá-la; deixando toda autogratificação para o ultimo lugar; ou, no caso dos mentalmente baratinados, fazendo uma agenda do dia, com hora para tudo; e, sobretudo, perguntando a quem nos ama: “O que é mais importante? O que é prioridade? O que deve vir primeiro?”

Sim, pois muitos procrastinadores não têm qualquer noção objetiva de importância e de prioridade objetiva; ainda que, muitas vezes, tenham grande noção de significados subjetivos.

Teria muito a dizer, mas esses são alguns conselhos básicos aos procrastinadores que não são seres preguiçosos, mas apenas mentalmente atemporais, confusos, inobjetivos, ou viciados na escravidão da pseudoliberdade de que o tempo existe para servir-lhes como cronos.


Pense nisto!


Caio Fábio

segunda-feira, 19 de março de 2012

Domingo Espetacular chama Valdemiro Santiago de ladrão e mentiroso

Neste domingo, durante mais de 30 minutos foi apresentada uma reportagem investigativa no programa Domingo Espetacular, exibido pela Rede Record. O teor usado pela emissora foi de denunciar as irregularidades no que diz respeito ao uso das finanças da Igreja Mundial do Poder de Deus, na pessoa do seu presidente, o apóstolo Valdomiro Santiago. Desde a chamada, avisou-se que seriam revelados os “segredos” do apóstolo.
O repórter Marcelo Rezende usou imagens da internet para contrastar os apelos do líder da IMPD com os bens que estão em seu nome no Estado do Mato Grosso. Trata-se de duas fazendas avaliadas em 50 milhões de reais.
Adquiridas no ano passado, com dinheiro da igreja e agora em nome de Valdomiro Santiago e sua esposa, a bispa Francileia de Oliveira, as fazendas Santo Antônio do Itiquira e Formosa estão localizadas na cidade de Santo Antônio do Leverger.
Usadas para atividade pecuária, estima-se que existem ao todo 5000 cabeças de gado, avaliados em R$ 6,5 milhões de reais. Além disso, a reportagem da Record mostrou outros bens pertencentes ao apóstolo, como jatinhos, helicópteros e carros de luxo.
Entre as acusações feitas a Valdemiro estão, principalmente, a de enriquecimento ilícito e de lavagem de dinheiro. Como no Brasil as igrejas são isentas de impostos e não precisam prestar contas ao governo de suas arrecadações, aparentemente a IMPD precisou usar “laranjas” para adquirir esses e outros bens.
Segundo mostrou a matéria do Domingo Espetacular, Valdemiro e Francileia são os sócios majoritários da empresa W S Music, cujo procurador e Nicanor de Oliveira, irmão do apóstolo e administrador das fazendas.
Uma vez que a WS Music tem como valor declarado 50 mil reais, seria impossível ter capital suficiente para adquirir as duas propriedades rurais, uma custando 29 milhões e a outra 20 milhões. No total, as duas fazendas totalizam 26.134 hectares, quase duas vezes o tamanho de Jerusalém, capital de Israel.
Marcelo Rezende afirmou que a matéria demorou quatro meses para ser preparada e que foi necessária muita investigação. Também foi dada a Valdomiro a oportunidade de se explicar, mas ele não atendeu a equipe da Rede Record.
Ficou claro durante a exibição do material a rivalidade existente entre os dois líderes, pois em vários momentos foram mostradas as provocações de Valdomiro na TV ao falar de Edir Macedo. Também se evidenciou a rivalidade das igrejas que muitas vezes ocupam prédios na mesma rua ou até mesmo vizinhos.
A Igreja Universal alega que desde que saiu dos seus quadros, em 1998, Valdomiro tem recrutado ex-pastores da igreja e tentado atrair as mesmas pessoas.
Entre as muitas acusações e perguntas sem resposta, o Domingo Espetacular mostrou que Valdemiro foi preso em 2003 por transportar ilegalmente armas e munição. Também lembrou o episódio em que três pastores da IMPD foram presos em 2010, acusados de tráfico internacional de armas. Afirmou-se que o destino dessas armas seriam os traficantes de drogas do Rio de Janeiro, que teriam uma ligação com a igreja.
Também foi exibida a situação de mais de 50 templos da IMPD que estariam com ordens de despejo por falta de pagamento. Donos dos imóveis foram entrevistados e também um jurista que pediu publicamente que a Receita Federal investigue Valdemiro e a sua igreja.
Para os expectadores do programa, ficou claro que o uso das imagens do apóstolo pedindo dinheiro na televisão e a comprovação de sua riqueza estão ligadas. Várias vezes ele foi chamado de “mentiroso” e tentou-se desqualificar suas credenciais como sacerdote, por estar se beneficiando da fé alheia para proveito próprio.
No final da matéria, ficou o aviso “a Rede Record vai continuar investigando”, o que indica que nos próximos domingos pode haver mais “segredos revelados”.
O assunto tomou conta das redes sociais e no Twitter cinco termos relacionados estavam entre os “assuntos do momento” (TTs). Centenas de comentários criticavam Valdemiro e muita gente também recriminava Edir Macedo. Uma das definições mais comum era #guerraNADAsanta.

