por João Paulo Souza
Escrevendo aos cristãos dispersos por várias nações de sua
época, Tiago deixou bem claro que a fé cristã não coaduna com a prática
da parcialidade. O irmão de Jesus, e filho de José e Maria, chamou a
atenção desses crentes para que atentassem para o modo como Jesus, que,
mesmo sendo “Senhor da glória” (Tg 2.1), tratava as pessoas de seu tempo.
Tiago fez um alerta interessante, quando supôs uma reunião entre os destinatários de sua carta:
Se no vosso ajuntamento entrar algum homem
com anel de ouro no dedo, com vestes preciosas, e entrar também algum
pobre com sórdida vestimenta, e atentardes para o que traz a veste
preciosa e lhe disserdes: Assenta-te tu aqui, num lugar de honra, e
disserdes ao pobre: Tu, fica aí em pé ou assenta-te abaixo do meu
estrado, porventura não fizestes distinção dentro de vós mesmos e não
vos fizestes juízes de maus pensamentos? (Tg 2.2-4).
Como podemos observar, essas palavras de Tiago, indiretamente, também nos advertem.
“Ouvi,
meus amados irmãos”, segue o escritor da epístola que leva o seu nome
(Tg 2.5). Neste trecho de versículo, ele revela que o Senhor escolheu os
“pobres deste mundo para serem ricos na fé e herdeiros do Reino que
prometeu aos que o amam” (Tg 2.5). Assim, vemos que a escolha de Deus é
diferente da do homem. Vejamos o que o profeta Samuel ouviu da parte de
Deus quando ia ungindo a pessoa errada para o reino de Israel:
Não atentes para a sua aparência, nem para a altura da
sua estatura, porque o tenho rejeitado; porque o SENHOR não vê como vê o
homem. Pois o homem vê o que está diante de seus olhos, porém o SENHOR
olha para o coração (1 Sm 16.7).
Deus olha para as
pessoas de maneira especial. Sua visão está fundamentada na sua
incomparável justiça. Se o Deus de Israel escolhesse Eliabe, irmão mais
velho de Davi, ele seria injusto, pois Ele mesmo revelou a Samuel que
não concordava com a escolha do profeta, pelo simples fato de enxergar o
que geralmente a maioria das pessoas não veem: “o SENHOR olha para o
coração”. Deus conhecia perfeitamente o caráter de Davi.
Semelhantemente
ao Senhor, devemos olhar para as pessoas além daquilo que elas
aparentam ser. Como alguém já disse: “As aparências podem nos enganar”.
Sejam pobres ou ricas, devemos tratar as pessoas de modo honroso, digno
daqueles que professam verdadeiramente o nome do Senhor Jesus Cristo,
“que, sendo rico, por amor de vós se fez pobre, para que, pela sua
pobreza, enriquecêsseis” (2 Co 8.9).
Quem faz acepção de
pessoas ainda não conheceu Jesus, e permanece no pecado: “Não julgueis
segundo a aparência, mas julgai segundo a reta justiça” (Jo 7.24).
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