por
Jarbas Aragão
Fernando Haddad, candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, continua seu embate público com o pastor Silas Malafaia.
Ontem pela manhã, participou de uma missa na Paróquia Nossa Senhora de
Aparecida, na Zona Leste para celebrar o feriado religioso. Na saída,
respondeu aos jornalistas sobre as acusações feitas contra ele pelo
líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo na internet.
Em um vídeo postado no Youtube, Malafaia fez acusações ao petista,
lembrando do mensalão, de sua gestão à frente do Ministério da Educação e
da controvérsia do “kit gay”. “O senhor, como ministro da Educação, foi
um dos piores do país. O senhor não teve nem competência para coordenar
o Enem… Quem tentou instrumentalizar políticos é gente que você
[Haddad] anda de braço dado, e que foram agora condenados no Supremo
Tribunal Federal”, disse Malafaia no vídeo. Recentemente, o pastor disse que iria “arrebentar” a candidatura de Haddad.
Haddad rebateu, atrelando os ataques de Malafaia a José Serra (PSDB):
“Quem está por trás disso é o Serra, posso te assegurar. Ele fez isso
com a Dilma e vai fazer isso comigo. Ele promove esse tipo de coisa,
sobretudo nas redes sociais.
Ele tem um exército na rede social que promove o ódio. Ele fez isso,
está comprovado por todos os meios de comunicação que noticiaram isso.
Será que nós vamos esquecer dois anos depois o que ele fez em 2010? Ele
está por trás disso, posso te assegurar que o que ele está fazendo é a
mesma estratégia de 2010, só que deu errado. O que ele tinha que
entender é que esse tipo de prática vai dar errado”.
Acompanhado de Gabriel Chalita, ex-candidato do PMDB, Haddad, que tem
criticado o atrelamento de religião à política, afirmou que não tem
preconceitos. “Eu tenho estado presente em algumas solenidades
importantes. No fim do Ramadan eu fui a uma mesquita, no Ano Novo
judaico eu fui numa sinagoga. Penso que São Paulo tem essa
característica de congregar muitas crenças, num espírito de muita paz.
Acho importante para a cidade a sinalização de que o poder público vai
respeitar a fé do povo, qualquer que seja ela, sem privilegiados”,
disse.
Gabriel Chalita também se manifestou sobre o assunto: “A gente não
pode empobrecer o debate na maior cidade da América Latina. As pessoas
podem discutir o que acham importante, mas meu receio é que seja
semelhante ao segundo turno da eleição presidencial e vire disputa
religiosa. As pessoas podem ter sua fé, tenho a minha. Quando a gente
usa os templos religiosos para fazer campanha, a gente empobrece as duas
coisas… (Empobrece) A religião porque é um desrespeito às pessoas que
vão aos centros religiosos, e à política, porque você tira a discussão
mais importante para uma coisa de desconstrução. O que São Paulo tem que
discutir é como a cidade mais rica da América Latina tem a miséria que
tem”.
Segundo o site Terra apurou, Serra não quer ligar sua imagem a
Malafaia, de quem recebeu apoio em 2010 e nessa eleição também. Ainda
segundo o site, a equipe do tucano compartilhou a seguinte mensagem:
“ele (Malafaia) pediu para avisar que não vê problema em você se
desvincular dele nas entrevistas”.
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