terça-feira, 13 de março de 2012

Bob Marley aceitou Jesus e foi batizado sete meses antes de morrer

Robert Nesta Marley, ou simplesmente Bob Marley, morreu em 21 de maio de 1981. Seu pesado caixão de bronze foi levado para o topo da colina mais alta da vila Nine Mile, onde, 36 anos antes, ele havia nascido.
Juntamente com o corpo embalsamado de Marley, estavam no caixão a sua guitarra vermelha Gibson Les Paul e uma Bíblia aberta no Salmo 23. No final da cerimônia, sua viúva, Rita, jogou um pé de maconha.
O funeral foi precedido de um culto de uma hora de duração para a família e amigos íntimos na Igreja Ortodoxa Etíope da Santíssima Trindade, celebrado por Abuna Yesehaq, arcebispo da Igreja no hemisfério ocidental. Ele contou que havia batizado Marley em Nova York, em novembro do ano anterior, logo após seus últimos shows no Madison Square Garden. Seguindo a tradição etíope, Bob recebeu um novo nome durante o batismo: Berhane Selassie, ou “Luz da Trindade”.
Logo após as 11 da manhã, o culto começou com um hino anglicano, “Ó Deus, nossa ajuda em épocas passadas”, acompanhado pelos percussionistas da United Africa Band. Como a melodia do antigo hino, o arcebispo, leu passagens do Livro de João, em Ge’ez, uma antiga língua da Etiópia.
O governador-geral da Jamaica leu um trecho de 1 Coríntios: “O último inimigo a ser destruído é a morte” A congregação cantou outro hino conhecido, “Quão Grande És Tu”. Logo depois, foi lido parte de 1 Tessalonicenses 3: “Por esta razão, irmãos, ficamos consolados acerca de vós, em toda a nossa aflição e necessidade, pela vossa fé, Porque agora vivemos, se estais firmes no Senhor”.
O ritual fúnebre tipicamente cristão parece estranho para alguém que ficou mundialmente conhecido por ser seguidor do rastafarismo, seita tipicamente jamaicana que proclama Hailê Selassiê I, imperador da Etiópia, como a representação terrena de Jah (Deus). O termo rastafári tem sua origem em Ras (“príncipe” ou “cabeça”) Tafari (“da paz”) Makonnen, o nome de Selassiê antes de sua coroação.
O motivo disso é que a família de Bob Marley sabia, embora não aceitasse que o cantor recebera Jesus como seu Senhor e renegara o rastafarismo.
A jornalista Christine Thomasos do site Christian Post Austrália, cita uma entrevista de 1984 que o arcebispo Yesehaq deu ao jornal Jamaica Gleaner.
“Bob era realmente um bom irmão, um filho de Deus, independentemente de como as pessoas olhavam para ele. Ele tinha o desejo de ser batizado há muito tempo, mas havia pessoas próximas a ele que tentavam controla-lo e que estavam ligadas a um ramo diferente do Rastafari. Mas ele vinha à igreja regularmente”.
De acordo com Thomasos, Yesehaq explicou que o câncer terminal de Marley foi a motivação por trás de sua conversão: “Quando ele visitou Los Angeles, Nova York e a Inglaterra, ele compartilhou sua fé ortodoxa, e muitas pessoas dessas cidades vieram à igreja por causa do Bob.
Muitas pessoas pensam que ele foi batizado porque sabia que estava morrendo, mas não foi assim. Ele fez isso quando já não havia qualquer pressão sobre ele. Quando ele foi batizado, abraçou sua família e chorou, todos choraram juntos por cerca de meia hora”.
Andre Huie, do site GospelCity, escreve sobre o testemunho de Tommy Cowan, amigo íntimo de Bob Marley e esposo da cantora gospel jamaicana Carlene Davis. Cowan diz: “o que pode ser uma agradável descoberta para alguns é que Marley, pouco antes de morrer, confessou Jesus Cristo como Senhor. Em outras palavras, ele negou que Haile Selassie era Deus (como Rastas acreditam) e confessou a Jesus como o único Deus vivo e verdadeiro”.
Falando sobre o batismo de Bob Marley, Tommy disse ter ouvido o bispo descrever assim o batismo: “Em um momento ele (Bob) chorou por 45 minutos sem parar, suas lágrimas molharam o chão. O Espírito Santo desceu sobre seu corpo e ele gritou três vezes: “Jesus Cristo, Jesus, meu Salvador, Jesus Cristo”.
Traduzido e adaptado de Guardian, Christian Post e Beliefnet

