domingo, 20 de dezembro de 2015

Sobre o dom de línguas e as profecias

“Assim também vós, se com a língua não pronunciardes palavras bem inteligíveis, como se entenderá o que se diz? porque estareis como que falando ao ar”.(I Cor. 14:9)
Introdução
Há décadas os dons espirituais causam diversas polêmicas e até geram disputas no reino de Cristo e agora entre seitas e religiões também. Mas, os dons foram entregues (de verdade) pelo Espírito Santo a cada um para que fossem exercidos de forma a edificar o corpo de Cristo, a comunidade. De uma forma ou de outra, nada de “status” e sim de “serviço”. (deveria ser assim).
Se meditássemos de fato no legado deixado pelo o Apóstolo Paulo, descobriríamos que os dons não são para demonstrar o orgulho de ser maior que o outro, pois é o contrário. Quanto mais dons, mais serviço e menos soberba.
Hoje vamos meditar, de forma dinâmica, no dom de línguas que está relacionado ao dom de interpretar e também ao dom de profetizar. É um tema sensível e que se complicou no decorrer dos tempos aqui no Brasil. Mas, vamos tentar desmitificá-lo e simplificá-lo sem juízo particular algum dos irmãos que dão destaque a esta doutrina.
Vamos também tentar introduzir o assunto de forma a levar o leitor a meditar com muita calma no texto bíblico abaixo porque neste século, as pessoas estão muito aceleradas, mas é aí que mora o perigo! É nesse vício do “acelerado” ou do “instantâneo” que muitos estão perdendo a chance de estacionar um pouco na leitura das escrituras, meditar nela e buscar reflexão ideal para alcançar o conhecimento que liberta a nossa mente em Cristo Jesus. Não estamos falando aqui somente das igrejas evangélicas, e, sim de igrejas católicas carismáticas também. Afinal, esse movimento espiritual de “línguas” cresceu com muito destaque nos últimos dias em nosso país. Devemos lembrar que os dons são presentes especiais do Espírito Santo. Não se deve imitar os dons como uma “mentirinha”, pois a quem se poderia enganar? E até quanto tempo levar uma “fraude espiritual”?
“Para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo o vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente”. (Ef. 4:14)
É muito comum a gente ver nas igrejas modernas, principalmente aquelas do movimento neopentecostal ou carismático (consideradas não históricas ou não conservadoras) que, nas horas das orações, alguém começa a orar em línguas (em mistério no espírito), mas a igreja, o povo, os homens, os visitantes, nada entendem. Quando a maioria da comunidade começa a fazer a mesma coisa, não se sabe mais o que efetivamente o Espírito Santo quer falar à coletividade. Esse vício espiritual (ou emocional) leva os novos convertidos (ou não) a mergulharem instantaneamente também na mesma coisa. Sem questionamentos bíblicos, o tempo passa e o conhecimento não chega…
A questão aqui não é se cremos nos dons espirituais ou não; ou se gostamos desse dom ou se sempre foi assim, etc. A questão aqui é se a igreja está sendo edificada coletivamente através dos dons do Espírito Santo ou se é “Deus por todos e todos por um. (não confundir dons do Espírito com frutos do Espírito).
Pense: orar em línguas não é heresia, mas podemos fazer isso particularmente em casa, não é mesmo? No entanto, quando vamos à igreja, vamos buscar o ensino, a edificação do corpo de Cristo, a Palavra de Deus será ensinada e profetizada a toda igreja de forma que todos entendam e sejam fortalecidos no Senhor. É o poder do Espírito agindo plenamente na coletividade, na comunhão, no vinho e o pão.
A Bíblia nos ensina que é melhor profetizar a falar em línguas, pois o primeiro gera edificação para todo a comunidade, inclusive exortando e consolando também a todos, enquanto que o segundo edifica apenas a si mesmo, mas só Deus o entende na linguagem espiritual. O fato de profetizar não faz do homem um senhor sobre o outro que ora em línguas. Não estamos falando aqui de chefia ou de hierarquia para quem recebeu dons, mas, que a profecia terá relevância em relação à oração em em línguas. (I Cor. 14:1).
Trocando em miúdos, quando o Espírito Santo vai revelar em linguagem inteligente, quem estava orando em línguas deve dar preferência à profecia, pois é necessário ouvi-la para que o corpo, a igreja, a coletividade se edifique, se console ou seja exortada de forma clara e audível e transformadora.
O ideal mesmo seria que quem estivesse orando em línguas também profetizasse. Assim, seria mais fácil de entender o que está acontecendo… Mas, nem sempre é assim, não é mesmo? Creio que este pequeno estudo o levará a uma clareza sem mais manipulações ou complicações para que haja liberdade de verdade. Desejo uma ótima leitura!
