Antes
de qualquer coisa quero dizer, em nome de Jesus, que sendo um pecador
dentre todos os pecadores da Terra, nem por isso posso negar que Deus
habita em mim, e que Dele recebo a Luz.
Dou
a conhecer aos meus amados irmãos que encontrei e conheço a nosso
Senhor Jesus Cristo—Deus Conosco—, a Quem Deus constituiu como meu
Salvador por Sua exclusiva Graça, hoje e para todo o sempre. Amém.
Encontrei
com Ele porque tudo procede Dele, e Nele eu sou. Pois antes mesmo de
haver sido qualquer coisa criada, Ele mesmo se entregou como oferta por
toda a Sua criação, sem que ainda houvesse Cosmos: por isso só Ele é
Deus!
Ele era, Ele é e Ele há de vir. Eu que nada sou, sempre fui Nele, antes de eu mesmo ser.
E
o que há de vir, só virá porque antes que qualquer coisa houvesse, Ele
se entregou como oferta de Graça pela criação que ainda estava por vir.
Por
isso irmãos, quero dizer que segundo a muita misericórdia de Deus nosso
Pai, recebi de nosso Único e Soberano Senhor, a missão de informar a
todos que não há outra maneira de se enxergar a História se não à partir
da Eternidade.
Digo
isto irmãos, porque sei para muitos de vocês parece haver Deus falhado
na realização de Sua promessa de criar para si mesmo, na História, uma
noiva pura, sem defeito e sem mácula: a Sua Igreja; a qual haveria de
ser percebida pelo mundo como luz; e pela terra como sal.
Tivemos,
irmãos, o tempo histórico linear que houve entre referências históricas
tão majestosas em fé como de Abrão e Paulo, em seus intervalos
históricos. Muita coisa aconteceu entre as existências de Abraão e
Paulo; pois dois mil os separaram um do outro!
Somos todos História, irmãos!
Dois mil anos nos separam, amados irmãos, do dia de Pentecoste; e, honestamente, aonde fomos? Para frente? Como?
Sim!
Mostrem-me um único tempo de duradoura prevalência histórica da verdade
sobre as aparências e da Graça sobre a Religião e as Leis?
Para muitos parece haver Deus falhado; e é como se o Evangelho tivesse ficado sem o devido testemunho de sua verdade.
Amados,
nunca houve uma única geração que tenha visto o pleno testemunho da
Palavra encarnada pelo Povo de Deus desde a nossa Queda, no Éden.
Até
mesmo a própria densidade histórica daquilo que era igreja—os hebreus,
os israelitas, os judeus, os judeus cristão de Jerusalém, e as igrejas
dos gentios—sim! mesmo entre eles nunca se viu a compreensão de que
havia alguns princípios em operação no fenômeno histórico; sendo que um
desses princípios pré-determina, historicamente, que alguns outros
princípios aconteçam em cadeia e como seqüência; mantendo-se uns aos
outros infindávelmente em operação, até que venha o Fim-Começo de todas
as coisas, quando Aquele que estava no Principio oferecendo-se a Si
mesmo por todos nós, haverá de dar plenitude a todas as coisas.
Foi
também por isso que Ele se Encarnou em Jesus; realizando pela Sua
Histórificação a manifestação daquilo que Ele mesmo já havia realizado
pela Sua própria criação; oferecendo-se a Si mesmo por nossos pecados;
visto que, quem nós somos também pré-existia Nele.
Por isso Ele é nosso Deus.
Ele
é o único que é Luz, e Nele não há treva nenhuma, pois para Ele as
trevas e a Luz são a mesma coisa. Ele não mente porque para fora Dele
não há realidade.
Sim!
por isto Ele se Encarnou, a fim de dar a Si mesmo a conhecer ao
mundo—começando por aqueles que historicamente abrigavam o clarão da
Promessa, os filhos de Sete, filho de Adão; chegando aos hebreus; e,
posteriormente, também aos cristãos; como hoje tão claramente se vê.
Ele determinou que a História seja compreendida somente à partir de Seu final, visto que, para Ele, o final é o começo.