sábado, 10 de março de 2012

Israel é o único país do Oriente Médio onde cristãos têm liberdade

A igreja cristã no Oriente Médio persiste há mais de 2.000 anos, testemunhando guerras e conquistas. Alguns templos fecharam, outros abriram. Mas a população cristã da região caiu de 20%, há cem anos atrás, para menos de 5% hoje em dia.
O medo de professar sua fé é algo comum entre os cristãos do Oriente Médio. No Egito, cerca de 200.000 cristãos coptas fugiram de suas casas no ano passado, depois de passarem por espancamentos e massacres nas mãos de extremistas muçulmanos.
Desde 2003, 70 igrejas iraquianas foram queimadas e cerca de mil cristãos mortos em Bagdá, fazendo com que mais de metade desta comunidade de milhões de membros decidisse fugir do seu país.
A conversão ao cristianismo é um crime capital no Irã, onde ano passado o pastor Yousef Nadarkhani foi condenado à morte. A Arábia Saudita proíbe a oração cristã mesmo nas casas.
No passado, mais de 800.000 judeus foram expulsos de países árabes, agora os cristãos é que são forçados a sair das terras que eles habitaram por séculos.
O único lugar no Oriente Médio onde os cristãos não estão em perigo é na Terra Santa. Desde a fundação do Estado de Israel em 1948, as suas comunidades cristãs (incluindo as ortodoxas russa e grega, católicos e protestantes) já cresceram mais de 1.000%.
Os cristãos estão presentes em todos os aspectos da vida de Israel, servindo em cargos do governo e mesmo isentos do serviço militar, milhares de pessoas se oferecem para proteger o país.
Isso não significa que os cristãos israelenses ocasionalmente não encontram intolerância. Mas em contraste com outros lugares do Oriente Médio, onde o ódio aos cristãos é ignorado ou incentivado, Israel continua empenhado, segundo sua Declaração de compromisso da Independência “assegurar a igualdade completa de todos os seus cidadãos, independentemente da religião.”
Ela garante o acesso livre a todos os lugares sagrados cristãos, que estão sob controle exclusivo do clero cristão. Israel está repleta de lugres assim (Cafarnaum, Morro das Bem-Aventuranças, o local de nascimento de São João Batista), mas o Estado constitui apenas uma parte da Terra Santa. O resto, segundo a tradição judaica e cristã, está em Gaza e na Cisjordânia. Porém, os cristãos dessas áreas sofrem a mesma situação que os demais na região.
Desde a tomada de Gaza pelo partido Hamas em 2007, metade da comunidade cristã fugiu. As decorações de Natal e outros símbolos cristãos como crucifixos são proibidos. Em dezembro 2010, em uma transmissão de rádio, autoridades do Hamas incentivaram os muçulmanos a matar seus vizinhos cristãos. Muitos foram mortos.
Não é de se admirar, portanto, que a Cisjordânia também veja a fuga de cristãos. Eles já foram cerca de 15% da população, agora são menos do que 2%. O controle de cidades como Nablus, Ramalá e Jericó, passou para o controle da Autoridade Palestina.
Israel, apesar de sua necessidade de salvaguardar as suas fronteiras contra terroristas, permite os cristãos o acesso às igrejas de Jerusalém, na Cisjordânia e em Gaza. Em Jerusalém, o número de árabes-cristãos, triplicou desde a reunificação da cidade por Israel, em 1967.
Em Belém, nas mãos da Autoridade Palestina desde 1995, os cristãos são menos de um quinto da população da cidade.
A virtual extinção das comunidades cristãs do Oriente Médio seria uma injustiça de magnitude histórica. No entanto, Israel permanece como um exemplo de como a convivência pacífica entre pessoas de religiões diferentes é possível.
Traduzido e adaptado de WSJ

