Nesta semana comemoramos os 500 anos da Reforma Protestante, que foi
um movimento de retorno à Palavra de Deus, já que no século XVI, a fé
cristã se viu envolvida em uma profunda crise[1], onde a leitura da
Bíblia ficava restrita apenas aos clérigos, sendo paulatinamente
substituída pelos amuletos, pelo misticismo, pela tradição e pelas
crendices populares. Portanto com o passar do tempo, as pessoas foram se
distanciando das Escrituras e neste período a Bíblia somente era lida
em latim pelos padres se tornando para a maioria das pessoas um
documento misterioso.
Portanto, o contexto histórico da Idade Média foi marcado pela imposição da teologia
do medo, onde o clero católico envaidecido de suas conquistas terrenas
demonizava tudo que fosse contrário e ensinava ensinos distorcidos como:
o purgatório, a venda de indulgências, a prática da diabolização; o uso
dos amuletos e a infalibilidade papal, o que gerou o medo coletivo na
população. Portanto, o comércio de indulgência na Idade Média era muito
forte e assim com o passar do tempo houve o crescimento considerável de
abusos, tais como a livre venda de indulgências por profissionais
“perdoadores“ e a pregação destes, em alguns casos era exagerada
chegando a afirmar: “Assim que uma moeda tilinta no cofre, uma alma sai
do purgatório”. Deste modo, cada vez mais crescia o número de religiosos
que ensinavam diversos tipos de superstições, como rezas, amuletos e
histórias com o fundo manipulativo interesseiro e quem se opunha a isso
era queimado na fogueira.
Assim com o passar do tempo começou a haver um desgaste destas
práticas e assim tem início o período conhecido como Pré-Reforma, que
foi legitimada pela crise moral do papado, pela revolta dos camponeses
contra os senhores feudais, pela exploração da Europa pela Igreja
Católica e pelo movimento da Renascença, onde as pessoas começaram a ter
mais acesso a cultura e ao conhecimento, sendo estas as bases da futura
Reforma Protestante. Sendo assim, foram surgindo alguns
pré-reformadores como Pedro Valdo; John Wycliffe e em especial John Huss
que morreu queimado pelo fogo da Inquisição, mas, que foi grandemente
usado por Deus com a seguinte mensagem: “Hoje vocês queimam um ganso
insignificante, mas daqui a cem anos ouvirão o canto de um cisne que não
será queimado, e nenhuma artimanha ou armadilha o prenderá. ”
No
início do século XVI, como efeito da teologia medieval, o monge
agostiniano Martinho Lutero entendia que somente através do martírio e
do sofrimento é que o homem alcançaria a salvação. Com isso, ele era
terrivelmente afligido por sua consciência e se considerava o pior dos
pecadores, a ponto de penitenciar-se diariamente, pois Lutero cria na
salvação pelas obras e não compreendia de modo pleno a graça de Deus.
Contudo, durante seus estudos teológicos exaustivos, passou a
compreender a justiça de Deus ao estudar Habacuque 2:4 e Romanos 1:17 “O
Justo viverá da fé”. Dessa feita, Lutero passou a compreender que a
salvação do homem se dá através da justificação pela graça mediante a
fé, e que a salvação é um ato de Deus e não do homem.
Gospel Prime
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