Por
isto Ele é o alfa e o Omega. O Princípio e o Fim. Pois assim como para
Ele as trevas e a luz são a mesma coisa; também determinou que o
princípio seja o fim e o fim o princípio. Visto que nada há mais próximo
para o nosso senso de percepção da história que o próprio princípio;
daí a Nova Jerusalém ser uma versão da eternidade “atravessada” pelo
tempo, visto que lá o Éden também se faz presente.
Os
elementos do Princípio estão presentes no Fim, pois o Princípio e o Fim
são a mesma coisa. Almejamos o Paraíso por que almejamos o Futuro com
os suspiros do Passado.
Éden
e Nova Jerusalém são as nossas possíveis linguagens humanas para falar
que Ele é o Princípio e o Fim; o Alfa e o Omega; Aquele em quem, tudo e
todas as coisas subsistem; inclusive esse meu ato de escrever.
Deus é!
É Deus!
Portanto,
a pregação de que Deus estava em Cristo reconciliando consigo mesmo o
mundo, era também a declaração de que a própria História jamais será
discernida em seu estado de Queda e de Repetição, senão à partir do
Cordeiro.
Sim! só é possível tolerar a História à partir dessa metafísica.
Tudo
começa com Aquele que é, e que se deu; que criou e que deu Sua própria
Vida para criar; e que amou a ponto de se entregar, sendo Ele mesmo
Deus. Isto nos foi revelado para que soubéssemos que toda manifestação
de Deus naquilo que chamamos História é também a revelação de como a
História enxerga Deus, pois eis que Ele veio para o que era Seu, e os
Seus não o receberam. Este é um fatídico Princípio Histórico.
A História nunca verá a Deus no Ato da Manifestação; visto que ela só se alimenta do Passado.
O Passado é o único bem da História, visto que, o Presente acontece sem o Seu reconhecimento—afinal: os Seus não o reconhecem.
Quando
o reconhecem, então, já virou História; e já está perdendo o momento
imediato da Revelação e da Iluminação de Deus, visto que a primeira é
experimentada de dentro para fora; e a segunda, de fora para
dentro—digo: como experiências.
Assim,
a única maneira de se entender a História e a nós mesmos, é pela
modificação de nosso vício no pensar, e não deixarmos jamais de nos
renovar na nossa mente; discernindo sempre a centralidade e
essencialidade do Espírito da Graça—que é a compreensão de que Ele
ofereceu por nós antes de todas as coisas serem criadas, a fim de que
nos mantenhamos “hebreus”; ou seja: seres em permanente estado de
impermanencia; para que caminhemos em fraqueza e em quebrantamento:
vendo, sem poder fazer enxergar; amando sem poder provar; discernindo
sem se fazer compreender; ouvindo sem conseguir se fazer entender; e
crendo sem ser capaz de se fazer impor.
Amados,
esse é um principio dos mais importantes. Se alguém não crê que antes
de haver Luz houve Cruz, ninguém poderá discernir a Realidade, mas tão
somente a História (que já Passado). E a História já não mostra a
Realidade, visto que esta acontece sempre em extremo adiantamento em
relação à Compreensão da História, que não consegue ver o Dia Chamado
Hoje.
Por isto, Ele veio para os Seus e os Seus não o receberam e nunca o receberão.
Meus
irmãos, se fizemos o que fizemos com a mensagem histórica do Evangelho
de Jesus, por que nos espantarmos com qualquer outra coisa na História?
A
História só é vista como Realidade para aqueles que Nele vêem a
Realidade do Hoje como História. Embora aqueles que Hoje já têm esse
discernimento só venham a ser conhecidas muito tempo depois.
Os profetas nascem da incompreensão!
Para
esses, os profetas, a História ergue Pilares Póstumos, conforme disse o
Cordeiro, o Filho do Homem, nosso Senhor e Deus, Jesus Cristo,
referindo-se aos escribas, fariseus e autoridades religiosas.
E por que é assim?
Para
que ninguém se glorie! E para que ninguém tente separar o Joio do
Trigo. Na história os irmãos se reconhecem, mas a História também não
consegue reconhecê-los.
A
verdadeira Igreja jamais será discernida em plena visibilidade
histórica, visto que a Igreja que a História vê, já não existe, pois a
História só vê o passado.