quarta-feira, 7 de março de 2012

“Fascistas querem expulsar Deus do Brasil”, afirma Marco Feliciano

O deputado federal e pastor Marco Feliciano fez um desabafo em seu blog sobre alguns acontecimentos recentes envolvendo o governo e os evangélicos.
Ele questionou as declarações recentes do ex-ministro Chefe da Casa Civil José Dirceu, que atacou os evangélicos. Feliciano voltou a denunciar o que chama de  “ditadura gay, que tem, sem sombra de duvida o apoio de uma esquerda petista”. Embora seu partido, o PSC, seja da base aliada, ele tem se posicionado contantemente contra uma série de medidas e propostas do governo Dilma que contrariam a fé cristã.
Também criticou a ação movida pela Liga de Lésbicas do Brasil que resultou na retirada de  todos os crucifixos e outros simbolos religiosos dos espaços públicos no Rio Grande do Sul.
Para o deputado, a situação é bastante séria e exige uma resposta pois, para ele, os gays militante são uma minoria “que sob uma camuflagem de perseguição, tenta e consegue impor seu modo de vida promíscuo, seus pensamentos anti-família-e-anti-bons-costumes”.
A preocupação de Feliciano se justifica pela série de ações coordenadas que ocorrem em diferentes partes do Brasil, sempre colocando em dúvida a seriedade dos pastores e das igrejas evangélicas. E mais importante do que isso, é o apoio claro que a militância gay no Brasil possui pois, denuncia ele, “está sendo amparada pelos cofres públicos. Muito dinheiro tem sido investido neste tema, e tudo em nome de uma tal homofobia coletiva nacional, que inexiste!”
O questionamento do pastor, que é um dos mais ativos da Frente Parlamentar Evangélica, é quanto ao futuro do país, uma vez que, no seu entendimento, a  sociedade brasileira “vive em função do que pensam e de como agem classes artitiscas e midiáticas”. Ele classificou o movimento anti-religião no Brasil como obra de “fascistas” e apelou para o bom senso dos brasileiros em enxergarem isso.
Recentemente, o parlamentar usou a tribuna da Câmara para defender as acusações contra o pastor Silas Malafaia e pediu que o governo dê atenção ao caso do pastor iraniano Yousef Nadarkhani que poderá morrer por causa de sua fé em Cristo.  Isso mostra que ele tem acompanhado de perto tudo que sai na mídia a respeito dos evangélicos.
No final de seu texto, ele fez um apelo sério “O que virá a seguir? Que Deus nos ajude! E nos ajude logo, antes que, esses fascistas, expulsem de uma vez Deus da nação brasileira”.

sexta-feira, 2 de março de 2012

A IMAGEM COMO CULTO

Quando me converti me ensinaram a importância de ser sincero e de se evitar a aparência do mal. Então, conforme meu entendimento na época, cortei o cabelo que sempre tinha sido longo, mudei o estilo das roupas, vendi a motocicleta e comprei um carro, evitei achar coisas engraçadas muito engraçadas e, sobretudo, me abstive de qualquer conversa com mulheres que não acontecessem em lugares públicos, oficiais ou religiosos!

Comecei a pregar com muita graça. Então me informaram que meu único problema era ser tão jovem, apenas 19 anos. Tomei providencias: parei de lutar jiu jitsu, fiquei cada vez mais sisudo, passei a me comportar como um velho sem ambições, aceitava vestir tudo o que me dessem, mesmo que fosse contra todos os meus gostos e sentidos, e, também me dediquei ao jejum e à oração como um ermitão do deserto!

A televisão me tornou instantaneamente conhecido. Agora eu não podia mais ir a um banco ou qualquer outro lugar: todos queriam me passar adiante de todos nas filas e me conceder honrarias especiais.
Eu só tinha 20 anos. Não gostei. O que pensariam de mim? Será que me veriam como uma “capitalizador de oportunidades”? Decidi não aceitar nunca tais favores. O problema é que isso parecia indelicado.
Acabei não indo mais a lugares públicos a não ser para pregar!

O bom testemunho tinha de ser sempre mantido. Então engoli todas as minhas irritações, impaciências e cansaços—mesmo que fossem absolutamente justificados. Eu não tinha direitos!

Minha mente funcionava muito rápido. Tudo era fácil de entender. As pessoas pareciam ficar meio intimidadas na minha presença. Eu tinha apenas 23 anos. Por isto comecei a fazer de conta que não compreendia tudo que compreendia e não opinava jamais sobre nada que não fosse bíblico. Tinha que haver humildade. Os outros não poderiam me entender mal.

