Por Johnny Bernardo em 1 de novembro de 2013
Na tarde do dia 9 de junho de 1964, na antiga Praça Vaz de Melo, na
Grande BH, o pastor Doriel de Oliveira deu início a Igreja Tabernáculo
Evangélico de Jesus (ITEJ). Embora pertencente ao que Paul Freston chama
de “segunda onda pentecostal”, a ITEJ – hoje Catedral da Benção ou
Igreja Casa da Benção – poderia facilmente ser incluída na terceira onda
– está inaugurada com a Igreja Universal do Reino de Deus, no final da
década de 70.
Ministro consagrado na Igreja O Brasil para Cristo, Doriel de
Oliveira e seu pequeno rebanho se reuniu na Praça Vaz de Melo por cinco
meses. Apesar do início simples, ao relento, entre 1964 e 1969 a ITEJ
prosperou: 40 congregações atendiam praticamente toda a Grande BH. Após
uma “revelação”, Oliveira e 500 membros deixam a capital mineira para se
instalar no Distrito Federal. Era maio de 1970. Segundo o fundador,
Belo Horizonte seria destruída por uma grande catástrofe.
A repentina mudança dos fieis – motivada pela “revelação” de seu
profeta – chamou a atenção do Departamento de Ordem Politica e Social
(DOPS). Resultado: Ivo de Oliveira, então representante legal da Igreja,
foi preso por algumas horas. Em Minas e em todo o País a ditadura
militar dava seus primeiros passos. A ideia de “destruição”, aliada à
propaganda midiática – jornais distribuídos em BH revelavam o motivo
pelo o qual Oliveira deixou a cidade – chegou ao conhecimento do DOPS.
Estabelecida em Taguatinga, Distrito Federal, a nova sede da ITEJ
logo cresceu. Por ocasião da 21ª Convenção Nacional, realizada em 1985,
foi inaugurada a Catedral da Benção – um templo com capacidade para
cinco mil pessoas. Atualmente há duas mil igrejas em todo o País – 116
das quais no Distrito Federal -, 140 mil membros e presença em 14
países, dentre os quais os Estados Unidos.
Faltando pouco menos de sete meses para a comemoração do Jubileu de
Ouro, a Igreja Casa da Benção segue dividindo opiniões. Polêmicas como a
de 1970, o envolvimento do deputado Junior Brunelli no Mensalão do DEM –
foi filmado pelo delator da Operação Caixa de Pandora, Durval Barbosa,
“orando” após receber uma propina -, a presença da família Oliveira na
direção da ICB – além de Oriel de Oliveira, a vice-presidência é ocupada
por Jair de Oliveira, e Moisés Roberto de Oliveira exerce a função de
conselheiro fiscal – a adesão de algumas filiais ao modelo de
evangelismo G12 e campanhas inspiradas no neopentecostalismo marcam os
quase 50 anos.
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