A
rejeição de Deus em Cristo é o testemunho de que a História tem que ser
enxergada à partir da Palavra e não a Palavra ser entendida pela
História!
Deus
encerrou todos na ignorância e nos deixou ver apenas que cada geração,
no máximo, enxerga para trás. Somente a Revelação abre nossos olhos para
que enxerguemos um profeta Hoje.
Ora,
isto acontece por causa do princípio da Impermanencia por Deus
estabelecido. Nosso amado irmão Paulo fala disto em sua Epístola aos
Romanos, nos capítulos 9 a 11. Deus cega a uns para que outros
enxerguem. Até que os que pensam que vêem fiquem cegos pela sua
presunção de visão; então, é hora de outros enxergaram.
É
por esta razão que aquilo que é elevado diante de Deus sempre é
abominável entre os homens, e vice versa. A História não enxerga a
Realidade enquanto esta se mostra como Hoje.
Daí
nosso Senhor ter dito que é preciso perder hoje para que se venha a
ganhar no futuro. A existência profética acontece dando este testemunho
da verdade.
Deus
deu aos santos apóstolos e profetas no Espírito, aqueles que foram
historicamente chamados pelo Senhor Jesus, uma importância histórica
inigualável. Os demais apóstolos que vieram depois foram apenas
“Vocadores Históricos de um Momento”, visto que apenas aplicaram a Luz
recebida pelos apóstolos de Jesus aos novos contextos de seus próprios
dias.
Entendemos História como Princípio, mas Hoje só nos é possível discerni-la no espírito.
Esse
princípio da impermanencia deflagra o principio das alternâncias. As
lutas entre Caim e Abel; Ismael e Isaque; Esaú e Jacó—apenas confirmam
esse princípio, e que está presente na História até os dias de hoje, e
estará para sempre.
Deus definiu que assim seja, visto que, num mundo caído, a saúde vem dos movimentos que desestabilizam.
A
tragédia desse princípio é que ele estabelece a rejeição “natural” da
Graça; a rejeição da Cruz, visto que a História, no máximo, reconhece a
Crucificação, mas a Cruz só se realiza como Hoje.
Assim,
temos também que admitir que os Atos dos Apóstolos carregam a Palavra,
mas não a contêm em totalidade, visto que a História contatada já era
passado, e a Palavra é sempre Hoje.
Pensar diferente seria estabelecer a total Prevalência da História sobre a Palavra?
Pensar
diferente faz com que “cultuamos os apóstolos”, mas não nos habilita a
enxergamos a sua palavra, visto que confundimos os apóstolos e seus Atos
com a Palavra de Deus, que era, é e sempre maior que seus portadores.
A Palavra só se Encarnou uma Única vez: em Jesus Cristo. Antes e depois Dele ninguém encarnou a Palavra.
Pois todos pecaram e todos carecem da glória de Deus!
Ora, então você pergunta: Qual a vantagem de saber de tudo isto?
Não
se pode pretender nada, senão já se obriga o Presente—o Momento—a
servir por antecipação a própria História. Além do mais, só houve Um que
sabia, e decidiu entregar a Si mesmo ao Momento, a fim de nos salvar
para toda a eternidade. Ele é Aquele a Quem a História não reconheceu de
modo algum; mas a quem alguns discerniram por Revelação.
Nisto reside o mistério da eleição, ainda que em Deus a eleição não é um mistério, mas uma confissão de liberdade e sabedoria.
Ora, sendo todas as coisas assim, devo dizer apenas mais uma coisa:
Ele
estabeleceu que a Revelação aconteça no Momento, pois somente pelo
Espírito Santo alguém pode reconhecer a Jesus, não como Persona
Histórica, mas como Cordeiro, Deus nosso, o qual seja bendito
eternamente. Amém.
E o Espírito fala no Momento, no Dia Chamado Hoje!
Hoje, pois, se ouvirdes a Sua voz, não endureçais os vossos corações!
E
se alguém quer andar com Ele, aprenda com a História, sirva-se dela
como revelação de como cada geração perde a Revelação por cultuar o
Passado: a História.
Que a Graça de Deus guarde a todos nós!
Que a Palavra eterna nos fale Hoje!
E que o Verbo seja a Palavra de Hoje e sempre!
Nele.
Caio Fábio
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