Fiquei conhecido em quase todos os lugares. Muitos se identificavam comigo. Gostavam que houvesse alguém como eu no time deles. Então, começaram a me dizer isto. Declaravam com tal veemência que eu passei a crer que era minha responsabilidade assumir aquele lugar!

Cheguei aos 27 anos como unanimidade nacional cristã. Os antagônicos me apreciavam apesar de odiarem-se entre si. Diziam que eu tinha que unir os não-uníveis. Lentamente minhas cruzadas e congressos passaram também a ter esse papel. Fazia de tudo para não criar crises. Deixei, entre outras coisas, o pastorado local a fim de que ninguém me visse como uma ameaça eclesiástica ou denominacional.

Os evangélicos não tinham voz. Espertalhões se vendiam como representantes de todo o grupo. Outros faziam maluquices e, quando pressionados pela opinião pública, diziam-se perseguidos por serem evangélicos. A comunidade se revoltava. Queriam uma representação. Acabei eleito por aclamação presidente da Associação Evangélica Brasileira. Eu era o único nome que conciliava na média os interesses de quase todos!

Agora eu já não podia mais falar em meu próprio nome. Representava milhões de pessoas. Havia a média evangélica ponderada a ser preservada!

Já fazia algum tempo que eu não era apenas uma figura religiosa. A mídia secular me descobrira e me acionara enormemente. Demandas começaram a surgir de todos os níveis. O papel de Ser Imagem era penoso. Doía a alma. Fazia-me ter saudades do tempo que eu era apenas eu!

Quanto mais carregado se está, mais cargas são postas sobre você!
Dessa forma associar-se à mim dava prestígio. Até companhias multinacionais desejavam capitalizar no vínculo de sua imagem à minha. A Fábrica de Esperança foi também fruto do recurso que esse capital de imagem produziu.

Tudo havia começado na intenção de evitar a aparência do mal. Agora eu tinha que viver a fim de expressar a aparência do bem!
Bem e mal! Aparências. Tudo mal. Aparência não gera nada além de aparência. É o que parece. Nem sempre é o que é!
Crises. Por que eu tinha que tentar dar cara a uma comunidade cuja cara pública lhe fazia jus?

Comecei a me sentir cometendo um estelionato. Estava falsificando para o “bem” uma imagem comunitária que não correspondia aos fatos!

Eu nunca fui insincero. Amava a Jesus e ao Evangelho. Nunca brinquei de nada. E nunca assumi nada do que assumi sem sincera vontade se servir. Mas não basta ter sincera vontade de servir. Só serve se servir como verdade libertadora e afirmadara do ser para você, na presença de Deus!

Aos 44 anos eu explodi!

Não queria mais viver nem para aquilo e nem daquele jeito. Era como perder a própria alma!

Infelicidades latentes se tornavam patentes!

Para mim, toda-via, não há-via!

Não havia nenhuma via!

Um salto no escuro!

Na mesma medida em que a imagem foi cultuada ela agora era execrada!

E tudo começou tão suavemente, tão santa e puramente, tão cheio de idéias!

Hoje, anos, décadas mais tarde, olho para trás sem medo. Vejo e não fujo do que enxergo. E, para mim, entre tantas doenças que percebo, essa é uma das mais graves no sentir dos cristãos: o culto a imagem!

A confissão de fé da “Igreja” é Conduta, Aparência e Performance. Jesus, no entanto, nos chamou para Caminho, Verdade e Vida!

Digo isto com muita reverência. Afinal, não fui, ainda sou!

A visibilização da fé dos cristão não se segura no que é, mas no que parece ser!

“Vós tendes que se parecer com o sal da terra”—é o modo existencial como compreendemos o Evangelho!

E enquanto tentamos parecer sem ser não nos tornamos abertos para admitir quem somos a fim de que sejamos curados!

Hoje, mais do que nunca e com toda a consciência, desejo de coração que ninguém pense de mim nada além do que em mim vê e de mim ouve!

Posso ser apenas humano. Um humano que conheceu a si mesmo na Graça de Jesus. Um humano que não precisa ser nada além de um ser inacabado, mas que não desiste de prosseguir para conquistar aquilo para o que foi conquistado por Cristo Jesus!
No homem cabe um pastor. Mas no pastor não cabe um homem inteiro. No Filho do Homem cabe o Salvador. Mas no Salvador não cabe o Filho do Homem!

O Salvador não foi mais que o Homem onde apareceu Seu lado divino de ser e Seu lado humano de aparecer!

O Verbo se fez carne!

A imagem tem que corresponder ao que é! do contrário, fica apenas a imagem oca e sem vida. Sem amor nada disso aproveitará!

Caio Fábio