O que é “falar em línguas”?
É uma manifestação espiritual que é expressada a nível do espírito, sob a influência direta do Espírito Santo, numa língua que a pessoa não aprendeu e nem conhece. É uma edificação pessoal no reino espiritual. Exemplo prático: Discípulos: At 2.4-11; Cornélio: At 10.44,45; Crentes: At 19.2-7; Paulo: 1Co 14.6,15,18.
O que é interpretação de línguas estranhas?
É uma manifestação espiritual em que se recebe de Deus a capacidade especial para interpretar o que é falado em línguas estranhas, pelo Espírito Santo. Textos bíblicos: 1Cor. 12.10,30; 14.5; 13.26-28.
O que é profecia?
Profecia é a capacidade momentânea e especial para transmitir mensagem, advertência, exortação ou revelação da parte de Deus sob a direção do Espírito Santo. (fonte: vivos, com adaptações).
Profecias não são eventos só do AT (Antiga aliança). Foi necessariamente exercida no tempo dos Apóstolos (Nova Aliança). Exemplos práticos na Bíblia: Pedro: At 2.14-40; 3.12-26; Paulo: At 13.1,16-41; Barnabé: At 13.1; Simeão: At 13.1; Ágabo: At 11.27,28; 21.10; Judas e Silas: At 15.32; João: Ap 1.1,3; 10.8-11.
Trecho Bíblico para meditar e aprofundar o estudo
“Segui o amor, e procurai com zelo os dons espirituais, mas principalmente o de profetizar.
2 Porque o que fala em língua desconhecida não fala aos homens, senão a Deus; porque ninguém o entende, e em espírito fala mistérios.
3 Mas o que profetiza fala aos homens, para edificação, exortação e consolação.
4 O que fala em língua desconhecida edifica-se a si mesmo, mas o que profetiza edifica a igreja.
5 E eu quero que todos vós faleis em línguas, mas muito mais que profetizeis; porque o que profetiza é maior do que o que fala em línguas, a não ser que também interprete para que a igreja receba edificação.
6 E agora, irmãos, se eu for ter convosco falando em línguas, que vos aproveitaria, se não vos falasse ou por meio da revelação, ou da ciência, ou da profecia, ou da doutrina?
7 Da mesma sorte, se as coisas inanimadas, que fazem som, seja flauta, seja cítara, não formarem sons distintos, como se conhecerá o que se toca com a flauta ou com a cítara?
8 Porque, se a trombeta der sonido incerto, quem se preparará para a batalha?
9 Assim também vós, se com a língua não pronunciardes palavras bem inteligíveis, como se entenderá o que se diz? porque estareis como que falando ao ar.
10 Há, por exemplo, tanta espécie de vozes no mundo, e nenhuma delas é sem significação.
11 Mas, se eu ignorar o sentido da voz, serei bárbaro para aquele a quem falo, e o que fala será bárbaro para mim.Assim também vós, como desejais dons espirituais, procurai abundar neles, para edificação da igreja.
13 Por isso, o que fala em língua desconhecida, ore para que a possa interpretar.
14 Porque, se eu orar em língua desconhecida, o meu espírito ora bem, mas o meu ENTENDIMENTO fica sem fruto.
15 Que farei, pois? Orarei com o espírito, mas também orarei com o entendimento; cantarei com o espírito, mas também cantarei com o entendimento.
16 De outra maneira, se tu bendisseres com o espírito, como dirá o que ocupa o lugar de indouto, o amém, sobre a tua ação de graças, visto que não sabe o que dizes?
17 Porque realmente tu dás bem as graças, mas o outro não é edificado.
18 Dou graças ao meu Deus, porque falo mais línguas do que vós todos.
19 Todavia eu antes quero falar na igreja cinco palavras na minha própria inteligência, para que possa também instruir os outros, do que dez mil palavras em língua desconhecida.
20 Irmãos, não sejais meninos no entendimento, mas sede meninos na malícia, e adultos no entendimento”. (FONTE: BÍBLIA SAGRADA – I Cor. 14).
CONCLUSÃO
De acordo com a Bíblia, o dom de línguas é uma ferramenta, um benefício, enfim, um presente, um dom recebido do Espírito Santo para fazer uma oração particular em que apenas Deus nos entenda, isso gera fortalecimento espiritual PARA SI MESMO, por isso não há necessidade de todos ouvirem esta oração, certo? .
Por outro lado, o dom de profetizar vai além disso porque com esse dom o Espírito Santo quer deixar um recado especial à comunidade inteira. A profecia precisa ser audível, Daí a necessidade de TODOS ouvirem e entenderem o recado, seja edificando, seja consolando, seja exortando o CORPO DE CRISTO.
REFLEXÃO
Ah, então, para privilegiar a igreja, e não prejudicar a profecia, se a gente estiver em oração por línguas espirituais, já que é algo bem particular com Deus, é melhor que seja só entre nós e Deus?…
Não desprezem as profecias. (I Tes. 5:20).
a_cura_que_vem_do_alto



Até a próxima igreja do SENHOR!

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